Maktub Capítulo V

Um dia antes da viagem e do casamento, Carlos tentou encontrar Clara. Ele armou um plano, para despistar Alexandre e Marcos, que nesses últimos dias não desgrudavam de Carlos, para que ele não fugisse ou encontrasse Clara.

Mas para o plano dar certo, ele contava com a ajuda de seus amigos, que colaboraram prontamente para o último encontro do querido casal.

Nada podia dar errado!

Havia uma construção abandonada próximo à praça do Santuário.

Um dos amigos do grupo, que tinha uma aparência próxima a de Carlos, entraria ali mais cedo, junto de Clara, que temia que algo saísse errado, e que Alexandre e Marcos fizessem algo contra seus pais, ou até mesmo contra Carlos.

Em seguida, Carlos entraria com o resto do grupo, que demorariam somente o tempo de Carlos trocar de roupa com o amigo que ficara lá esperando junto à Clara.

Assim, fazendo os dois carrasco acreditarem que Carlos saiu também com seus amigos do mesmo jeito que entrou.

Carlos e Clara se abraçam forte, enquanto os amigos vão todos para a casa do Mansur, até o fim da tarde, que era a hora combinada para que Carlos e Clara pudessem aproveitar a tarde inteira e ficassem seguros.

Alexandre Marcos não desconfiaram de nada, caíram direitinho no plano de Carlos...

♡

Carlos e Clara ficaram abraçados por um bom tempo, somente matando a saudade que sentiam um do outro. Afinal, eles não se viam desde antes Clara viajar de férias.

Carlos pede perdão à Clara, e promete que vai procurar um jeito de sair dessa enrascada.

Clara:

"Eu só quero que você fique em segurança. De qualquer forma a gente nunca iria conseguir ficar juntos. Seus pais não permitiriam. Prova disso, está aí você... nas vésperas de seu casamento..." — diz com semblante triste.

Carlos:

"Vamos fugir?! Vamos pra outra cidade, estado... Vamos pra outro país?!"

Clara:

"Confesso que eu queria muito. Se meus pais não estivessem correndo risco de vida, eu nem pensaria duas vezes. Se a família de Marla não tivessem nos ameaçado, eu iria com você agora mesmo."

Os dois choram e começam um beijo calmo, de saudade, aproveitando o momento.

Mas logo o beijo intensifica, ficando mais urgente, voraz...

Clara adentra a mão na camisa de Carlos.

Carlos:

"Você tem certeza?"

Clara:

"Tenho sim. Já que não posso mais ter você, quero deixar com você a minha joia mais rara."

Carlos, sorrir apaixonado e volta a beijá-la como se o mundo fosse acabar naquele momento. O que não era de todo mentira, já que o mundo dele era Clara, e o de Clara era ele.

...

E assim, Clara tem a sua primeira vez com Carlos.

Não foi em um lugar bonito, romântico, muito menos como ela sonhou ser a sua primeira vez. Mas foi leve, espontâneo, com desejo, sem medo. Era como se naquele momento, nada existisse e nem importasse.

Só importava os dois ali... o resto era resto.

E para Clara, uma vez que ele casasse, ela jamais interferiria na vida do casal, mesmo sabendo que era um casamento forçado, e que ele unicamente a amava verdadeiramente.

...

No fim da tarde, os dois se despedem com muitas lágrimas, beijos, abraços, e sem nenhuma palavra. Não precisavam dizer nada. O que um sentia pelo o outro, era o suficiente para calar todas as palavras.

...

No início da noite, os amigos de Mansur vão embora, e é aí que Alexandre e Marcos percebem que foram enganados, pois cada um foi para suas casas. E nenhum deles era o Carlos.

Eles vão a toda velocidade em seus cavalos, para a casa de Clara. Invadem a casa dela gritando e quebrando tudo o que viam pela frente.

Alexandre:

"Cadê a Clara?" — fala em tom ameaçador para d. Socorro.

Socorro:

"Minha filha está arrumando a mala dela para viajar amanhã cedo. Eu vou ficar sem minha única filha por causa do capricho da irmã mimada de vocês."

Marcos, então dá um tapa no rosto de d. Socorro, que se desequilibra e cai no chão com o canto da boca sangrando de tão forte que foi o tapa. Nesse momento Clara sai do quarto gritando e chorando.

Clara:

"MAMÃE..."

Marcos:

"Lava a boca antes de falar da minha família, sua velha atrevida." — ele então se dirige para Clara com um olhar de ódio. — "Onde está o Carlos, sua vadiazinha"

Clara:

"Você tá louco? E eu que vou saber de Carlos? Não é vocês que estão vigiando ele? Eu passei o dia arrumando minhas malas para evitar qualquer mal entendido que possa haver em relação ao Carlos e eu. Eu não sei de ninguém."

Nessa hora Manoel chega em casa. E ao ver sua esposa e sua filha no chão chorando desesperadas, corre ao encontro das duas.

Manoel:

"O que vocês fizeram seus desgraçados?"

Alexandre:

"Espero que a sua filha esteja falando a verdade. Caso contrário, isso fica só de aviso. Passar bem!" — ele fala e os dois vão embora rindo.

Clara lamenta muito o que aconteceu. E pede perdão aos pais por causar todo esse sofrimento a eles.

Ela espera que os irmãos da Ma(r)la não descubram nunca que ela de fato esteve com Carlos. Ou pode acontecer algo muito pior aos seus pais.

●○●

No dia seguinte, Carlos vai ao cartório.

Ele se recusou a casar na igreja, já que era um casamento sem amor. Já bastava ele cometer um "um crime civil" (já que ele não estaria casando por vontade própria), ele não iria cometer o pecado de jurar amor (sentimento que só tinha por Clara) no altar perante a Deus.

O casamento enfim acontece.

Marla estava muito feliz em ter "conseguido fisgar" um dos melhores partidos da cidade.

Será que ela seria feliz nesse casamento forçado?

Ela não pensou em nada do que poderia acontecer, apenas que mais uma vez ela conseguiu o que queria, que seria feliz, e teria muitos filhos lindos iguais a ela e a Carlos.

Bom, pelo menos era isso o que ela pensava!

Clara, na presença dos pais e de todos os amigos que haviam a ajudado no dia anterior, se despedem com muita tristeza em meio a choros e já muita saudade.

●○● > Continua... < ●○●

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