Espantando o sono

Nina

*

*

Eu adoro a faculdade e o meu curso, mas a hora que eu mais amo é essa. É quando vejo o carro do meu marido se aproximando para me levar de volta para a nossa casa. E ele sempre faz questão de descer, me dar um beijo e abrir a porta do carro para que eu entre, é como um ritual gentil.

— Como foi seu dia? — Pergunto e ele da de ombros, enquanto dirige.

— Foi normal, nada fora do padrão.

Soube que a Laura voltou?

— Sim, eu soube pelo Gui e pela Mari quando estava saindo da casa da tia Isa para vir ao curso.

— Minha mãe me ligou para contar, disse que ela tinha pedido segredo, que queria fazer uma surpresa para o Noah.

— E fez mesmo, pelo que me contaram, meu irmão deve estar nas nuvens.

— Eu imagino!

Poderíamos passar lá nos meus pais para vê-la antes de irmos para casa, o que acha?

— Não sei, ela pode estar cansada da viagem.

— Não vamos demorar, só quero dar um abraço na minha irmã.

— Tudo bem, vamos lá, também estou doida para vê-la. A Mari disse que ela está ainda mais linda.

— O Noah deve estar por lá. 

— Também acho. Não vai querer desgrudar dela tão cedo.

Chegando a casa dos meus sogros, fomos muito bem recebidos, como sempre. Minha tia Aline, ou melhor, minha sogra, correu para a cozinha dizendo que não sairíamos de lá sem jantar.

Abraçamos a Laura, e conversamos um pouco sobre a viagem, mas quando perguntei pelo Noah, percebi que, mesmo disfarçando, sua expressão mudou. Disse que já tinham passado a tarde juntos.

Assim que o meu sogro chamou o Gabriel para o escritório e ficamos sozinhas, vi uma boa oportunidade de saber o que estava acontecendo. Pois achei que encontraria os dois empolgadíssimos com seu retorno.

— Laurinha, te conheço desde que nasceu. O que você tem?

Mesmo que seja algum problema com o meu irmão, quero que saiba que pode confiar em mim.

— Eu sei que posso Nina. Talvez eu precise conversar mesmo.

Vamos até o meu quarto? — Assenti e ela fechou a porta assim que entramos no quarto.

— Laura, desculpe a pergunta, mas sei que essas coisas acontecem e vendo você assim... você conheceu alguém e não quer mais namorar o meu irmão?

— Não, Nina, eu amo o seu irmão. Eu conheci muitas pessoas, sim, algumas até bem insistentes, mas nunca tive nada com ninguém, eu jamais faria isso com o Noah.

— Desculpe, foi só uma coisa que passou pela minha cabeça, achei que encontraria o Noah aqui e percebi como mudou a expressão quando falamos dele.

— Eu tenho um pouco de vergonha de falar sobre isso. Mas acho que assustei o seu irmão com a minha saudade.

— Como assim? Pelo que sei, ele também estava morrendo de saudade de você.

— Estava sim, disso eu tenho certeza. Mas é que... Que vergonha!

— Não precisa ter vergonha, sabe que sou discreta e sempre achei que somos bem parecidas nessa parte.

— Quando nós beijamos, eu desejei mais que um beijo e sei que ele também. Mas ele não reagiu muito bem a isso, acha que não é certo e que temos que voltar a ser como antes. O problema é que eu não sei se consigo pensar no Noah como antes, agora até o cheiro dele mexe comigo.

— Eu entendo você, também aconteceu comigo. E não tem nada de anormal nisso, o problema é que o Noah é ainda mais "certinho" do que o Gabriel.

— Ele é um príncipe, sei que só está pensando no meu bem. E eu vou respeitar isso, só não quero que as coisas fiquem estranhas entre nós.

— Então eu vou te dar um conselho, é uma coisa que eu sempre faço e da certo, conversa com ele sempre, não deixe que nada fique subentendido entre vocês.

Você acabou de voltar, tenho certeza que vão entrar em um consenso.

— Acho que por enquanto, eu vou evitar ficar sozinha com ele. — Rimos juntas.

— Pode contar comigo sempre, tá.

— Eu sei, Nina, obrigada por isso.

— Vamos jantar meninas? — Minha sogra, abrindo a porta do quarto.

— Vamos tia! — Respondo me levantando para sair do quarto.

— Gosto que ainda me chame de tia, acho mais leve que sogra. — Tia Aline

— Sai sem querer, pelo costume de uma vida inteira, mas já que gosta, não vou me preocupar com isso.— Nos abraçamos e seguimos para a sala de jantar.

Terminamos o jantar, conversamos mais um pouco, nos despedimos e seguimos para casa.

— Ainda tem ânimo para estudar hoje? — Pergunto ao Gabriel assim que entramos em casa.

— Tenho sim, só vou tomar um banho e vestir algo confortável.

— Então vai. Eu vou conferir a dispensa, alguns dos meus ingredientes já estão no fim e pretendo passar no mercado amanhã. Depois vou tomar um banho e ler um pouco.

— Me espera acordada? —Fazendo uma carinha fofa.

— Vou tentar! — Sigo para a cozinha e ele para o quarto. Anoto tudo que falta, confiro a minha agenda de encomendas e quando passo pelo escritório, ele já está de banho tomado e compenetrado na aula.

Tomo o meu banho, visto uma camisola e deito para ler meu livro que já se encontra no criado mudo.

Quase uma hora depois, já com os olhos quase fechando de sono, fecho o livro e vou até a cozinha beber água, e quando passo pelo escritório, vejo que a situação do meu marido não é muito diferente da minha, está quase dormindo na cadeira de frente para o computador.

Bebo minha água e preparo dois chocolates quentes e levo até o escritório.

— Trouxe para ver se espanta esse teu sono. — Ele me olha dos pés a cabeça e pega a caneca da minha mão.

— Obrigado, já estou terminando.

Está delicioso! Igual a você nessa camisola.— Ele diz olhando para o computador, como se não tivesse dito nada de diferente.

— Gabriel! — O repreendo, mas acho graça. Me encosto na mesa e tomo o meu chocolate, enquanto penso na conversa que tive com a Laura. Lembro que já passei por isso, o Gabriel fugia de mim e hoje em dia, sou eu quem precisa fugir dele.— Me distraio com os meus pensamentos e rio sozinha.

— Do que está rindo? — Tirando a caneca da minha mão e colocando ao lado da dele. Acho que me distrai tanto com as minhas lembranças que nem percebi que ele já estava de pé.

— Nada de mais. Já terminou?

— Ali sim. — Apontando para o computador e a caneca de chocolate.

Mas aqui, eu ainda nem comecei. Me tomando um beijo.

— Então vamos para o quarto. — passando meus braços envolta do seu pescoço.

— Para quê?

Depois nós vamos! — Sussurrando em meu ouvido enquanto me senta na mesa. Voltamos a nos beijar e a impressão que eu tenho é que ao invés de duas, tem umas quatro mãos passeando pelo meu corpo de tão habilidoso que ele é.

Paro o beijo e tiro os seus óculos, seguido de sua camiseta, e ele faz o mesmo com a minha camisola e com sua calça. E não demora muito até que eu o sinta entre as minhas pernas e seus lábios encontrem os meus seios, fazendo com que eu crave minhas unhas em suas costas enquanto meu corpo estremesse. Nossos movimentos se aceleram até não aguentarmos mais e terminarmos ofegantes na mesa do escritório.

Continua...

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