Capítulo 13

Enquanto Carla estava tomando banho, Benício continuou bebendo. Quando ela saiu, ao invés de usar suas roupas que estavam no closet, vestiu uma camisa de Benício, pois estava interessada em seduzi-lo naquele momento.

— O que está bebendo? Posso te acompanhar? — falou se aproximando dele de forma sedutora.

Carla pegou o copo de bebida que estava nas mãos de Benício, tomou um gole e em seguida começou a beijá-lo. Como já fazia algum tempo que eles não faziam nada, queria aproveitar e não queria que nada atrapalhasse aquele momento.

A princípio, durante aquele beijo, ele pensou em rejeitá-la mais uma vez, mas depois mudou de ideia, pois precisava mudar aquelas vontades e desejos que andava sentindo, que sempre sentiu e rejeitou. Quanto mais afastasse Carla, pensava que mais ainda seria dominado por aqueles sentimentos e não queria. Não aceitava que aquela anormalidade o dominasse, pois era assim que ele via aqueles sentimentos.

Benício correspondeu aquele beijo e deixou que ela continuasse o que estava fazendo. Pelo que percebia, ela nem mesmo queria ir para o quarto, já que o estava conduzindo ao sofá. Só esperava que no final não acabasse parando no meio de tudo.

Enquanto Benício tentava seguir em frente em seu ato com Carla, Adrian estava em sua casa, sentado na varanda e olhando para o céu. Seus pensamentos vagavam entre o passado e o presente. Pensava em coisas que aconteceram com ele, mas também pensava no sorriso tímido de Benício, na forma em que ele mexia no cabelo e em como Benício pareceu vulnerável durante aquela crise que teve.

— Se recomponha, Adrian. Pare de pensar naquele homem. Ele é seu chefe, hétero e ainda tem uma noiva. O que está querendo? — brigou consigo em voz alta.

Adrian entrou em casa e fechou a porta. Era melhor se deitar e tentar dormir. No dia seguinte, tinha que levantar cedo para ir trabalhar. Não poderia se dar ao luxo de perder o sono por causa daquele homem.

Adrian tentava dormir, ao mesmo tempo, em que em outro lugar, Benício parecia preocupado, enquanto estava sentado na poltrona que tinha em seu quarto e olhava para Carla, que estava adormecida na cama.

Benício estava preocupado com o fato de que quase não conseguiu terminar o que estava fazendo com Carla antes. Enquanto olhava para a silhueta dela, se lembrava dos momentos que teve com ela, mas que pensava em Adrian.

Benício já tinha bebido várias doses naquela noite. Enquanto Carla o acariciava e lhe dava prazer, ele chegou a imaginar várias vezes que fosse Adrian, só assim conseguiu terminar o que estava fazendo. Imaginou como seria o rosto de Adrian enquanto sentia prazer, enquanto ele lhe dava prazer, e chegou a ficar com medo de ter falado o nome dele durante o momento que esteve com ela.

— Isso é loucura! — resmungou enquanto se levantava e saía do quarto.

Assim que saiu daquele cômodo, Carla abriu os olhos e olhou em direção à porta. Sua expressão naquele momento era indecifrável. Ela respirou fundo e se virou para o lado oposto, ainda parecendo bem pensativa.

Na sala, Benício ainda parecia bem nervoso. Voltou a beber e andava de um lado para o outro pensando no que tinha acontecido. Ele já tinha dito que precisava visitar seu terapeuta, mas acabou não o fazendo. Viu que não poderia adiar mais, precisava desabafar com alguém.

Ele ainda demorou bastante para voltar ao quarto. Acabou que naquela noite não dormiu quase nada. Só foi conseguir pregar o olho quase amanhecendo.

Na manhã seguinte, ele se levantou primeiro do que Carla. Já tomou logo um remédio, pois estava com muita dor de cabeça. Quando saiu do banho, Carla já estava sentada na cama e deu um leve sorriso quando o viu.

— Bom dia! Você está bem? — questionou depois de ver a expressão que Carla fazia.

— Sim, só amanheci com um pouco de enxaqueca. Vou tomar um banho e beber algum remédio.

— Se precisar de alguma coisa, pode pedir para a governanta. Eu já estou de saída. Tenho algo para fazer antes de ir para a empresa — avisou a ela enquanto ajustava sua abotoadura.

— Tudo bem, eu me viro. Mais tarde, quando eu melhorar, vou passar para te ver na empresa — avisou e não perguntou se podia.

Benício fez apenas um ok com a cabeça e saiu de casa. Como ela disse que estava com enxaqueca, não viu nada de mais naquela expressão que ela fez, mas ele mal sabia que aquele semblante não era por causa de uma dor de cabeça, mas por outro motivo.

— Preciso saber se eles conseguiram fazer alguma coisa contra aquele homem. Não posso deixá-lo perto nem mais um segundo do Benício. Eu sabia que ele não era confiável — falou depois que seu noivo saiu.

Benício mandou uma mensagem para Adrian assim que saiu de casa. Avisou que chegaria um pouco mais tarde e que ele não precisaria pegar seu café naquele dia. A mensagem foi curta e objetiva. Ele queria evitar criar qualquer intimidade com ele, já que era justamente aquela pequena proximidade que tiveram que fez com que ele ficasse no estado em que estava naquele momento.

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