[José Luciano]
Chegou segunda e todas as pessoas que eu não encontrei na sexta acabei reencontrando, porém meu pensamento estava em Gesiane, que bloqueou todas as suas redes sociais e estava incomunicável e por isso mesmo eu deveria falar com ela ainda hoje.
Tudo foi acontecendo como de costume, mas começou a primeira aula e nada da loira aparecer... durante o intervalo, então, resolvi perguntar para o coordenador onde ela estava, afinal ele foi o último a falar com ela... lembro que na sexta ela não voltou para a sala de aula, certamente foi liberada por conta do abalo.
O coordenador estava ocupado e só quando terminou de dar uma bronca em uns alunos de outra série pediu para eu entrar em sua sala.
- Marrone – chamo-o assim por conta de sua voz rouca, referência ao “cantor” sertanejo, mesmo sabendo que o coordenador tem a voz assim por causa de muitos anos em sala de aula – sabe da Gesiane? – esperando que ele lembrasse, afinal são muitos alunos.
- Gesiane... a loira né... ela saiu da escola – ele lembrou e disse.
- Sério, mas que porra... – não consigo esconder a decepção.
- Ela foi até pra outro estado pra se dedicar a criança, isso que ela me disse – o coordenador conta o que ouviu dela.
- É foda... valeu - agradeço ao Marrone e deixo sua sala.
O sinal toca e volto para a sala, completamente transtornado por não ter conseguido ajudar... por haver tantos aproveitadores por ai... é um sentimento de impotência diante da maldade humana. Será mesmo que não podemos fazer nada, só sofrer?
O resto do dia foi passando tão bosta como a última sexta... cheguei em casa e nem para a academia fui e olha que todas as tardes eu vou, menos aos domingos. Para a aula de violão não teve jeito, afinal preciso ganhar o meu dinheiro.
Minha rotina básica é... escola pela manhã; entre duas e três e meia da tarde vou para a academia e entre 16 e 17 horas dou aula particular de violão para um garoto que mora na minha rua, chamado Bruno. A noite era seu turno preferido, aproveitando para jogar e ficar no celular. Sábados e domingos eram sempre livres.
Naquele dia, Bruno tinha um compromisso e a aula só durou cerca de trinta minutos, quem sabe era o destino ajudando, afinal não estava com muita cabeça para ensinar as notas.
Voltei para casa e fui para o quarto... fiquei apenas pensando no problema geral... até finalmente pensar na solução. E como se fosse um problema matemático eu decidi colocar tudo no caderno, vantagens em ser um nerd ou ex-nerd, nem sei mais se posso ser considerado um... seja como for ficou assim:
Pessoas + carência \= carinha triste.
Pessoas + carência + filhos da puta aproveitadores \= problema.
Tirando pessoas f.d.p ainda não é suficiente, ainda resta carinha triste...
Pessoas ok em carência \= ... ok.
Portanto, pensei, se as pessoas forem menos carentes então serão menos tristes e terão menor chance de se unir com quem não presta... surge uma nova incógnita e volto ao caderno:
Carência \= ... falta de amor, carinho, atenção... prazer e sexo.
Eliminando a “falta”, portanto as pessoas com amor, carinho, atenção, prazer e sexo... elas ficariam no mínimo ok. É isso! É o que sinceramente desejo para todas as minhas amigas, mesmo gostando mais de umas que de outras, quero todas elas bem.
Eu estava levando o problema com tanta seriedade que nem notei quando a noite chegou. Depois de jantar voltei para o quarto e abri o caderno novamente:
Como resolver carência?. . . ideias:
Relacionamentos... só resolveria com uma. E não gostaria de deixar uma feliz e as outras tristes ou com problemas como teve Gesiane.
Poligamia... nem todas aceitariam... não sei quantas aceitariam, mas com certeza não todas e não quero nenhuma delas com tristeza ou problemas.
Amizades coloridas... isso meio que já é realidade, no entanto não resolve totalmente.
Escrevi tudo isso e demorei um pouco até que pensei que poderia estar jogando em meu computador, pois baixei um jogo novo e foi então que a ideia que resolve tudo surgiu:
RPG... um jogo onde elas pudessem interagir... incluindo algumas coisas sexuais...
Elas são jovens e acho que posso convencer todas ou quase todas... pode não resolver cem por cento, mas vai ajudar e muito a resolver e impedir que problemas apareçam para as pessoas que gosto... e por tabela posso, também eu, resolver o meu problema, pois vi que estava também carente e que poderia acontecer algo indesejável.
Já sabendo o que fazer, era a hora da criatividade começar a aflorar... e isso foi acontecendo nos dias seguintes.
{Continua...}
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Atualizado até capítulo 90
Comments
Roseli Santos
Aí nasce um grande reconhecimento do que é ter responsabilidade.
2023-03-07
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