Capítulo 16

Alessa

Sabe aquela sensação de estar vivendo algo tão bom e ter medo de acordar e tudo ter sido um sonho? Pois é exatamente assim que estou me sentindo agora, deitada na minha cama, suspirando e ainda sentindo o gosto do beijo do Noah nos meus lábios.

Ele é tão lindo, carinhoso, romântico, encantador, atencioso, intenso, forte… é um príncipe, um homem completo!

Eu sinto que estou me apaixonando pelo Noah, e é meio assustador, porque além de ele ser meu chefe, eu acabei de conhecê-lo... o que me faz lembrar que ele disse me conhecer há alguns anos, mas eu não me lembro dele, por mais que eu tente.

Enfim, o fato é que esse sorriso bobo nos meus lábios e essa batida acelerada no meu coração tem um motivo, e esse motivo é loiro, alto, forte, tem olhos azuis e um beijo completamente viciante...sinto minhas bochechas corarem só de lembrar dos beijos mais intensos que ele me deu, enquanto estávamos dentro do carro dele.

Ergo minha mão, admirando a aliança em meu dedo. Como um homem pode ser tão maravilhoso assim? Me pego sorrindo mais uma vez, e essa felicidade que sinto é tão plena que me faz querer gritar o quão encantada e envolvida eu estou, com o homem mais incrível de todos.

- Nossa, o motivo desse sorriso e desses suspiros apaixonados é aquele belo rapaz que te trouxe até a porta de casa a uns minutos atrás? - minha mãe se aproxima, sentando ao meu lado e observando a aliança no meu dedo. - Uau! Acho que a coisa é séria. Já temos até uma aliança.

Eu mordo o lábio, um pouco sem jeito.

Minha mãe sempre foi minha melhor amiga. Eu converso muito com ela e sempre tivemos uma relação muito franca e sincera.

Quando ela descobriu que sofri bulling e escondi isso deles, ela não brigou comigo, ao contrário disso,ela me apoiou em tudo. Mas eu sei que ela ficou magoada por eu pensar que estaria atrapalhando a felicidade deles se contasse. Enfim, hoje isso é passado. Eu superei a depressão, superei os traumas que essa fase me causou e estou muito bem.

- Mãe..- olho pra ela e deito minha cabeça em suas pernas. - Sabe a sua história com o papai? De vocês terem se apaixonado na primeira vez que se viram e começarem a namorar no primeiro dia?

- Sim...

- Acho que a história está se repetindo comigo! - falo, suspirando. - E apesar de eu estar sentindo uma felicidade que parece não caber em mim, eu também estou com medo. - confesso.

Minha mãe sorri de um jeito carinhoso e afaga meus cabelos.

- Minha menina está crescendo! - ela diz. - E é normal você sentir esse medo, minha filha. Porque eu também senti a mesma coisa em relação ao seu pai. Nós éramos muito diferentes, eu era uma moça tímida, que cresci numa fazenda, tinha acabado de completar 18 anos e vir pra Nova York estudar enfermagem não foi uma decisão fácil,mas eu tinha esse sonho e vim buscar realiza-lo. Seu pai, por sua vez, era um homem feito, já com seus 30 anos, viúvo e com uma linda menininha de 6 meses que fez eu me apaixonar por ela logo no primeiro olhar.

Ela sorriu, parecendo recordar do dia em que ela conheceu eu e meu pai, no campus da universidade.

- Seu pai estava muito agitado, tentando organizar o material para uma palestra, porque na época ele era orientador no curso de educação física e eu, bom, eu o vi todo enrolado enquanto você resmungava no carrinho ao lado dele. Quando cheguei mais perto e vi aquela bebezinha linda, loirinha, com as bochechas rosadas e que me deu o sorrido banguela mais lindo, assim que me viu...foi amor à primeira vista, minha princesa. - os olhos dela estavam marejados. - Eu te amei desde o primeiro olhar,Alessa. E naquele momento,algo dentro de mim me dizia que você era minha filha!

- A senhora sabe que eu amo ouvir essa história, não sabe?

- Sei, meu amor. E eu amo contá-la pra você, porque me faz lembrar o quão puro e verdadeiro foi o amor que sentimos uma pela outra,e o quanto a nossa ligação é forte. E depois, é claro, eu vi seu pai me olhando com o sorriso mais lindo do mundo e, minha nossa, como aquele homem era lindo! - ela sorri ainda mais, me fazendo fingir uma careta. - O que?! Eu sou sincera! Eu não era cega, e seu pai era um homem alto, forte, barba por fazer, cabelos escuros,os músculos marcados pela camisa social justa, um olhar intenso e um sorriso que me fez tremer as pernas!

- Mamãe! - falo, segurando o riso.

- Eu não vou mentir,ué! - ela dá de ombros. - Mas eu me encantei pelo homem carinhoso, romântico, respeitador e fofo que ele era, então, passamos a tarde conversando e, quando fomos nos despedir, ele me deu meu primeiro beijo e...- ela suspirou, com os olhos brilhando. - Naquele momento, meu coração me deu a certeza de que eu tinha encontrado o único e grande amor da minha vida! Foi o meu primeiro beijo e valeu a pena esperar, porque foi perfeito e foi com o homem que eu amava, mesmo que eu ainda estivesse assustada com esse sentimento. Mas você não me deu margem para dúvidas, pois logo que chegamos ao dormitório da faculdade e eu tentei me despedir, você grudou em mim e começou a chorar, não querendo sair do meu colo. Então, seu pai se aproveitou da situação e me convidou pra ir até o pequeno apartamento onde vocês moravam. Eu acabei fazendo o jantar e logo adormeci, com você nos meus braços, na cama que era do seu pai. Então ele me acordou com um beijo suave e me pediu em namoro.

- E a senhora engasgou, assustada com o pedido repentino,deixando o papai todo enrolado e assustado.

- Foi sim. - ela sorri largamente. - Mas foi tão fofo a forma como ele se preocupou comigo. Eu me apaixonei por vocês dois e não conseguia mais ficar longe. Tanto que, uma semana depois, eu me mudei de vez pro apartamento do seu pai e...- ela desvia o olhar e dá um sorrisinho de lado.

- E...- falo, curiosa.

- E eu e seu pai tivemos a nossa primeira noite juntos! - ela fala, sorrindo. - Mas agora chega, porque eu ainda sou sua mãe mocinha. E não vou comentar sobre minha vida íntima com você.

- Eca, mãe! - falo, fazendo uma careta. - Nem eu quero imaginar a senhora e o papai...a senhora sabe..- Faço um gesto com as mãos e agora é ela quem faz uma cara engraçada.

- Então vamos falar de você! Me conte tudo o que aconteceu e porque eu vejo uma sombra de dúvida nesse olhar!?

Me sento na cama e ela acaricia minhas mãos. Então conto tudo o que aconteceu, desde o momento em que eu e Noah nos encontramos na empresa, até os calores que eu senti durante nossos beijos no carro dele.

- Hum, entendo. E você ficou insegura em dormir na casa dele e não resistir aos desejos do seu corpo?- ela questiona.

E eu sinceramente começo a pensar. Será que meu medo era o que ele poderia querer fazer, ou eu não conseguir resistir?

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