Capítulo 4

CHUVA

Estou trabalhando neste lugar há um mês, me sinto muito bem porque aqui ninguém conhece meu passado, nem por tudo que acontece, muito menos pelos infortúnios que ocorreram na minha vida em noites de tempestade, ninguém pergunta nada e também não comento isso, o Sr. Brown e sua esposa são muito reservados, desde que estou aqui só os vi algumas vezes, quando é lua cheia eles nos dão folga à noite, mas como não tenho para onde ir me permitem ficar no meu quarto enquanto não saio de lá, o que faço sem problemas.

Já sonhei várias vezes com o lobo que vi na cachoeira quando vinha aqui, não sei por quê.

Hoje o Sr. Brown terá uma reunião de negócios com um sócio e seu filho, então deixamos a casa impecável para ele recebê-los e foi preparada a refeição mais elegante de todas. Na hora do almoço, Aurora ficou encarregada de levar tudo. Eu Na cozinha, quando terminei, me deixaram sair para tomar um pouco de ar quando encontrei a pessoa que menos esperava.

— Então você está escondida aqui, sua maldita assassina — , Diego grita comigo com desprezo.

Eu já te disse que não sou uma assassina e me deixe em paz, respondi enquanto tentava me afastar dele antes que alguém nos veja e ouça suas bobagens.

— Você me respeita — o idiota grita e me agarra pelos cabelos. Tentei me soltar, mas ele era muito forte. De repente o céu ficou nublado.

Você é de verdade,você está causando a mudança no clima, você é uma bruxa, —

Diego grita comigo sem soltar.

Você é louco, essas coisas não existem, me deixe ir —

gritei com lágrimas nos olhos.

— Você não está ouvindo, deixe-a ir — ouve-se a voz do Sr. Brown e Diego me solta, fazendo-me cair no chão.

Quando me levantei e olhei ao lado do Sr. Brown, o pai de Diego estava lá.

 Agora, você pode me explicar o que está acontecendo aqui? —

perguntou o Sr. Brown.

Vou te explicar amigo, vamos até seu escritório sim, aqui é o pai do Diego falando.

 Bem, vá para o seu quarto e não saia até que eu ordene —

ordena o Sr. Brown.

— Sim, senhor — , respondi e caminhei o mais rápido que pude para o meu quarto.

Eu sabia que o pai do Diego contaria tudo para ele e com certeza hoje seria meu último dia aqui e para piorar as nuvens anunciavam uma grande tempestade, não sei como antes mesmo de reconhecer o Diego o céu estava limpo.

A espera no meu quarto parecia eterna, fiquei duas horas ali ouvindo o vento e os trovões provocados pelas nuvens de tempestade, alguém bateu na minha porta e era a Sra. Brown.

Raiane, o parceiro do meu marido e o filho dele nos contaram a versão deles da sua história, agora quero saber a sua? —

a Sra. Brown perguntou e não tenho escolha a não ser contar a verdade a ela.

— Senhora Brown, eu juro que não sou uma assassina. Vou contar tudo o que aconteceu. —

Eu contei tudo desde o dia em que nasci e como fui tratada na cidade onde nasci, também o que aconteceu quando cheguei aqui e como vim pedir emprego.

 —  Raiane, o que você sabe sobre seu pai? —

pergunta a senhora.

Nada, a única que poderia te dizer quem ele  era é minha mãe, mas ela morreu no dia em que nasci —

respondi.

— Você acredita na magia da chuva? —

a senhora perguntou, pegando minha mão.

— Na verdade não —  respondi.

—  Por que você não acredita? —  Sra. Brown

Não sei, se existisse algo parecido com magia, suponho que muitas pessoas a usariam para resolver seus problemas —

eu disse.

Talvez seja porque muito poucas pessoas têm acesso à magia —

diz a Sra. Brown.

—  Não sei, mas o que isso tem a ver comigo? —

perguntei.

—  Nada, mas como de repente começou a chover, o companheiro do meu marido vai ficar esta noite, peço que não saia do quarto até que eles tenham saído, aparentemente eles são muito supersticiosos e não queremos outro incidente como o de um tempo atrás, então fique aqui, depois que eles saírem você pode voltar ao seu trabalho —

explicou a Sra. Brown.

—  Então não estou demitida? —

perguntei surpreso.

Não, você pode ficar. Você não fez nada de errado. As pessoas estão te julgando por algo que você não fez, pelo menos não conscientemente. Então, descanse. Amanhã, quando eles forem embora, você voltará a trabalhar —

disse a Sra. Brown e me deixou sozinha no meu quarto.

Olhei pela janela e o céu parecia cair, o que me assustou porque quando chove assim sempre acontece uma tragédia na minha vida e eu não queria que nada acontecesse com ninguém.

Com medo me troquei e fui para a cama implorando a Deus que a tempestade passasse e que nada de ruim acontecesse com ninguém, não quero que me olhem aqui como os moradores da cidade fizeram, isso me causaria mais dor.

Tremendo de medo, fiquei na cama, nem jantei por causa do Diego, ele é um idiota que espero não ver mais depois de hoje, embora esteja feliz que o Sr. Brown

preste atenção nele e no pai dele e não me demitiram porque se me expulsassem daqui eu não saberia para onde ir, me sentiria sozinha e perdida novamente.

Depois de um tempo a tempestade se acalmou, não houve mais ventos e os trovões deixaram de ser ouvidos, o que me deixou infinitamente grata, pois finalmente consegui fechar os olhos e adormecer profundamente.

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Comments

Maria Isabel Souza

Maria Isabel Souza

ela deve ser filha da deusa das chuvas ou algo assim

2024-03-25

15

Ruth Silveira

Ruth Silveira

tomara que dê TD certo pra chuva

2024-03-21

1

Mellika Duarte

Mellika Duarte

Será que morreu alguém

2024-03-19

0

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