Capítulo 16

Lili

Sabia que Paul não iria surtar quando descobrisse que eu estava esperando um filho dele, mas eu sabia que não seria fácil nossa conversa não de acordo com as batidas do meu coração. Eu não menti, eu o amo, sou completamente dele, e recusa-lo por agora doeu mais do que eu acreditei que doeria.

Ele ainda permaneceu comigo nas primeiras horas do dia quando o médico passou para me liberar, não sem antes Paul ouvir o coração do nosso filho, ele ficou tão emocionado quanto eu, ouvir que nosso filho estava bem nos deixou mais aliviados.

Minha mãe ligou, assim como o meu irmão que quando soube que era Paul que estava aqui ficou furioso, mas eu o acalmei disse que não era preciso vir até aqui porque eu já estava liberada e iria para casa quanto antes.

- vai querer alguma coisa? Tudo bem ficar aqui no carro sozinha? – Paul pergunta pela milésima vez assim que paramos no estacionamento da drogaria, o medico passou uma receita e a minha consulta foi remarcada para amanhã, ainda bem que Dra Aisha tinha um horário livre.

- não Paul, eu estou bem – digo lhe oferecendo um sorriso fraco ele concorda e sai depois de ainda me encarar pelo menos uns vinte segundos como se quisesse enxergar sinal de mentira. Mas eu estou falando a verdade, pois eu realmente estou bem, dificilmente consigo ficar com raiva de alguém, e muito menos dele, e eu estou me sentindo bem, sem todo o cansaço e estresse de ontem.

Assim que ele sai fico encarando o meu celular e respondo uma mensagem de Dean e Sophia, Julia minha cunhada amanheceu indisposta, mas eu sei que ficou também com mal estar por conta da situação do irmão e o marido, assim como eu, ela também se preocupa muito.

Dois minutos depois o celular de Paul começa a tocar e só então me dou conta de que ele esqueceu o aparelho no carro, a ligação finaliza e eu respiro aliviada porque eu sou uma pessoa muito curiosa e com certeza eu iria querer fuçar o seu celular em busca de saber quem está ligando, e pelo visto deve ser urgente pois começou a ligar de novo, preocupada, sim, preocupada de que pudesse ser algo importante, eu não me contive e peguei o celular virando a tela para cima e qual não foi a minha surpresa ao ver que quem estava ligando era Natasha.

E só então me dei conta de que no meio disso tudo eu me esqueci completamente dela, da namorada do pai do meu filho. Contive a vontade de atender a ligação, tenho certeza que não seria uma conversa amigável, ou no mínimo seria constrangedora e incomoda, além do mais eu não queria invadir a privacidade dele.

Coloquei o celular no lugar novamente e deixei-o tocar, tocou mais duas vezes e eu já estava ficando estressada com o toque estranho, mas felizmente parou, e nesse tempo Paul voltou para o carro, ele me entregou uma bolacha agua e sal e uma garrafinha de agua.

- para que isso? – pergunto sentindo aquele friozinho gostoso na barriga enquanto o coração acelera, mas ainda assim abro o pacote e começo a comer o meu biscoito preferido dos últimos dois meses.

- perguntei para a mulher da drogaria o que normalmente uma gravida come pela manhã – ele diz dando de ombro com um sorriso de lado, eu agradeço continuando comendo o que me ofereceu antes, e quando ele dar a partida no carro a porcaria do celular volta a tocar, então assim como eu ele suspira quando ver quem está ligando – droga.

- pode atender eu não me importo – Minto, eu sinto ciúmes que no momento não deveria, mas sinto. Fazer o que se o coração é um bobo?. Ele não atende mas logo volta a tocar, eu bufo.

📲 eu estou dirigindo Natasha – Paul diz assim que atende infelizmente para mim a ligação estava no carro e ele não estava usando Fone.

📲- Cadê você Paul? Ficou de vir aqui para o meu apartamento e até agora nada, eu preciso da revisão do contrato para até o horário de almoço – Ouço Natasha dizendo posso imaginar fazendo um bico enquanto diz.

📲- eu estou ocupado, estou indo deixar Lilith na mansão depois eu passo ai para resolvermos logo isso – diz simplesmente e o meu coração fica bobo de ele não mentir que está comigo, agora me pergunto se ela sabe do meu bebê.

📲- Lilith? O que vocês estão fazendo juntos? – pergunto em um tom não tão cordial, eu sinto o olhar de Paul me queimando por um instante.

-📲 estou levando ela para casa – diz – vou precisar desligar agora – avisa e desliga sem esperar por mais resposta.

- você vai esconder dela o nosso filho? – pergunto não contendo a curiosidade, mordo os lábios para controlar a minha língua

- claro que não Lilith – diz parecendo não ter gostado da minha suposição – eu não tenho nada serio com ela, e ainda assim vou deixar claro tudo o que está acontecendo entre nós minha menina

- não tem nada acontecendo entre nós Paul – afirmo por mais que eu quisesse dizer o contrario, porem eu prezo muito por minha palavra e pelo meu coração, não é um “eu vou lutar por você” que vai fazer eu me entregar de bandeja. É a atitude, é como e oque ele vai fazer para demonstrar que realmente me ama.

- tem sim minha menina e você sabe disso – diz com convicção assim que para o carro na entrada da minha casa, como ele havia ficado em silêncio durante o caminho eu acreditei que não fosse mais tocar no assunto – tem eu e você e o nosso filho, tem nós dois e nossa família que vamos construir, sei que não se contenta com palavras, sei que você é mais de demonstrar, sei que você espera uma atitude minha e eu juro amor, juro que você vai ver, só por favor não se feche, me espere.

- você deveria conversar primeiro com a sua namorada antes de me falar essas coisas – digo engolindo o bolo que se formou em minha garganta ele sabe que tudo isso mexe comigo

- desculpe – pede provavelmente lembrando que me prometeu não me pressionar em momento algum, eu preciso de espaço também, preciso colocar os pensamentos em ordens, e ele me falando essas coisas mexe com o que eu sinto.

Descemos do carro e entramos na mansão, Paul segura a minha cintura como se me desse apoio, confesso gosto de tê-lo tão perto. Assim que chegamos próximo a porta minha mãe a escancara e abre os braços para mim, eu me aconchego a eles.

- você está bem? – pergunta e eu confirmo com um sorriso

- estou ótima mamãe, principalmente agora estando em casa – eu digo e ela beija a minha testa.

- e você Paul está bem? – minha mãe pergunta e ele me encara e depois faz um curto meneio de cabeça.

- vamos entrar? – pergunto e os seus olhos estão indecisos, só então eu lembro o porque, o seu compromisso com a namorada, algo dentro de mim se irrita e outra metade se entristece e em minha mente eu tento imaginar que isso não me interessa em nada – oh seu compromisso.

- sim, eu tenho que ir – ele diz e entrega as compras para a minha mãe – eu volto para almoçarmos juntos ok?

- não precisa Paul, tenha um bom dia – eu digo e saio imediatamente, pensei que fosse ser mais fácil, mas não é. Subo para o meu quarto fazendo o possível para não permitir que as lagrimas caem, consigo com muito esforço porém não preciso fazer tanto porque assim que eu me jogo em minha cama o meu celular toca é uma ligação do meu melhor amigo e sua namorada e a minha melhor amiga e cunhada.

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