Capítulo 13

CHUVA

Quando tive que servir o café da manhã com Alis, fiz o melhor que pude e o neto dos Brown ficou olhando para mim e isso me deixou muito desconfortável, embora deva admitir que ele é muito bonito e seus olhos azuis são muito lindos, ele lembra eu do lobo cinzento que vi algumas noites atrás, mas tive que ficar longe dele, ele é neto dos patrões, é melhor manter distância ou assim pensei quando chegou a nossa vez de tirar a mesa e para meu azar o jovem ainda não tinha terminado de comer., então Alis me mandou ficar e esperar ele terminar, eu pretendia ficar calado e esperar mas ele não pretendia o mesmo. No final ele decidiu que iríamos sair para passear, eu não pretendia ir mas depois da refeição Alis me informou que eu tinha a tarde livre, eu não estava disposta a sair com ele, então fui para o meu quarto para tentar evitar sair, mas o jovem não facilitou para mim, cada desculpa que eu dava a ele ele procurava uma maneira de mudar isso. De qualquer forma, quando ele saiu e me deixou para me trocar, eu fiz isso com relutância porque sabia que se não o fizesse, ele me levaria de qualquer maneira. Assim que fiquei pronto, saí do meu quarto para encontrar Patrick.

Quando cheguei no estábulo o vi com dois dos melhores cavalos que sua família tem, aliás toda vez que os alimentamos fico admirando-os, quando o patrício percebe minha presença ele se vira para me ver com seu sorriso perfeito, ele realmente é muito bonito, mas não devo ter nada com ele.

"Pronto para a nossa caminhada?" ele pergunta com um grande sorriso.

"Não tenho outra escolha", respondi e ele sorriu ainda mais.

- Vamos\, - Patrick

Ele me ajudou a montar no cavalo e depois montou no dele, juntos começamos um passeio pela floresta, eu já tinha viajado por ela antes e a verdade é que a cavalo é muito melhor, sei cavalgar porque nos dias tínhamos liberdade e eu não saí do castelo, alguns cavaleiros me ensinaram a montar, embora eu prefira caminhar ou correr.

- Você gosta de estar aqui tão longe de todos? Patrício perguntou

- Sim\, gosto de ficar longe da cidade\, não me sinto seguro com muita gente por perto\, - respondi honestamente.

- Eu cresci na cidade tem muita gente lá\, acho que por isso me sinto um pouco perdido nesse lugar\, apesar de ser um lugar legal\, - diz Patrício

- Já estou acostumado a ficar sempre sozinho - respondi.

- Bem\, sinto muito em lhe dizer que você não estará mais sozinho - Patrick falou com um sorriso.

"Por que você está me contando isso?", perguntei.

- Bom\, vou te mostrar que sua vida será melhor comigo e minha família nela\, então será você quem não vai nos querer longe da sua vida - ele responde com muita segurança.

- Se você tem tanta certeza de que está à frente\, - expresse

Cavalgamos em silêncio por um longo tempo até chegarmos na cachoeira, o cavalo dele tomou banho e ele me ajudou a descer, sentamos em uma pedra na beira do rio, tiramos os sapatos e colocamos os pés na água.

- Você gosta deste lugar? - Patrick quebra o silêncio.

“Sim, é muito bonito e tranquilo, só se ouve o som da água e nada mais”, respondi.

“Você é ainda mais bonito e transmite muita paz, Lluvia”, disse Patrick com um sorriso.

- Por que você está assim comigo? - perguntei diretamente.

“Não sei, talvez seja porque gosto de você”, ele responde, me deixando um pouco surpreso.

- mas não pode ser\, você não me conhece\, a primeira vez que conversamos foi hoje de manhã\, por que você gostaria? - questionei novamente

“Porque você é linda, em seus olhos posso ver que você é única, e pelo que seus avós me contaram você tem um coração grande, mesmo que as pessoas tenham te machucado, você nunca foi capaz de machucar ninguém”, responde.

- Seus avós são pessoas muito boas\, sou muito grato a eles por tudo\, mas não posso lhe oferecer mais do que amizade - respondi.

- porque? Diga-me por que não posso aspirar a ser mais que seu amigo? - questionou Patrício.

“Não quero que ninguém se machuque, as pessoas que mais me amaram na vida estão mortas, não quero sentir isso de novo”, respondi com tristeza.

“Nada vai acontecer comigo, então não vou me contentar em ser apenas seu amigo”, ele responde sério.

Não sabia o que responder, fiquei em silêncio ao lado dele, ficamos um tempo na cachoeira e depois voltamos para o castelo, já estava escurecendo e tive que ajudar no jantar, me senti muito estranho , eu não sabia o que iria acontecer com o Patrick, não vou negar que ele é muito bonito e seus olhos por algum motivo me atraem, mas tenho medo, medo de que algo ruim possa acontecer com ele, minha mãe morreu quando eu nasci no meio de uma tempestade, meus pais adotivos morreram quando eu tinha três anos no meio de uma tempestade, a senhora que decidiu cuidar de mim mesmo que todos lhe dissessem que eu era um assassino, ela também morreu e eu tenho medo, medo de sentir algo pelo Patrick e que algo aconteça com ele, que ele nunca me perdoe, mesmo que ele insista, eu tenho que ficar longe dele, a única coisa que pode e deve existir entre nós dois é só uma amizade e nada mais, tenho medo que ele se machuque e se isso acontecer a família dele jamais me perdoaria.

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