Benício voltou para casa e continuou a ignorar as ligações de Carla. Ele não estava com vontade de ouvir suas reclamações, muito menos a voz dela. Dirigiu-se ao banheiro, demorando um pouco na tentativa de relaxar. Embora já tivesse consumido algumas doses com seu amigo, Benício sabia que precisaria de mais para conseguir dormir. Ele pegou uma garrafa de uísque e um copo com gelo, sentou-se em sua varanda e iniciou mais uma rodada de bebedeira, enquanto seus pensamentos o atormentavam.
Adrian também demorou a pegar no sono. Recordou o momento em que se chocou com Benício no banheiro e da fragrância deliciosa que sentiu ao ficar tão perto dele, enquanto escovava os dentes e se olhava no espelho. Começou a lutar consigo mesmo.
— Esqueça esse perfume. Ele é inalcançável para você. Não se iluda. Isso só vai te fazer sofrer. Ele é heterossexual, está noivo e ainda é seu chefe. Sua prioridade é manter seu emprego, não arranjar um namorado. Então, trate de esquecer essa bobagem.
Terminou de escovar os dentes e foi se deitar, mas seus pensamentos ainda se mesclavam entre o passado e o presente, tentando convencer-se de que acabaria se magoando novamente.
No dia seguinte, Adrian amanheceu mais animado. Deu um beijo em sua avó antes de sair e chegou cedo à empresa. Ele precisava estar lá antes de seu chefe e a secretária lhe informou qual era o tipo de café que Benício gostava. Adrian deveria buscá-lo em uma cafeteria que ficava na esquina.
Como era seu primeiro dia, a secretária já havia feito a encomenda, então Adrian simplesmente pegou o café e o deixou em sua mesa para entregar assim que Benício chegasse. Algumas das tarefas que ele teria que realizar foram explicadas pela secretária, enquanto o restante seria determinado diretamente por Benício.
Assim que Benício chegou, todos notaram que ele parecia de mau humor. Adrian pegou logo o café e dirigiu-se à sala da presidência. Antes de entrar, ele recebeu um desejo de boa sorte da secretária. Se seu chefe estava realmente nervoso, Adrian sabia que iria precisar daquela sorte.
Adrian entrou na sala e cumprimentou Benício, esperando que as coisas começassem bem naquela manhã.
— Bom dia, senhor. Aqui está o seu café.
— Bom dia, Adrian. Você já sabe qual café eu gosto?
— Fui informado assim que cheguei. — Ele ainda parecia um pouco apreensivo.
— Isso é bom. Assim podemos agilizar o restante das coisas que tenho que te passar. Você parece bem, não parece nem um pouco de ressaca. — Ele mencionou a noite anterior.
— Eu não costumo beber muito, senhor. Além disso, tinha que vir trabalhar hoje, então não exagerei.
— Eu não me intrometo na vida pessoal dos funcionários, desde que não afete seu desempenho no dia seguinte. Não é da minha conta se você sair com seu irmão, amigo ou… o homem que estava com você. — Ele encontrou uma maneira de descobrir mais sobre a pessoa que estava com Adrian.
— Claro, senhor. Jamais deixaria algo assim atrapalhar meu trabalho. Como eu disse, meu trabalho é fundamental para mim. Quanto ao Eli, ele é apenas um amigo.
Benício sentiu um alívio com aquela resposta, mas, ao mesmo tempo, isso abalou ainda mais seu humor. Ele não queria pensar em Adrian daquela maneira e não podia fazê-lo. Estava noivo e prestes a se casar, planejando ter uma vida normal.
— Acredito que você seja realmente responsável e é por isso que o escolhi para este cargo. Mas vamos ao que interessa. Vou te passar o resto das instruções do que terá que fazer.
Benício começou a explicar o que esperava de Adrian como seu assistente. Ele precisaria que seus horários estivessem disponíveis quando necessário, já que Adrian teria que acompanhá-lo em almoços ou jantares de negócios.
Adrian ouvia atentamente, concordava com os termos e anotava as informações em sua agenda pessoal. Eles conversaram sobre o trabalho por algum tempo, até que foram interrompidos quando a porta foi aberta. Benício olhou em direção à porta, expressando desgosto ao ver quem era.
— Senhor, peço desculpas, mas ela não esperou ser anunciada. — A secretária se desculpou.
— Tudo bem, pode ir. — Benício dispensou a secretária.
— Sou a sua noiva. Agora preciso de permissão para entrar na sua sala? — Ela falou, cruzando os braços de forma arrogante.
— Sim, precisa. Esta não é a sua casa, nem a minha. Este é o meu local de trabalho. Peço que tenha mais respeito. Eu poderia estar em uma reunião importante ou com algum cliente. Você não pode e não tem o direito de entrar aqui sem permissão, apenas porque é minha noiva. — Ele respondeu com irritação.
Adrian havia acabado de conhecer a noiva de Benício da pior forma possível e a situação estava se tornando constrangedora. Ele não sabia se deveria sair ou permanecer na sala, mas ao olhar para a noiva de Benício, ele teve certeza de uma coisa: ela era muito bonita e parecia ser bastante rica. Não havia motivos para Benício olhar para ele.
— Adrian, você poderia nos dar licença, por favor? — Benício pediu, mantendo seu olhar na noiva.
Adrian apenas assentiu com a cabeça e saiu da sala. Ele não queria ficar no meio daquele fogo cruzado, pois poderia acabar sendo arrastado para a situação.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
Yedan Sonaecon
viva a vida, sem vergonha
2025-02-16
2
Expedita Oliveira
Sem comentários ... 🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭🤭
2024-12-14
0
Loidy Ruth
Cirúrgico.... Adoro.
2024-11-10
2