Homem de ferro

Guilherme

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Foi bem difícil ver o Noah tomado pela tristeza nesses últimos meses, eu e a Mari tentamos de tudo para ajudar, mas ele não colaborou muito, ele é como um irmão e tudo que quero é vê-lo feliz. Mas agora, com a volta da Laura, tenho certeza que tudo voltará ao normal.e aproveitaremos juntos a nossa festa de aniversário.

Por falar em irmão, minha casa está uma loucura desde que a minha irmã nasceu. Meu pai agora trabalha em home office, diz que não quer perder nenhum momento dela. Meus avós quase todos os dias passam por aqui para ver a Júlia, aliais, quase sempre tem alguém da família aqui em casa. Mas não estou reclamando, também estou apaixonado por ela, ela é muito linda e me adora.e eu acabei tirando um pouco de vantagem com o seu nascimento, a Mari também está sempre por aqui agora, na verdade, não sei se isso é bom, às vezes as coisas ficam um pouco complicadas entre a gente.

Aquela garota tem me deixado louco, em todos os sentidos possíveis. Às vezes, começamos a conversar sobre coisas aleatórias ou algum assunto sério e quando percebo, já estamos brigando, e minutos depois, já estamos aos beijos fazendo as pazes. Mas eu acho que é justamente esse caos que me atrai, porque foi assim que nos apaixonamos, implicando um com o outro, e eu amo esse jeito explosivo e cheio de atitude que ela tem, não mudaria absolutamente nada.

Meu pai esses dias me chamou para conversar, disse que percebeu como nos olhamos e quis saber se já tinha acontecido algo a mais entre a gente. E quando eu disse que ainda não tinha passado do ponto com ela, ele pareceu não acreditar de início, mas depois,respirou aliviado.

Disse que para tudo tem o momento certo, que eu deveria esperar por ela o tempo que fosse necessário e que quando chegasse a hora, que eu deveria proporcionar a ela um dos momentos mais românticos e especiais da sua vida, e claro, me lembrou da importância do uso do preservativo.

É claro que eu não falei, mas se ele soubesse que o calmo da relação sou eu... Eu também acho que a nossa primeira vez tem que ser especial, e não na varanda da minha casa ou no sofá da casa dela, correndo risco de alguém chegar, e se esse alguém for o pai dela, eu estarei morto.

Mas não está sendo fácil, ela tem me tentado de todas as formas possíveis e eu não sou de ferro, vai chegar uma hora que eu não vou resistir.

Depois da surpresa da Laura, saímos todos juntos para fazer um lanche e saber um pouco sobre a viagem. Mas não demoramos muito por lá, precisávamos deixar os dois sozinhos para matar a saudade, e eu a trouxe aqui para casa para esperarmos a hora de ir para a autoescola, em breve estaremos motorizados, será o nosso presente de aniversário.

Já faz meia hora que a deixei com a minha mãe e a minha irmã na sala, super empolgada em uma conversa, e vim para o meu quarto jogar no computador.

— Sabia que ia te encontrar jogando. — Mari, encostada na porta do meu quarto.

— Estou só passando o tempo, já que a minha namorada prefere conversar com a minha mãe.

— Não prefiro, mas eu gosto de conversar com a sua mãe. Ela é animada, moderna, engraçada...

— Bem mais interessante que eu, não é mesmo? — Faço um drama.

— Que bobeira, Guilherme!

Ciúmes da sua mãe...

Eu estou aqui, não estou...

Larga esse jogo vai... — Se aproximando e sentando no meu colo e me fazendo perder o jogo.

— Poxa Mari, perdi o jogo. — Reclamo.

— Prefere continuar jogando?

Se quiser eu saio. — Sussurrando no meu ouvido.

— Não começa Marina, já disse que eu não sou de ferro.

— E quem disse que você precisa ser?— Mordendo de leve a minha orelha.

— Minha mãe está logo ali na sala Mari.

— Não está, a Júlia dormiu e ela disse que ia aproveitar para fazer o mesmo.— Distribuindo beijos suaves pelo meu pescoço.

— Mas tem o meu pai, ele está trabalhando no escritório.

— Também não está, ele foi ao mercado comprar umas coisas que a sua mão pediu.

— Você gosta de um perigo não é?

Adora brincar com fogo! — Ela para de beijar meu pescoço e morde meu queixo, beijando meus lábios em seguida. E a essa altura, meu corpo inteiro está fervendo.

— Eu não entendo você, Gui, eu sei que você também quer, da para sentir. — Ela diz ao parar o beijo, mas antes que eu responda, ela volta a me beijar ardentemente. E ela tem razão, eu a quero, e quero muito, mas não agora, assim... Com a porta do quarto aberta,correndo risco de ser interrompido. Paro o nosso beijo com uma certa dificuldade.

— É claro que eu te quero Mari, mas não assim, você merece mais que isso. Não pode ser assim, só pelo calor do momento.

— E por que não? Eu não tenho todo esse tabu de virgindade.

Já namoramos a mais de um ano, já temos dezoito anos, eu quero, você disse que também quer... O que mais falta?— Segurando o meu rosto delicadamente com as duas mãos.

— O momento certo. — Ela solta o meu rosto e abaixa o olhar.

— Tudo bem, Guilherme. — Saindo do meu colo e passando pela porta do quarto. Eu a chamo, mas ela não volta

. Passo as mãos pelos meus cabelos, respiro fundo para tentar me recompor e brigo comigo mesmo: — Que droga, Guilherme!

Continua...

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