Capítulo 18

Você pode vir comigo? Quero te levar à um lugar. - ele diz, segurando minha mão.

- Claro! Mas nós não iamos correr? - pergunto, confusa.

- Nós vamos. Mas antes quero te levar à um lugar importante pra mim. Pode ser?- ele acaricia meu rosto. - Depois eu te levo pra empresa.

- Pode, claro. Eu só preciso pegar minhas coisas, já que não vou voltar em casa. Você me espera?

- Não saio daqui sem você. - ele sorri e senta na cadeira que temos na varanda da minha casa. - Mas espero que não demore muito...

-Não vou! - falo, já entrando em casa e indo até o meu quarto.

Pego minhas coisas, material da faculdade, itens de higiene e umas roupas também.

Já que vou direto pra empresa, vou tomar um banho no banheiro que tem na sala da Sta. Sanchez. Ela disse pra usá-lo, caso precisasse de um banho, antes de ir pra faculdade. Então, hoje eu vou precisar, pois não posso começar a trabalhar toda suada depois de correr.

Ajeito tudo e desço. Meu pai saiu cedo, tinha que preparar o time pro treino de hoje, porque semana que vem serão as finais do campeonato. Minha mãe saiu às 4 da manhã, está de plantão, e só volta à noite, e o meu irmão já foi pra faculdade. Então eu ia dizer ao Noah que o café da manhã em família ficaria pra outro dia...mas isso me faz lembrar que...espera, eu e Noah estamos sozinhos?!

Esse pensamento me faz sentir uma sensação estranha, um calor que sobe pelo meu corpo e vai se concentrando e me fazendo arrepiar...Alessa Collins, se controle!

Sacudo a cabeça, afastando esses pensamentos totalmente inapropriados! Saio de casa e, assim que os olhos do meu namorado pousam sobre mim, sinto novamente aqueles calores, tamanha a intensidade com que ele me olha.

Eu posso ver o brilho em seus olhos. Há tanto naqueles profundos olhos azuis...eu posso ver amor, carinho, paixão e...desejo.

- Aconteceu alguma coisa, meu amor? - ele pergunta, se aproximando.- Suas bochechas estão vermelhas...

- Não! - falo, rapidamente. - Eu só...acho que..estou com calor, é isso!- concluo.

- Alessa, o dia está nublado, com um vento gelado, e ainda são 7 da manhã. Como você pode estar com calor, meu amor? - ele para e me observa por alguns instantes. - Seus pais estão em casa, minha princesa?

- Eles...ham...saíram cedo...e, meu irmão ele...foi pra faculdade, então...

- Então você está constrangida por estarmos sozinhos, é isso? - ele me olha, com carinho. - Não se preocupe, meu amor. Eu não vou tentar nada com você. Inclusive, acho melhor sairmos logo daqui, pois não quero que os vizinhos pensem algo ruim à seu respeito ou façam fofocas maliciosas para os seus pais. - ele beija minha testa e segura minha mão, saindo da varanda e caminhando ao meu lado até seu carro, abrindo a porta pra mim, como um perfeito cavalheiro.

Ele todo preocupado com a minha reputação e eu, com as faces vermelhas, pelos pensamentos completamente impróprios que tive com ele. Alessa, o que está acontecendo com você menina!?

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Seguimos de carro, e por mais que eu perguntasse onde estávamos indo, Noah não me dizia, ele só me pedia pra esperar, que logo eu saberia.

Quando ele estacionou próximo ao Central Park, eu fiquei intrigada.

- Noah, porque me trouxe aqui? - eu perguntei, curiosa.

Ele não disse nada, apenas abriu a mala do carro, pegou uma bolsa e segurou minha mão, caminhando em direção à uma área onde tem uns bancos.

- Noah, você não está planejando me sequestrar, sumir comigo ou algo assim, está? - falei, sorrindo.

Ele parou no mesmo instante e se virou pra mim, me encarando de um jeito tão sério, que desfez meu sorriso na mesma hora.

- Eu nunca, ouviu bem, nunca faria nada de mal a você, Alessa! Entendeu?! - ele continua sério.

- Ok...me desculpa, foi só uma brincadeira. - falei, chateada com a reação dele. - Também não precisa ficar bravo!

Ele fecha os olhos e dá um longo suspiro, então, se vira pra mim, com o olhar carinhoso de sempre.

- Me desculpe, meu amor. Eu só estou um pouco nervoso e inseguro, só isso.

- Porquê? - questiono. - Você me trouxe aqui, todo misterioso, e agora está todo estranho. Eu estou bem confusa se quer saber. - falo, bufando baixinho.

- Amor...- ele beija minha mão, inda entrelaçada à dele. - Eu ...eu tenho medo da sua reação depois de ouvir o que tenho pra te falar e...- ele respira fundo algumas vezes, antes de continuar. - O que eu preciso te contar, vai me fazer lembrar de coisas que me machucaram, então, é difícil pra mim...

- Então não me conte! - eu falo, abraçando ele, encostando minha cabeça em seu peito. - Eu só preciso do Noah que eu conheci ontem. O homem que mexeu com meu coração e...- levanto minha cabeça pra olhar em seus olhos.- O homem por quem eu sei que estou me apaixonando.

- Meu amor ...- ele sorri e me beija. Um beijo tão apaixonado, tão especial, carinhoso, doce, que eu poderia passar horas, dias, assim envolvida nesses braços, nesse beijo...

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