No escritório, Benício estava lidando com uma série de problemas, incluindo sua empresa, o acidente do dia e a pressão relacionada ao casamento iminente. Tudo isso estava sobrecarregando sua mente.
— Meu amor, você não me disse ainda o que aconteceu exatamente. Como foi esse acidente em que você se envolveu? Você se machucou de alguma forma? — Carla perguntou, demonstrando preocupação.
— Não, não sofri nenhum ferimento. Na verdade, a outra pessoa se machucou. — Benício respondeu com um semblante preocupado.
Carla retrucou:
— Mas o que esse idiota estava fazendo para não olhar antes de atravessar? Você já parou para pensar que ele pode estar querendo tirar dinheiro de você?
Carla estava dando sua opinião, mas não tinha todos os detalhes sobre a situação. As palavras dela adicionavam mais um elemento de tensão ao dia já estressante de Benício.
— Não exagere, Carla. Como você pode pensar que o cara se jogou na frente do carro? Se eu estivesse em alta velocidade, ele poderia ter se machucado ainda mais. — Benício respondeu, tentando explicar o ocorrido e minimizar a situação.
Carla vinha de uma família rica e era conhecida por seu comportamento mimado e arrogante. Às vezes, Benício lutava para tolerar sua futilidade, e várias vezes considerou terminar o noivado. No entanto, a pressão dos pais de ambos e o fato de que ele precisava se casar para manter seu segredo em segurança o mantinham nessa relação.
— Deixemos isso de lado. Como você mesmo disse, você não está machucado, e isso é o que importa. Que tal sairmos para jantar esta noite? Assim podemos falar sobre o casamento e nos divertir um pouco. O que acha? — Carla fez o convite, passando a mão no peito de Benício de maneira sensual.
Benício sabia exatamente onde ela queria chegar. Embora pudesse estar disposto a jantar com ela, ele não estava com disposição para ir além daquilo naquela noite. Seu desejo não estava à altura das expectativas de Carla, que vinha reclamando que eles mal tinham intimidade ultimamente.
— Sim, nós podemos jantar. Eu passo para te pegar à noite. Mas agora tenho muito trabalho acumulado, já que perdi a manhã toda devido ao acidente. — Benício respondeu, dispensando Carla de imediato.
Carla concordou e lhe deu um beijo. Ela estava acostumada com as constantes evasivas de seu noivo, embora estivesse profundamente insatisfeita com a situação. Às vezes, ela se questionava se ele estava envolvido com outra pessoa, pois não conseguia encontrar outra explicação para a resistência dele em ter intimidade com ela. Carla estava determinada a descobrir a verdade, caso sua suspeita se confirmasse.
Benício não tinha uma amante, mas carregava consigo um segredo que considerava um fardo. Apenas duas pessoas conheciam essa parte de sua vida: seu terapeuta e seu melhor amigo, Danilo. Os dois se conheceram na faculdade e, desde então, Danilo tinha sido um apoio constante para Benício, testemunhando muitas de suas crises e fazendo o possível para ajudar o amigo.
O restante da tarde foi consumido pelo trabalho, mas de tempos em tempos, Benício ainda lembrava do homem que atropelou. Ele se questionava se o homem estava realmente bem e lamentava não ter pegado seu número de telefone. A imagem das costas largas do homem ao vestir a camisa também permanecia em sua mente.
— Eu dei meu número. Se ele precisar de algo e não ligar, isso não é mais problema meu. — Ele disse a si mesmo, olhando pela janela de vidro do escritório.
Benício trabalhou até a noite naquele dia. Lembrou-se de seu jantar com sua noiva apenas quando ela enviou uma mensagem avisando que estava pronta. Ele suspirou e fechou o notebook, pegou suas coisas e deixou o escritório. Embora estivesse disposto a jantar com Carla, não tinha vontade de prolongar a noite. Seu desejo era descansar.
Depois de jantar com sua avó e ajudar com a louça, a alegria de Adrian ainda estava presente. Ele foi para o seu quarto para verificar se os papéis em sua pasta não estavam sujos ou havia perdido algum devido ao acidente. Após a verificação, ele constatou que estava tudo em ordem. Era uma precaução para evitar distrações no dia seguinte e para evitar imprevistos semelhantes aos que ocorreram naquele dia.
Enquanto fechava sua pasta, Adrian notou o cartão que o homem que o atropelou havia lhe entregado. Foi nesse momento que ele finalmente prestou atenção no nome impresso no cartão.
— Esse sobrenome… não pode ser possível! — Adrian ficou incrédulo com o que passou por sua mente.
Até aquele momento, Adrian não tinha feito a conexão entre o sobrenome daquele homem e a empresa na qual faria a entrevista de emprego. Depois de ponderar sobre essa possibilidade, pegou seu celular e realizou uma pesquisa relacionada a esse nome. Sua suspeita foi confirmada quando viu a foto que apareceu nos resultados da pesquisa.
— Isso é surreal. Não acredito que fui atropelado pelo CEO da empresa em que quero trabalhar — Adrian sorriu, ainda incrédulo, mas animado com a reviravolta inesperada em sua vida.
Adrian considerou a ideia de enviar uma mensagem para o CEO da empresa explicando a situação, mas logo mudou de ideia. Ele não queria entrar na empresa contando com favores ou privilégios; preferia ser avaliado com base em suas próprias habilidades. Portanto, decidiu não mencionar o acidente ou pedir qualquer ajuda especial. No entanto, não pôde evitar pensar como seria ter que ver o CEO todos os dias, caso conseguisse a vaga naquela entrevista.
No restaurante, Benício fez questão de comer o mais rapidamente possível para poder sair logo. Carla estava animada, acreditando que ele estava com pressa para levá-la para seu apartamento. No entanto, ela percebeu que algo estava errado quando o viu seguindo em direção à casa dela e quis uma explicação.
Carla expressou suas suspeitas de forma direta:
— Achei que estávamos indo para o seu apartamento, Benício. Imaginei que fosse por isso que estava com tanta pressa para terminar o jantar. Será que pode me dizer qual é o seu problema? Você vive fugindo de mim, parece até que perdeu o interesse. Você tem uma amante?
Benício fez uma manobra e parou o carro no acostamento. Ele olhou para Carla, com um semblante sério.
— Eu vou me casar com você, não vou? Acontece que há alguns problemas na empresa que estão me deixando cansado. Será que é tão difícil para você entender isso? Você mesma está reclamando que não tenho tempo para você e que não estou interessado. Acha que tenho tempo para ter uma amante? Estou sem um assistente, você sabe disso. Depois que eu conseguir outra pessoa, acredito que as coisas vão se acalmar. Até lá, peço que tenha um pouco de paciência.
Após expressar sua explicação de forma séria, Benício retomou a direção. A desculpa que ele deu a Carla era a mesma que utilizava frequentemente para não revelar a verdade sobre si mesmo, algo que ele não aceitava. Ele desejava que as coisas se tornassem mais fáceis e acreditava que, ao se casar, todos os problemas se resolveriam.
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Atualizado até capítulo 82
Comments
briele
sua história é muito boa a forma como vc descreve as coisas q acontece e clara e quando começo a ler n quero para kkkk
2023-10-23
110
NECROS
então essas costas deve ser uma delícia pra pensar nelas assim
2025-02-21
0
NECROS
o dinheiro eu vou tira da sua bunda cachorra vai viça pra outro lugar
2025-02-21
2