Capítulo 16

Minha linda chuva está um pouco resistente, mas sei que já sente algo por mim. Vejo quando ela recebe meus pequenos gestos, por mais insignificantes que sejam. Seus belos olhos brilham e seu sorriso ilumina seu rosto. Ela tenta disfarçar, mas seus olhos e o clima não mentem. Os dias têm sido muito ensolarados e bonitos. Hoje decidi tentar pedir uma chance para nos conhecermos. Espero que ela diga sim.

Meu avô foi embora há uma semana e ainda não temos notícias dele, mas a chuva aceitou ir comigo até a cachoeira hoje. Vamos nadar e também levaremos comida para não termos que voltar tão cedo.

Ela é linda e a cada dia fico mais louco por ela. Espero ter uma chance com minha linda chuva, principalmente porque a lua cheia está chegando, e se meu avô não reaparecer, ela é a única que pode me controlar e me dar a paz que preciso para não machucar ninguém.

- Alis\, está tudo pronto? - perguntei ao entrar na cozinha.

- Sim\, já está tudo na cesta\, até incluí sobremesas - respondeu Alis.

- Obrigado\, Alis\, você é a melhor - comentei.

Peguei a cesta e fui até o quarto da chuva.

- - - TOC TOC- - -

- Entre - respondeu a chuva.

- Está pronta\, linda? - perguntei ao entrar no quarto.

- Sim\, estou pronta - respondeu um pouco envergonhada.

- Então vamos - ofereci minha mão e ela a segurou.

Saindo do castelo de mãos dadas, eu queria ir a cavalo, mas a chuva queria caminhar pela floresta, e por ela, eu faria qualquer coisa. Então fomos a pé até o rio, que fica um pouco longe, mas o tempo passa muito rápido ao seu lado. Percorremos o caminho em silêncio, e ao chegarmos ao rio, deixamos nossas coisas na margem, nos trocamos e entramos para nadar. Minha linda chuva fica ainda mais bonita de maiô.

- Chuva\, posso te perguntar uma coisa? - indaguei e ela ficou me olhando.

- Sim - respondeu a chuva.

- Você gosta de mim? - fui direto.

- Por que você me pergunta isso? - perguntou a chuva.

- Porque você sabe que gosto de você\, não só como amiga. Quero que sejamos algo mais\, por isso quero saber se você gosta de mim\, mesmo que um pouco - respondi.

- É que não sei o que te dizer. Não sei o que sinto. Nunca namorei ninguém\, nunca tive um namorado e sempre estive sozinha - respondeu a chuva.

- Mas você gosta da minha companhia\, o que sente quando estou perto de você? - interroguei.

- Bem\, gosto da sua companhia\, minhas mãos suam e fico nervosa quando você está por perto. Gosto muito dos gestos que sempre tem comigo - respondeu a chuva\, um pouco nervosa.

- Então? Vamos tentar namorar\, sair para o cinema\, para comer ou passear\, como hoje. O que você acha\, chuva? Quer ser minha namorada? - perguntei\, segurando suas mãos entre as minhas.

- Não sei\, e se algo acontecer com você por minha causa? Não quero que nada te aconteça - respondeu a chuva\, um pouco preocupada.

- Vamos fazer um acordo. Aceite ser minha namorada por um período de teste. Se vermos que estou correndo algum perigo ao seu lado\, prometo que vou me afastar sem resistência. Mas por favor\, aceite ser minha namorada - supliquei praticamente.

- Você promete que vai se afastar se houver algum perigo? - perguntou a chuva.

- Prometo - respondi.

- Então\, sim\, aceito ser sua namorada por um período de teste - respondeu ela\, e eu\, feliz\, me aproximei dela e aos poucos juntei nossos lábios em um beijo terno e doce.

- Você não vai se arrepender\, minha linda namorada. Agora vamos comer alguma coisa - estendi minha mão e juntos saímos do rio.

Comemos na margem do rio. Contei à chuva um pouco sobre minha infância e ela me contou sua história triste. Como não a conheci antes para defendê-la de todos, mas agora que ela está aqui comigo, vou mimá-la e protegê-la com minha vida, se necessário. Ela acredita que me afastará se eu estiver em perigo, mas isso jamais acontecerá. Agora que ela aceitou ser minha namorada, será para sempre. Não permitirei que nos separemos por nenhum motivo.

Passamos a tarde inteira no rio, entre risadas e alguns beijos. Nadamos, brincamos e, quando estava escurecendo, saímos da água e nos preparamos para voltar ao castelo.

- Temos que ir embora agora\, não trouxemos lanternas e está escurecendo - comento\, recolhendo as coisas.

- Tranquilo\, hoje teremos lua cheia\, então a noite será muito iluminada - responde a chuva\, olhando-me surpresa.

- O que você disse? A lua cheia é amanhã - falo nervoso.

- Não\, eu tenho o calendário lunar e tenho certeza de que hoje é lua cheia - responde a chuva.

- Isso não pode ser\, eu vi o calendário da cozinha e dizia que a lua cheia é amanhã - comento.

- Esse calendário é antigo\, acho que é do ano passado. O senhor William colocou o novo em seu escritório\, mas por que a lua cheia é importante? - pergunta a chuva e eu estou à beira de um colapso.

- Temos que chegar ao castelo antes de anoitecer - digo\, pegando tudo e começamos a andar rapidamente.

- Vá mais devagar\, não sei o que está acontecendo\, mas mesmo se corrermos\, não chegaremos ao castelo antes do anoitecer. O que está acontecendo com você? - fala a chuva preocupada.

- Amor\, prometa-me que aconteça o que acontecer\, você não me deixará sozinho. Você estará aqui segurando minha mão para me acalmar - supliquei.

- Não sei o que está acontecendo\, mas prometo não te deixar sozinho - responde ela\, e a beijo. Só espero que sua companhia seja suficiente para chegarmos ao castelo sem eu me transformar\, como não percebi que aquele não era um calendário atualizado.

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