Elma, o Dom e Eu

Eu já estava aflita em descer. Não tinha noção do que me esperava, ainda mais que já passava-se das 23h e mesmo assim, ele insistiu que eu me arrumasse e fosse pra sala de jantar. Confesso que estava cansada, e queria poder dormir. Quando penso em me deitar na cama, uma voz familiar fala da porta

Elma_ O que está fazendo, menina? Levante-se e vá tomar um banho

Brenda_ Elma!!!!

Eu não podia acreditar no que estava vendo. Então, Elma conhecia esse homem misterioso? O que ela estava fazendo ali?! Perguntei a ela alegremente, enquanto ela me acompanhava no banho. Fecho o box e ela fica ali do outro lado me aguardando pacientemente com uma toalha na mão

Acontece que Julian havia explicado ao Sr. Miller que eu tinha me dado muito bem com Elma, e que seria bom para que eu me adaptasse que ela viesse pra cá para ser minha dama de companhia também. E surpreendentemente, ele aceitou. Quando já estou pronta, Elma me acompanha até a sala de jantar, onde Miller aguarda calmamente

Me sento na cadeira à sua frente, onde ele volta a fazer a linha predador e só fica me observando. Isso me deixava desconfortável. Nas ruas, ninguém me via e agora tenho a atenção exagerada deste homem. Sua voz grossa ecoa na sala de jantar

Collins_ Elma, você já pode se retirar. Deve ir para os seus aposentos.

Elma pede licença e obedece às ordens do patrão. Apesar de ser muito educado, dava para perceber que ele adorava o fato de poder dar ordens, de mostrar o seu poder. E isso de certa forma me enojava! Eu estava cansada de passar por situações onde pessoas abusavam do poder que tinham para me ridicularizar e me fazer passar por situações nada agradáveis, mas... Aqui era diferente. Eu não podia ser a durona das ruas, eu tinha que ser a Brenda García.

Collins serve vinho para nós dois. Numa taça de cristal que eu poderia perfeitamente ver meu reflexo nela. Aceito alegremente e tomo um gole, e até que o gosto é bom. Não é amargo como a bebida do leilão, e isso me faz lembrar que eu havia feito uma imensa careta ao beber aquela bebida e obviamente ele deve ter percebido

Collins_ Brenda..

Ouví-lo falar meu nome para chamar minha atenção me fez arrepiar de corpo inteiro. Eu não imaginava que ele gostaria de iniciar uma conversa, pra mim, seria uma taça de vinho e seu olhar vibrante e intimidador

Collins_ Eu tenho um documento e quero que você o leia, e não deixe de assinalar as coisas com as quais concorda que façamos. Apesar do alto valor que paguei por você, não quero fazer nada que a deixe desconfortável.

Brenda_ Sou sua submissa. Não sabia que deveria ter escolhas

Collins_ Não deveria. Mas, como eu disse, não gosto da ideia de fazer algo que a deixe desconfortável, apesar de ser essa a intenção.

Engulo em seco. Eu sabia de todas as situações de humilhação que a submissa deveria passar. Na verdade, o relacionamento entre uma submissa e o seu Dom se baseia nisso. É uma relação onde constantemente o Dom mostra o domínio que tem sobre a submissa, a fazendo passar por situações que a alguns olhos possa ser humilhante

Brenda_ Há algo que eu precise saber?

Com certeza, tudo que eu precisava saber estava naquele documento, mas eu precisava saber se tinha algo além do burocrático que eu precisava saber. Não que eu esperasse que ele me contasse sobre a sua vida e tudo mais, mas eu queria saber de mim, como seria a minha vida enquanto eu tivesse aqui. Lembro de Julian falar que alguns Dom's permitem que suas submissas tenham sua vida e eu queria saber como seria a minha..

Collins_ Bom.. Será eu, você e a Elma. Não estarei aqui todos os dias, virei somente quando precisar de você. Arrume algo para se ocupar e o que precisar de mim, não hesite em falar comigo. Sou responsável por você, e quero que tenha tudo que deseja. Contanto que esse desejo não seja eu.

Consigo sentir vontade de rir essa hora, o que fazia ele pensa que eu o desejaria? Apesar dele ser um homem lindo, era complicado sentir-se atraída por alguém que havia acabado de me comprar.

Brenda_ E.. Quando começamos?

Collins_ Leia o documento, preencha tudo que for necessário e depois conversaremos. Fique a vontade, a casa é sua.

Dou um sorriso forçado, levanto e pego o documento em suas mãos, logo em seguida me retiro em direção ao meu quarto, precisava descansar...

Continua...

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