Capítulo 18

Lili

Passei a manhã lendo algum livro no qual não prestei atenção em nada, porque os meus pensamentos eram todos dominados por uma pessoa e no que ela estava fazendo.

Cheguei até a imaginar que eles estavam se despedindo como nos filmes, “tendo uma última vez” esse pensamento é bobo eu sei, mas não consegui evitar, e quanto mais o horário do almoço se aproximava, mas eu pensava neles juntos.

Perto do horário do almoço eu me arrumei, passei o meu melhor hidratante, fiz uma maquiagem delicada coloquei um vestido que valorizava as minhas curvas, e uma sandália de tiras

- Tudo isso é para o Paul? – mamãe pergunta e eu fico vermelha, é impossível não ficar corada, mesmo que eu não esteja fazendo isso pelo Paul.

- Claro que não mamãe – eu digo fingindo que estou chateada – ele talvez nem apareça porque está com a namorada, eu estou cansada de ficar em casa como uma pessoa adoentada, gravidez não é doença, eu quero ficar linda para o meu filho.

- Eu sei filha – diz e eu sei que ela ainda acredita que seja pelo Paul, também não vou mentir que quero que ele me veja linda – ele não está namorando com aquela menina da festa do casamento do seu irmão.

- Com base no que a senhora diz isso? – indago colocando um brinco, talvez eu esteja me arrumando porque quero renovar também as minhas fotos nas minhas redes sociais.

- Eu o criei meu bem, ele jamais seria capaz de trair alguém – diz com convicção, nessa parte eu concordo, uma das maiores qualidades do Paul é essa, mas pensando no que passou duvido que queira repetir os erros do pai.

- Eu sei mamãe – digo e vou até a minha cama me sentar ao seu lado – Paul tem um coração incrível.

Eu digo e ficamos conversando mais algumas amenidades e então vamos para a sala, sem querer várias vezes os meus olhos vão em direção a porta e ao relógio, não deixo de notar que já se passou dez minutos do horário de almoço e a minha mãe ainda não pediu para servirem. Eu sei no fundo que ela espera que Paul venha, porque claramente eu não consigo controlar a minha ansiedade.

- Mamãe eu estou com fome – digo só para não mudarmos o nosso horário, mamãe odeia isso e eu no fundo não vou me iludir com Paul, mamãe pede para servir o almoço e em três minutos vamos para a mesa, mas antes de sentarmos a campainha toca, infelizmente o meu coração dispara e um minuto depois quando ele entra todo sorridente na sala de jantar eu não consigo conter um sorriso.

- Sinto muito que eu tenha deixado as damas esperando – diz na maior cara de p4u com um sorriso de orelha a orelha, que é tão lindo.

- Sinto em desapontá-lo querido, mas nós não esperamos você, nem lembro em que momento eu lhe convidei – digo me sentando sem me importar com as marteladas em meu peito, notei como o seu sorriso se desfez, mas ele parecia disposto a não desistir.

O almoço pareceu tão curto dessa vez, eu quase não fiquei enjoada pois a maior parte do tempo fiquei admirando o sorriso do pai do meu filho e a comida me passou despercebida, quando ele desviava o olhar em minha direção me pegando totalmente encantada por ele, o seu sorriso se tornava mais amplo, total convencido.

- Você está linda minha menina – diz no meu ouvido assim que caminhamos de volta para a sala, os pelos do meu corpo se eriçaram e os meus seios ficaram pontudos, sendo evidentes pelo tecido do vestido, uma vergonha.

Juguei o meu cabelo para frente cobrindo os bicos duros do meu seio, mulher e seus truques, essa vergonha eu não vou passar, mas o meu querido Paul notou o que eu fiz e como deixou o meu corpo em alerta.

- Eu vou me deitar um pouco, a idade chega para todos – minha mãe diz saindo apressada, eu não acredito que ela fez isso, me deixou sozinha com ele de proposito.

- Dona Beth está com certeza do meu lado – Paul diz sentando-se ao meu lado, eu inalo mais uma vez o seu perfume notando que não tem nenhum outro, infelizmente um sorriso surge quase que inconsciente nos meus lábios – eu não fiquei com ela.

- Com a minha mãe? – indago fugindo do assunto Paul revira os olhos

- Não se faça de boba Lilith – diz e coloca uma palma da mão em minha coxa me fazendo estremecer com o contato, grande, quente e enorme contato.

- E você não seja atrevido Paul – digo fazendo um grande esforço tirando a sua mão mesmo desejando com todas as minhas forças o contato – eu não quero saber o que falaram – minto

- Eu só ajudei com algo que eu havia prometido e deixei claro que eu estou com você – afirmou olhando em meus olhos, ficamos nos amando com o olhar por um tempo quando eu tive a sensação de lembrar dos seus beijos, do seu toque eu quase fechei os olhos, mas tudo o que fiz foi quebrar o nosso contato

- E.e. – gaguejo – foi a empresa? Como ficou as coisas com Lincoln? – mudo o assunto ou eu sou capaz de ir contra o que eu mesmo acredito, e isso não pode acontecer, não agora.

- Ele me despediu e mandou empacotar as minhas coisas – diz dando de ombros, trabalho para ele não é o problema então não me preocupo, mas sei que a amizade deles está muito machucada e isso magoa muito os dois ao mesmo tempo que os deixa triste.

- Vocês vão se entender – afirmo – o meu irmão só precisa de um tempo, assim como você, são praticamente irmãos, não vão conseguir ficar longe um do outro.

- é isso que me preocupa Lilith, somos praticamente irmãos, tem noção de que omitir algo importante dele? Da quebra de confiança? – diz e noto ele um pouco distante, eu fico sem falar nada por um tempo e cada um fica em seu mundo – como o nosso filho está?

- E se for menina? Ela vai ficar chateada com você – digo tentando descontrair um pouco e deixar o clima mais leve.

- Não é, no dia do seu aniversario e com o seu pedido de bêbada eu sonhei com a gente junto e você gravida, era um menino e sinto em lhe informar amor, ele vai ser uma mini cópia minha – ele diz com um sorriso convencido nos lábios, sem imaginar com o que a sua mini declaração faz comigo.

- E estávamos juntos? – pergunto engolindo em seco – e éramos felizes?

- Vou fazer dar certo – diz de modo convicto, porém não olhando em meus olhos, algo me diz que tem algo errado no seu sonho. Ele não quer dizer, talvez para não me deixar ansiosa, mas ele já me deixou assim.

O irmão de Paul logo liga para ele ir até a empresa da família e o pai do meu filho depois de muito perguntar se eu vou ficar bem sai e me deixa ali com uma dúvida.

Seremos felizes?

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