Capítulo 10

Lilith

Ele pode fazer o que ele quiser, é adulto solteiro, solteiro? Será que terminou com a Natasha? Oh coitada, eu que não queria estar na pele dela. Mas se bem que está doendo em mim também.

Não Lilith, não está, você é forte, ele não te merece, esqueça o que viu naquela sala. Brigo comigo mesmo em pensamentos, mas como esquecer a forma como ele metia nela com força, parecendo estar com raiva, a forma como mordia os lábios para não grunhi, os seus músculos estavam tão evidentes que eu senti inveja da secretaria.

Hormônios são a pior invenção do corpo, eu saio do elevador direto na sala do meu irmão, não sei como ou o porquê vim parar aqui.

– o que aconteceu? – Megan a secretária do meu irmão pergunta e eu finjo um sorriso – não vem sorrir desse jeito para mim não que me deixa estressada.

– Você acredita que fui levar um documento no setor da advocacia e advinha? – pergunto me jogando no sofá da recepção do andar.

– Paul transando com a secretária? – indaga e eu a olho confusa.

– como sabe?– pergunto sentindo um nó em minha garganta

– Não é a primeira vez – diz em um suspiro se sentando ao meu lado, que cretino, eu deveria imaginar que ele fazia algo do tipo.

– Lili? – Lincoln pergunta saindo da sua sala – o que está acontecendo? – o seu olhar estar carregado de preocupação, Megan se afasta e ele senta do meu lado me abraçando.

– Lincoln o que Lilith – Paul fala apressado saindo do elevador e então se dá conta da minha presença e para de falar.

– alguém me explica o que está acontecendo? – Lincoln pergunta preocupado, eu ajeito a minha postura, não vou me fazer de fraca na frente desse cretino.

– Nada – Paul e eu dissemos juntos, sabia que ele não iria ter coragem de dizer qualquer coisa.

– Nada? – Megan diz desacreditada – Lilith foi na sala de Paul e encontrou ele com Preston

– porr4 Paul – Esbraveja Lincoln – Eu já conversei várias vezes com você sobre essa merda, e ainda mais com a minha irmã trabalhando aqui.

– Eu não tenho culpa se a sua irmã não bateu na porta – Paul devolve furioso e uau, isso doeu.

– Está tudo bem Lincoln – digo me levantando de uma vez e a minha pressão cai e meu irmão me segura

– Você está bem? – Lincoln perguntou preocupado, sem querer o meu olhar cruza com o de Paul ele também parece muito preocupado.

– SIM – digo rápido – só me desequilibrei no meu salto – digo e forço um sorriso mesmo sabendo que é mentira – Senhor Mason tem razão, peço desculpas por ter “invadido” a sua sala, o seu local de “trabalho” que está mais para um “puteir0” se você permite que isso aconteça eu sinto muito Lincoln, mas em breve receberemos alguns processos.

– Isso não vai mais acontecer Lilith – Paul diz me encarando nos olhos, vejo culpa por um segundo e lembro do que disse e da forma que disse então não me sinto penalizada, mas dói.

– Você já é de maior, inclusive até velho demais para brincar de senhor e secretária – digo sei que dói quando falo de nossa idade, e eu quero que doa mesmo, não vou aliviar para o seu lado – com licença senhores

Digo e saio da sala me encaminhando mesmo sobre protesto, o problema é que a vontade de vomitar está incontrolável, vou para o meu andar e corro para o banheiro despejando toda a vitamina que tomei.

– Você está bem? Eu vi você correndo e eu fiquei preocupada – ouço a voz da Jennifer e logo ela entra na cabine – Oh meu Deus

Ela segura o meu cabelo enquanto eu deixo as minhas vísceras no vazo. Em seguida ela vai ate a minha bolsa que ficou na minha mesa e trás a minha escova e creme dental.

– Obrigada Jenni, posso chamar você assim não é? – digo quando término minha higiene bucal, estou um pouco trêmula, então me seguro na pia.

– Claro, quer que eu chame o seu irmão? – pergunta e eu nego – não posso deixar você assim, e temos muito trabalho hoje.

– pode chamar o Dean por favor? – peço e ela sorrir maliciosa.

– Depois diz “somos só amigos” – ela faz uma voz qual eu acho que tentou imitar a minha e foi impossível não rir – olha, eu sou safada, piranha, mas não sou burra.

– Você não é nada disso, não se menospreze, é só uma mulher que sente desejos, e enquanto ficar somente com homens solteiros eu não ligo – digo dando de ombros e ela concorda.

– apesar de achar homens casados como o seu irmão lindo, maravilhoso eu sei o meu lugar, jamais ficaria com um homem casado – diz com convicção e eu sinto verdade.

Não demora ela sai da sala indo trabalhar, fazer o meu trabalho e o dela, sei que ela não faz isso com interesse, pois já deixei bem claro que assim como eles eu vou fazer o possível para subir de cargo apenas com o meu empenho, esforço e dedicação.

– Quer me matar do coração? – Dean pergunta entrando no banheiro de modo desesperado – você está bem? O bebê está bem?

– Calma, estamos todos bem. – falei e sorri ele não parece convencido – E só o enjoou que me pegou desprevenida.

– Você é uma péssima mentirosa borboletinha, conta – pede me ajudando a levantar – Vamos para casa.

Concordo, Jennifer entrega a minha bolsa para ele e saímos juntos, no estacionamento quando estou entrando no carro eu sinto um arrepio em meu corpo, olho para todos os lados e encontro Paul me encarando furioso.

– Vamos logo, sinto que não estou bem – peço e ele concorda entrando no carro, ainda bem que ele deu partida antes de Paul se aproximar, pois estava vindo em nessa direção furioso.

Não sei o que está acontecendo com ele, sinto que ele está diferente, algo nele mudou, algo nele se perdeu. Isso não é problema seu Lilith. Penso e suspiro.

– Quer me contar o que aconteceu? – Dean perguntou assim que estacionou o carro em frente a entrada do seu apartamento – Fiquei aqui – disse me entregando as chaves – Dona Beth tinha o brunch hoje não era? ‐ pergunta e eu concordo – além do mais ela vai ficar preocupada com você.

– Paul, ele voltou e – não consigo concluir pois me assusto com batidas na janela ao meu lado, olho para ver quem bate desesperadamente e encontro ninguém mais ninguém menos do que o homem que tinha dominado os meus pensamentos, e agora quer infernizar a minha vida justo quando eu estou decidida a esquecê-lo.

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