Preocupações...

[José Luciano]

Ainda sentia-me mal pelo ocorrido... claro, o que rolou foi excelente, porém eu deveria ter tirado... e passei ainda mais um dia sem notícias de Yasmim.

Aconteceu que, após esses dias de tensão, a amiga me encontrou quando entrava em sala de aula e me falou que “desceu”, ou seja, menstruou, significando dizer que não teremos bebês e ambos sorrimos, afinal sabemos que não é o momento para isso. Depois cada um foi para seu lugar na sala. E pretendo ser mais responsável.

A aula estava chata e eu tinha um progresso para fazer no RPG. Peguei o pergaminho e com tudo que estava acontecendo eu resolvi fazer algo diferente. A aventura a ser descrita era da furry leoa, personagem de Erika.

Aproveitando-me das respostas anteriores da amiga e com aquela arte ali mostrando uma leoazinha toda sexy e com a parte de cima desnuda, comecei a trabalhar aquele projeto em sala de aula mesmo, não fiz uma atividade sequer naquele dia.

No dia seguinte eu reli tudo... e vi que estava pronto. Aquilo estava tão sensual que poderia ser considerado um conto [eró...]. Logo que fui para a escola e vi a Erika já quis entregar o pergaminho, contudo não pude... ela estava rodeada de amigos, pegaria mal.

O tempo foi passando... e chegou o intervalo. Erika nem prestou atenção que queria falar com ela... não tinha o que fazer...

[Erika]

O sinal para voltarmos para a sala de aula e notei José Luciano... estava do lado de fora da sala... eu entrei, mas voltei para falar com ele.

- Oi... – comecei com simplicidade e um sorriso.

- Oi. Você tá sumida, faz é tempo que quero falar contigo – ele fala e tira de dentro da camisa o papel do joguinho.

- Ah, bem que um daqueles meus amigos me deu o toque... eles já sabem do joguinho e acharam bobo, mas eu estou gostando – conto com naturalidade e pego o papel enrolado.

- Que? Ninguém deveria saber, só quem participa – ele se mostra preocupado. Quase surtando.

[José Luciano]

Nem me importo com a opinião dos caras, normal eles não verem sentido, afinal não sabem que meu propósito é o melhor possível, entretanto se isso chegar nos ouvidos da diretora... deixo meus pensamentos ao ver Erika desenrolando o pergaminho ali em público e com o professor já chegando para dar sua aula:

- Não, espera... deixa pra ler em casa... no seu quarto sozinha, de preferência – impeço que ela leia ali segurando em suas mãos.

- Tá bom... – Erika beija-me no rosto e volta para a sala, escondendo da vista de todos o papel.

Entrei em sala e tenho certeza que ambos ficamos felizes, ela com o toque na mão e eu com o beijo no rosto, ainda flagrando os saltitantes [sei...] da amiga dando pulinhos em minha direção.

Fiquei o resto do dia “na minha” e só pensava na merda que poderia dar com pessoas de fora terem descoberto o projeto.

[Erika]

Depois de receber o tal papel eu só queria chegar em casa o quanto antes para ler, ansiosa com o desenrolar da minha personagem e do que significava fazer isso sozinha no meu quarto.

Finalmente a noite chegou e pude ficar sozinha em casa, pois minha família foi para a igreja e eu tinha “tarefa” a fazer, só não disse qual. Entre risos lembrei-me das palavras de Luciano e logo mudei minha expressão... mesmo estando sozinha em casa fechei a porta do quarto, deitei-me na cama e peguei o Pergaminho do Amor para ler... e logo ao ver a nudez naquela bela arte e a ler as primeiras linhas já entendi que seria uma leitura diferente.

[José Luciano]

Durante a noite tentei esquecer um pouco as palavras de Erika sobre saberem do projeto... apesar disso, até agora, tudo tem valido muito a pena, porque meu objetivo em evitar um mal maior para as pessoas mais próximas têm sido efetivo.

E nada de receber mensagens de Erika... do jeito que ela é deve até ter esquecido... enfim, volto minha atenção para a produção de novos textos para o RPG aguardando a reação dela sobre o nível de ousadia daquilo que escrevi. Será que fui longe demais? Se ela não gostar... ferrou, perco a amizade e ainda é capaz dela contar para a diretora e assim eu sairia da escola... e se ela gostar... e seu corpo reagir bem com aquelas palavras... posso até lhe causar um [org...] com o Pergaminho do Amor.