[José Luciano]
A primeira semana foi passando de uma maneira bem diferente em relação ao que imaginava... os alunos em geral estavam mais preocupados com o futuro do ano letivo que qualquer outra coisa.
Por isso eu também não fiquei tão ativo e “namorador”, ao contrário, aproveitei esse tempo para estudar também e, claro, fazer atividades que sei que me ajudarão nas notas no final das contas.
Entre uma tarefa e outro eu sempre penso em ficar com alguma amiga, já que não tinha ali nenhuma novata. São muitas possibilidades, algumas seriam “flashbacks” e outras serão um fato inédito.
Chegou sexta e eu já estava louco para fazer alguma coisa, tomar alguma atitude para pelo menos sentir aquela adrenalina em tentar conquistar uma mulher, mesmo com o risco de levar um fora. A primeira que pensei foi Gislaine, porque a loirinha é a primeira que encontro, mas justo hoje não nos encontramos no ônibus ou no terminal.
No terminal eu encontrei Ketlin, porém ela já estava rodeada de amigos, então só acenei de longe, no fim da fila, e fiquei na minha... e nada de encontrar Barbara no segundo ônibus. Até conferi a hora e estava tudo certo, provavelmente essas que não vi irão faltar.
Chegando à escola eu já estava ficando desanimado... vi que algumas amigas estavam juntas e só acenei de longe e fui para a minha cadeira. Sheila também faltou ou então chegará atrasada, mas Juliana saiu do grupo de amigas para conversar comigo.
[Juliana]
Percebo que meu ex chegou e está um pouco distraído, resolvi falar com ele.
- Tá sabendo? Uma aluna dessa sala está grávida – já revelei a conversa que ouvi, afinal eles têm um passado.
- Quem? – ele perguntou balançando a cabeça negativamente e já lamentando o vacilo.
Não foi ele. Eu sabia.
[José Luciano]
Fico embasbacado com o que acabo de ouvir e fico pior:
- Sua amiga lá, Gesiane – Fernanda se juntou a eles e me revela.
- Foi você? – Erika chegou e perguntou na lata. Eu nem a percebi se aproximando.
- Gravidez à distância é? Faz tempo que nem falo com ela – defendo-me e fico pensativo.
- Rumm... – Yasmim, que também tinha chegado, responde com desconfiança... talvez ciúme.
- É sério... e como vocês souberam? – questiono, afinal poderia ser só um boato maldoso.
De repente fica um silêncio e todo mundo olha para a porta: Gesiane acaba de chegar... está com uma expressão péssima, de quem não dormiu nada.
[Gesiane]
Entro na sala e tenho uma péssima visão. Todo mundo me encarando e pensando sabe-se lá o que... ao menos vejo alguém que posso confiar, aproximo-me e falo:
- Oi... José... posso falar com você? – não fico muito próxima e chamo por ele, que estava rodeado de amigas.
- Ali fora – ele fala e já vai se levantando, viu que a situação era séria.
Bem na hora toca o sinal, saímos da sala, José ainda passa por Giovana e cumprimenta a garota. Sento-me em um banco e meu antigo amigo senta ao meu lado. Antes que comecemos a conversar o coordenador chega e questiona.
- O que fazem aqui? – nem sequer pediu para irmos para a sala, percebendo que era algo grave e incomum... ou talvez até ele já saiba do que se trata.
- Senhor, eu nunca dei trabalho, vamos conversar rapidinho e depois voltar pra sala – José Luciano responde com educação e calma, sabiamente usando sua influência positiva que tem na escola.
- Tá ok... Gesiane depois na minha sala tá? – o coordenador queria saber o que houve.
- Tá... – respondo quase chorando.
Sinto-me abandonada por todos e o único que está aqui comigo é um cara legal que me distanciei por bobagem...
[José Luciano]
O coordenador sai e ficamos a sós, finalmente... passo a mão em suas costas amigavelmente e peço para Gesiane falar.
- No seu tempo, ok?! - mostrando minha solidariedade.
- Eu saí com um cara que tinha má fama sabe, mas eu tava me sentindo muito só... e precisando de carinho ou de qualquer coisa sabe... tô te falando... porque sei que não vai me julgar – ela começa a explicar com uma voz falhando, já quase em lágrimas.
Apesar da nossa distância me dói vê-la assim... na verdade ninguém deveria se sentir assim...
- Sim, agora já aconteceu, mas me explica melhor pra eu entender mais – peço que ela continue.
- Foi isso... tava me sentindo estranha, fiz o teste e deu que estou grávida. O que eu vou fazer agora? Como vou... – interrompeu sua fala e começou a chorar.
Isso é novo para mim... não faço ideia do que dizer, então pensei em algo e disse:
- Esse fardo não é só seu, é uma responsabilidade nova sua e do pai da criança – comentei com firmeza.
- Aquele ali só queria me comer... fez o que queria e foi embora, nem ligou pra mim, saí pior do que estava... e com esse boato ele já está longe – ela revela e isso me deixou péssimo.
Claro, mesmo sendo novo eu já sabia, mas me dou conta que cada vez mais têm pessoas ruins e, algo que não tinha refletido, como a carência pode ser um problema, infelizmente agora é tarde demais para ela...
[Gesiane]
Dou uma choradinha, José passa as mãos em meus cabelos e volta a falar:
- E sua família? – querendo saber se já sabiam.
- Eles sabem, falaram um monte, mas sei que quando as coisas apertarem eles vão me ajudar – falo enxugando as lágrimas e mais tranquila.
- Quero que me prometa uma coisa só... que não vai abortar nem desistir dessa criança, ela não tem culpa – José Luciano pede.
- Abortar? Claro que não, que tipo de monstro mataria seu próprio filho só pra sua vida ser mais fácil? Vai ser difícil, mas vou me virar sozinha – falo com consciência das minhas atitudes e das dificuldades e que não quero ser assassina do meu próprio ventre.
- Muito bem... olha isso é novo pra mim, então preciso de um tempo para pensar em como ajudar tá? – ele se mostra prestativo e feliz com as minhas decisões, pena que antes fiz a burrada de me envolver com um canalha.
- Tá bom... agora vou explicar pra coordenação o que houve, vai lá estudar – eu o beijo no rosto e fico em pé e o agradeço.
[José Luciano]
Cada um vai para um lado... volto para a sala de aula pedindo autorização para entrar e logo o sinal da primeira aula termina, eu nem percebi o tempo passando. Durante a troca de professores eu comenta com as minhas curiosas amigas, furioso com a irresponsabilidade de um safado que se aproveitou de uma mulher carente e também feliz pela personalidade da Gesiane em lidar com tudo isso.
O resto do dia passa e foi um dia bem bosta... fico ao menos pensando em formas de ajudar Gesiane... e isso se estende até no fim de semana, mas não tive nenhuma grande ideia, apenas coisas pequenas que somadas poderiam ajudar e deixei para falar com a loira na segunda.
{Continua...}
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Atualizado até capítulo 90
Comments
gustavo bezerra
que bom que a Gesiane vai ficar com o bebê, espero que tudo certo pra ela
2023-07-12
1
Roseli Santos
O cara tem atitude !
Gostei .
2023-03-07
2