Um pai feliz

Alguns dias depois...

Vítor

Mais uma vez acordei emotivo, logo eu, que peguei tanto no pé do meu sogro pelo mesmo motivo. Eu já era dramático, mas após o nascimento dos meus filhos, ficou quase impossível não me sentir assim, foram tantos momentos especiais... A primeira vez que falaram papai, os primeiros passos, não vou nem falar do primeiro dia dos pais, porque não chorei só no primeiro, já faz quase vinte anos que eu sinto a mesma coisa, mas não choro de tristeza, meu choro é de alegria e gratidão pelos filhos maravilhosos que eu tenho.

Embora eu seja pai de gêmeas, nenhum dos três é igual ao outro, cada um tem o seu jeitinho,e são perfeitos como são.

Mas hoje, além de emotivo, estou imensamente feliz. A mesa do café da manhã está cheia novamente, todos chegaram aqui bem cedo para fazer uma surpresa para o meu caçula que está completando dezoito anos. Minhas filhas, meus genros, minha nora e os meus sobrinhos, todos reunidos na mesa esperando o Noah acordar. Nem sei como ainda não acordou com todo esse falatório.

Mas é engraçado como mesmo com as minhas filhas casadas e com os meus sobrinhos namorando, eu olho em volto e vejo as mesmas crianças que cresceram aqui, com exceção do Théo que eu não vi crescer, mas é como se fizesse parte disso a vida inteira.

— No que tanto pensa amor?

Está calado já faz algum tempo. — Sara, a dona do meu coração desde que nasci.

— Só estava pensando em quanto eu sou grato por essa família.

— E eu sou grata por ter você, meu amor da vida inteira. — Beijo sua mão e ela sorri docemente. Nem posso dizer que eu amo a Sara cada dia mais, porque não sei se isso é possível, eu sempre a amei demasiadamente. E agora que não temos mais filhos pequenos para nos preocupar, estamos cuidando ainda mais um do outro, exatamente como era quando nos casamos.

— Olha só quem acordou! Finalmente! — Alice, chamando a atenção de todos para o aniversariante do dia.

— Feliz aniversário príncipe! — Laura, levantando para abraçar o namorado.

— Agora é assim, o primeiro abraço de aniversário é da namorada. Será que também posso dar um abraço no meu menino?— Sara, fingindo que está com ciúme da Laura.

— Claro que pode mãe! — Noah, soltando a Laura para abraçar a mãe.

— Eu amei ver todos vocês aqui, muito obrigado pela surpresa!

— Você merece Noah, você é o nosso caçulinha amado! — Nina, saindo do seu lugar para abraçar o irmão.

E assim foi o nosso café, com o Gui falando besteiras e deixando o Noah envergonhado, a Mari chamando sua atenção, Noah e Laura trocando olhares apaixonados, Théo e Gabriel falando sobre os seus projetos e Alice e Nina de segredinhos, como sempre.

— Vou passar lá no meu avô para ver como estão os preparativos da festa, alguém quer carona? — Guilherme.

— Só para dizer que está de carro novo! — Théo, Implicando com o primo.

— Agora é assim, ele quer ir até na esquina de carro. — Marina revirando os olhos.

— Mas bem que você gosta das nossas voltinhas! — Guilherme, sendo malicioso e tomando um beliscão da Mari.

— O do Noah chegará na próxima semana. — Falo e recebo um belo sorriso do meu filho.

— O meu também, meu pai não foi muito a favor, mas minha mãe fez questão, disse que era necessário e que na minha idade vocês também ganharam um carro do meu avô. — Marina.

— É verdade! O meu chegou no dia do meu aniversário, e eu fiquei tão feliz que quis proporcionar a mesma felicidade aos meus filhos.

Mas as meninas não quiseram, até hoje não dirigem, preferiram que eu depositasse o valor na conta delas — Lembrar dos meus dezoito anos sempre aquece o meu coração, aconteceu tanta coisa naquela época...

— Esse ano a Nina vai aprender, já a convenci do quanto será necessário quando abrirmos a confeitaria.— Gabriel

— E o dinheiro do carro ainda está guardado, pai, então de qualquer forma, é o senhor quem vai me dar. — Nina, me deixando ainda mais feliz.

— Eu não posso dizer o mesmo, mas talvez eu compre uma moto. — Alice, me desesperando.

— Moto Alice? — A questiono preocupado.

— Calma sogro! Não conhece sua filha?

Era só para deixar o senhor assim. — Théo, vendo a minha preocupação.

— Meu pai ficou muito feliz que vocês aceitaram comemorar o aniversário de vocês na casa dele. Está feito uma criança! — Sara

— O vovô adora ver a casa cheia! — Guilherme.

— Por falar em festa, eu preciso ir. Tenho que terminar o bolo dos nossos jovens!— Nina, levantando da mesa com o Gabriel.

— Credo Nina! Falando assim parecemos senhoras! — Alice, fazendo todos rirem.

E aos poucos a mesa foi ficando vazia novamente, cada um com seu compromisso e a maioria terá um dia cheio pela frente.

Sobramos apenas eu e a minha esposa na mesa, e sei que será sempre assim daqui a algum tempo. Daqui a pouco o Noah também estará casado e teremos apenas a companhia um do outro.

E por falar em Noah, também temos um compromisso hoje, e estou muito feliz por participar desse momento na vida do meu filho.

Espero por vocês na festa!

Continua...

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