Depois da Perda

Ava

E aqui estou eu, em um quarto de hospital, outra vez.

Flashs passam em minha mente, me fazendo recordar de tudo o que aconteceu. Depois que comecei a sentir dores, e sangrar, Oliver me pegou no colo, me colocando no carro, viemos rapidamente para o hospital. O doutor me examina e faz um ultrassom.

— A senhora Foster teve um aborto, terei que fazer uma raspagem em seu útero, para retirar os restos da placenta. Vou preparar tudo parava cirurgia. ( O doutor fala saindo.)

— Não! Não, não! Meu bebê... Não posso perder meu bebê! ( Falo me debatendo na maca)

— Ava...(Oliver tenta falar, mas o interrompo)

— Você é um monstro! Você matou o nosso filhooo! Vocês todos se merecem! Vocês são monstros horríveis! Meu bebê... Nãooo! Meu bebê! Eu não posso perdê-lo! Nãooo...

Uma enfermeira entra, aplica uma injeção em mim, deve ter sido algum tipo de sedativo, pois, logo, adormeço.

Quando acordo, sinto um vazio muito grande, não tenho mais dois corações batendo dentro de mim. Olho para o lado, e vejo Oliver, ele está sentado na poltrona, ele está com os olhos vermelhos, parece que estava chorando.

— Ava! Como você se sente?

💭Sério? Ele me destruiu, matou a única coisa boa que existia em meio a todo esse inferno. E ele me fez essa pergunta? 💭

Não respondo, apenas, viro para o outro lado, e deixo as minhas lágrimas caírem em silêncio. Não quero olhar para o assassino do meu filho, pois, é isso que Oliver é.

— Ava, olha pra mim. Eu sinto muito, também estou sofrendo. Não queria que chegasse a esse ponto, dr*ga! Mas, minha mãe está doente, você a agrediu, e... Perdi a cabeça, me perdoe meu amor, eu queria esse filho tanto quanto você... No futuro, nós vamos ter outro filho, e você voltará a sorrir, meu amor.

Permaneço em silêncio, tudo o que eu quero é poder ficar sozinha com a minha dor.

Alguns minutos depois, os meus pais, Henrique e Alice, Vladimir e Isabel, entram no meu quarto. Não quero conversar com ninguém nesse momento, tudo o que eu quero, e ficar só, então, fecho meus olhos, fingindo estar dormindo.

— Minha filha...( Ouço minha mãe falar, chorando)

Alguém se aproxima, e começa a acariciar os meus cabelos.

— Oliver, como isso aconteceu? ( Meu pai pergunta com a voz embargada.)

— Ela...

— Ava estava no banho, escorregou, perdeu o equilíbrio, e acabou batendo a barriga na banheira. Escutamos Ava gritando por socorro, Oliver correu para o seu quarto e a encontrou sangrando. Imediatamente, a trouxe para o hospital, mas, infelizmente, ela perdeu o bebê. ( Isabel fala, mentindo para todos.)

— Ela fez uma curetagem, deve estar sonolenta por conta da anestesia. (Oliver)

— Vamos deixar vocês com Ava, filho, vamos, você precisa descansar e comer algo.(Vladimir)

Vladimir, Isabel, e Oliver, se despedem, me deixando a sós com minha família. Então, abro meus olhos, minha mãe percebe, e me toma em seus braços.

— Mãe...( Começo a chorar em meio a soluços )

— Chora, filha, põe essa dor para fora. ( Minha mãe fala, chorando junto comigo)

— Ava, eu sinto muito.(Alice fala dando um abraço triplo)

Depois de alguns minutos abraçada com a minha mãe e Alice, Henrique e o papai também abraçam-me e choram junto comigo.

No dia seguinte, volto para a mansão Foster. Saber que estava grávida, que tinha uma vida crescendo dentro de mim, tinha me dado combustível para continuar, mas agora, eu queria ter ido com meu bebê, a minha vida não tem muito sentido.

Os dias vão passando, eu quase não me alimento, as vezes, quando a minha mãe e a Alice vem visitar-me, conseguem me fazer engolir algo. Oliver teve que me levar algumas vezes no hospital, por conta da fraqueza, e da tristeza que não saia de mim, desmaiei algumas vezes. Depois que perdi o meu filho, um vazio ficou, e nada do que eu faça, vai poder preenchê-lo.

Oliver

Eu fui um imbecil com Ava, ela tem razão em me chamar de monstro, dei lugar a irá, e acabei causando o aborto.

Ava não olha mais nos meus olhos, o brilho que ela tinha, desapareceu. Não conversa mais comigo, e vive calada no seu quarto. Eu tento, agrada-lá de todas as formas possíveis. Compro presentes que, nenhuma mulher em perfeito juízo, rejeitaria.

Me sinto muito mal, todas as vezes que olho para ela, e vejo a tristeza em seu olhar. Vou até o quarto, hoje vou tentar fazer algo diferente, para tentar fazer ela sair dessas quatro paredes.

Entro no quarto, tudo está muito quieto, como sempre. Ouço o barulho do chuveiro ligado, espero alguns minutos, e o barulho continua. Vendo que tem algo de errado, abro a porta do banheiro, e levo um susto quando me deparo com bastante sangue no chão.

— Ava, o que você fez? (Falo pegando ela nos meus braços, e novamente, a levando para o hospital.)

Ava está desacordada, ordenei que o motorista acelerasse, eu tinha que estancar o sangramento dos seus pulsos, ela não pode morrer.

Fico desesperado, eu sou a causa disso tudo, eu destruí a vida de Ava Jones, ao ponto dela querer tirar a própria vida.

Depois de algumas horas, o doutor fala que Ava esta estável, teve que receber uma transfusão de sangue, e está fora de perigo. Me sinto mais leve, em saber que ela não morreu, não posso perder você, Ava.

Ligo para sua família, e rapidamente, todos já estão no hospital.

Eu iria contar a Ava, que ela poderia voltar a trabalhar no mesmo hospital de antes, talvez, fazendo o que ama, poderia voltar a ser feliz.

Me sento ao lado da sua cama, ela esta um pouco pálida, mas, não deixa de ser linda.

— Eu Preciso que você fique bem, meu amor.

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