Contratada

Ava

Acordo cedo, tomo banho, faço as minhas higienes, amarro o meu cabelo em um rabo de cavalo, visto uma roupa da Karen emprestado, e em seguida, vou para o endereço, onde farei a entrevista.

Quando sai de Nova York, estava com pouco dinheiro, porque, se tivesse sacado dinheiro, ou usasse os meus cartões, todos iriam desconfiar da minha fuga, inclusive, Oliver.

Pego um táxi, e chego ao endereço que a amiga da Karen passou.

A casa é grande, um pouco afastada da cidade, onde não há muita movimentação. Toco a campainha, e uma senhora muito simpática, e educada, me recebe.

— Olá! Bom dia! Você deve ser a Ashley, a garota da entrevista.

— Bom dia! Sim, sou eu.

— Entre, vou avisar o Conrad, ele é o mordomo, e administra quase tudo por aqui, e fará a entrevista. O senhor Lancaster, vive no trabalho, ou viajando, quase não para em casa. A propósito, me chamo Ana.(Ela fala me conduzindo até o escritório.)

— Prazer em conhecê-la, pode chamar-me de Ava, é o meu segundo nome.

— Fico feliz em conhecer-te menina, sei que vai conseguir a vaga. Assim como eu, Conrad não se engana com as pessoas, e dessa vez, a senhorita vai ser a pessoa certa.

Ana sai, enquanto eu sento no sofá, esperando Conrad, alguns minutos depois, ele entre no escritório, já me analisando.

— Olá, senhorita Ashley.

— Olá, senhor

— Você veio para a vaga de Faxineira?

— Sim, senhor.

— Primeiro, eu preciso contar-lhe algo. O patrão contratou várias faxineiras, através de agências de emprego, mas, sempre que o senhor volta de viajem, ele as demite. Existem regras que nunca podem ser quebradas, o senhor Lancaster, é uma ótima pessoa, mas, se alguma regra for quebrada, não tem mais volta.(Ele fala sério, me entregando uns papéis ).

— Essas são as regras?

— Sim, vou deixá-la ler todas elas, e assim, pode decidir se aceita o emprego.

— Tão fácil assim, digo, o senhor não vai me entrevistar?

Conrad olha para mim com um sorriso no rosto.

— Você foi indicada por minha sobrinha, sendo assim, vou dar-te esse voto de confiança, espero que aceite. (Conrad fala saindo)

Depois de ler todas aquelas regras, percebi que algumas eram realmente, necessárias, e outras, eram malucas.

Quando o senhor Lancaster estiver na cidade, tenho que sair da casa, antes que ele chegue da empresa. Não entrar no quarto dele sem permissão, e principalmente, quando ele estiver em casa.

💭Claro que eu não vou querer entrar no seu quarto, principalmente, quando ele estiver aqui. Se ele for um velho maníaco, pode me atacar. Essa é uma das regras que cumprirei sem reclamar.💭

Tenho que me vestir de uma maneira que não seja vulgar, e deixar cada coisa no seu devido lugar, sem mudar nada. Começar a trabalhar às sete, e sair do trabalho, às dezessete horas.

Quando vejo a última regra, não posso acreditar, não tentar flertar com o senhor Lancaster, isso é sério?

Após ler todas as regras malucas, converso novamente com Conrad, e aceito o emprego. Espero que eles não percebam que os meus documentos são falsos.

— Quando vou poder começar?

— Hoje mesmo, se quiser...(Ana fala com um sorriso gentil)

— Quero sim, preciso muito desse emprego.

— O emprego já é seu, Ava. Me acompanhe, por favor, vou mostrar-te por onde começar.

Ana me ensina tudo, me mostrando em cada detalhe, como devo fazer.

— Não pense mal do senhor Lancaster, ele redigiu esse contrato, depois que a última faxineira foi expulsa, assim como as outras, elas eram jovens, como você. Quando o patrão estava em casa, elas se vestiam para provocá-lo, e ficavam se atirando para cima dele.

— Foi por isso que ele as demitiu, e colocou tantas regras?

— Sim, inclusive, o senhor Lancaster pediu que contratassemos uma mulher não tão jovem, mas, não acatamos essa decisão, de velha aqui, já basta eu.(Ana fala sorrindo)

— Então, quando ele souber, poderei perder o emprego. E talvez, vocês também. Não posso ficar Ana.

— Não se preocupe, apenas siga as regras, e dará tudo certo.

— A esposa dele deve ter ficado chateada.

— O patrão é solteiro, nunca o vi com uma mulher. Apenas, um casal de amigos que vem visita-lo, eles viajam muito. E você Ava? Tem alguém, ou mora com os seus pais?

— Moro com uma amiga.

— E a sua família?

— Eles...

— Tudo bem, não precisa contar agora se não quiser.

Apenas asceno com a cabeça em resposta. Não gosto de mentir, e não posso contar a verdade.

A casa é muito linda, tudo é bem decorado, pelo menos, ele tem um bom gosto.

Confesso que fiquei muito apreensiva com o pouco que sei desse senhor Lancaster, mas, quando a Ana contou-me, o real motivo por trás de tudo isso, até que eu entendi o porquê dele ser tão chato.

Duas semanas se passam, estou me saindo muito bem, cumprindo todas as regras.

No táxi, depois de um dia cansativo, lembro-me, de algo que deixei fora do lugar, e justamente, no quarto do senhor Lancaster.

Peço ao motorista para retornar, preciso arrumar o porta retrato antes que, o senhor Lancaster chegue em casa. Ele estava de viagem, voltou a uma semana, agora, sempre corro contra o tempo, para sair antes que ele chegue.

Deixei o porta retrato, com a foto de uma mulher, muito linda, deve ser alguém que ele ama muito. Tirei por um momento, de cima do criado-mundo, e coloquei em cima da cama, para limpar.

O motorista para, entro na casa, pela ala dos empregados, Conrad e Ana, dormem aqui, espero que eles não fiquem bravos comigo. Corro rapidamente, subindo para o quarto, enquanto o taxista me espera do lado de fora.

Ao entrar no quarto, vejo o porta retrato em cima da cama, pego o mesmo, devolvendo ao seu devido lugar.

💭 Pronto, agora tenho que sair, antes que o velho chato, volte.💭

Abro a porta do quarto rapidamente, ao me virar para fecha-lá, desequilibro-me, e quando penso que vou cair, sinto alguém atrás de mim, e mãos fortes, seguram na minha cintura.

— Peguei você!

Meu corpo arrepia inteiro com o seu toque...

💭Essa voz... Esse cheiro... Não posso acreditar!💭

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