Enfim, casados.

Mãos tremulas, rostos levemente suados.

Era assim que ambos estavam, não por estarem ansiosos, mas sim por ambos serem jovens demais.

Sim.

Está marcado como 'divorciados' não agradava muito dois jovens que mal entraram na vida adulta.

Zac vai com os seus pais até a casa de Beatriz, eles se encontrariam lá e seguiriam até o cartório.

Puro nervosismo.

É a primeira vez que o seu pai, Afonso conhece Beatriz.

Ele já estava a par de tudo que ocorria.

Eles chegam lá e todos já aguardam do lado de fora.

Bia estava com o semblante emburrado e era claro que ela se segurava para não cair em lágrimas de raiva. Isso fazia Zac se sentir culpado em certa parte.

Afonso arregala os seus olhos azuis, indignado.

— Ela vai casar assim? — perguntou Afonso indignado.

— Querido relaxa, ela será nossa nora por tempo determinado. Graças a Deus!

Mesmo sabendo que isso é verdade, Zac não comemora juntamente com os seus pais.

Eles saem do carro caminham em direção a eles.

— Olá, querida — Rose cumprimenta Carolina com um sorriso forçado nos seus lábios coberto por batom cremoso nude.

Em seguida, ela aproxima-se de Beatriz e a olha de cima a baixo tentando esconder o seu desdenho e decepção.

— Olá meu bem. Ansiosa?

— Ansiosa para se passar logo seis meses e nos estarmos indo para lá nesse mesmo horário e desfazer essa porcaria — Ela confessa com os seus olhos tomados de amargura.

(Descrição da roupa utilizada pela personagem)

Rose se impressiona pela forma de Bia falar isso.

Como ela pode dizer isso assim, na frente de todos sem nenhum pudor?

Na verdade, Beatriz estava pouco se importando com o que iriam dizer, pensar ou sentir.

Dane-se todos

Bia entra na van sem mesmo cumprimentar Zac e o seu sogro. Ela nem sequer olhou para cara deles.

E assim, todos passaram o trajeto inteiro sem dizer sequer uma palavra.

.

Quando eles chegam lá, Bia cogita em desistir, mas, Clarice a convence a continuar e fala que seis meses passará logo que ela não tem que dormir com ele, beija-lo ou fingir que o ama. Seria apenas um contrato.

Eles entram na sala e o juiz já os aguardavam.

Toda cerimonia é feita, as testemunhas entram e assinam, no caso Afonso, Léo, Carolina e Rose.

No momento em que os noivos vão assinar a certidão, o juiz percebe a hesitação de ambos.

— Está tudo bem?

Não.

Não estava.

E parece que isso não importa nesse momento.

Então mesmo assim, eles assinam o papel e pronto... Agora Beatriz e Izaac estão oficialmente casados.

Bia não acredita no que acabou de fazer; ela ainda não consegue acreditar que acabou de se casar.

Mesmo que fosse de mentirinha.

Logo após o juiz os declarar como marido e mulher, a ficha de Bia cai e ela automaticamente sai correndo da sala sem olhar para trás. Não era isso que ela tinha sonhado ou planejado. Casamento era considerado uma tortura para ela, que desde pequena não viu referências de amor verdadeiro, paixão ou romance natural. Todo o relacionamento que ela presenciou era de plástico e de acrílico. A sua mãe demonstrava com as suas atitudes, está com o seu pai apenas por interesse no direito de herdeiro dele. Foi fácil, fácil manipular ele e fazê-lo se apaixonar por ela. Mesmo que Oliver fosse contra esse relacionamento, Léo não se importou de enfrentar todos para ficar com ela.

Mas o amor acaba.

E aquela sensação única de está do lado daquela pessoa, AQUELA PESSOA, passa e num piscar de olhos a magia acaba.

Então já sabemos...

Eles desapaixonaram-se e conviviam num relacionamento de fachada.

Depois que Bia começou a dar trabalho, eles aproximaram-se um pouco e voltaram a viver como um casal, lutaram como leões pela relação. E conseguiram.

Mas agora não importava mais.

Bia desacreditou do amor e não queria saber de nada que não fosse dormir, assistir TV e ouvir música.

.

Mesmo não sabendo onde ficava o banheiro, ela procurou-o, mas suas lágrimas não se contentaram até ela o encontrar. Ela senta-se em frente a uma porta, e escondida ela abraçou os seus joelhos e começou a chorar de forma calma.

" Não acredito que cometi esse erro"

Ela ouve passos vindo na sua direção e rapidamente seca o seu rosto molhado pelas suas lágrimas salgadas que corriam lentamente da sua face, e se levanta.

Era Zac.

Ele estava abatido, mas não tanto quanto ela.

Ele aproxima-se com serenidade sem entender porque toda essa aflição de esta ao seu lado. Zac jamais se aproximaria dela de Bia não quisesse. Não tinha motivo para esse medo.

— Calma... Não sou a pior pessoa do mundo.

Ela encara-o com os seus olhos ainda levemente avermelhados.

— Nunca disse isso.

— Mas é assim que você faz eu me sentir toda a vez que está ao meu lado. — confessou cabisbaixo

Ela sabe que ele tem razão.

Mesmo sendo rude e grosseira, Bia não queria fazer ele se sentir mal, Zac apenas aceitou o que impuseram para ele.

Os dois estavam fazendo isso a contra gosto, mas nem por isso Zac ficava tratando ela de forma rude o tempo tido.

Bia se aproxima dele e sem o encarar, ou olhar em seu rosto, ela o abraça.

Ele fica surpreso em ela abraça-lo, sendo a pessoa mais orgulhosa a qual Zac conhece.

Os braços dela estão em volta da sua cintura e a sua cabeça inclinada em seu peito, e Zac afastava suas mãos para não toca-la. Era um abraço de arrependimento e pedido de perdão. De uma jovem que não sabe quase nada da vida, mas ao mesmo tempo sabia muita coisa

Bia logo percebe sua atitude e se afasta empurrando ele para longe dela.

— Foi mal. — bradou ajeitando seus cabelos e perplexa. Ela sente como se eu tivesse cometido um crime fazendo isso, eles mal se conheciam para Bia ter essa atitude impulsiva

Mas, Zac sabia que ela precisava disso, talvez esse momento, mesmo que não sendo permanente, era difícil. Ela se sentia usada com isso, e pensava está se vendendo.

— Ta tudo bem. — afirmou ele calmamente.

Ela sai andando o deixando sozinho e caminha de volta para a sala.

Zac ainda fica raciocinando o que houvera a alguns instantes atrás.

Aquilo de alguma forma mexeu com ele.

Ela entra na sala ainda em choque pelo que ela fez, ela prometeu a si mesma que odiaria ele e agora o abraça, depois dele quase a flagrar chorando sentada.

Isso não a deixou com raiva, só deixou preocupada .

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