A Muda e o CEO Bilionário (hot )
Em uma rua pavimentada com pedras, Melanie caminhava carregando em cada braço, sacolas pesadas contendo alimentos que acabara de comprar no mercado.
Ela era apenas uma menina de vinte anos, baixa e com o corpo magro, e claramente aquele peso das sacolas deveria ser demais para ela, mas ela continuava em frente, aguentando.
Em alguns momentos, parava para descansar e deixar o sangue voltar às suas pequenas mãos que doíam.
Em uma dessas vezes, em que parou para descansar, um garoto malandro, se aproveitando de sua visível fragilidade, passou por ela e roubou uma de suas sacolas.
Ela viu uma das sacolas sumirem no horizonte, junto com o garoto, e só pôde lamentar, pois ela não podia gritar por ajuda.
Melanie, enxugou suas lágrimas e fez a única coisa que podia, ela foi para a casa de seus pais adotivos, os Carvalhos, levando as compras deles.
Ela entrou pelos fundos da casa, onde dava diretamente para a cozinha e começou a tirar as coisas das sacolas e guardar.
— Onde estão os chocolates Suíços de Charlotte? — pergunta a sua mãe adotiva, Benedita, checando as sacolas que Melanie trouxe.
“ Fui roubada por um garoto na rua.” — ela diz em linguagem de sinais.
—- Mentirosa! Você comeu tudo! — Benedita pega no queixo de Melanie, a forçando a abrir a boca, após, ela a cheira, tentando encontrar um vestígio do cheiro do chocolate.
Não encontra nenhum cheiro, mas não se dá por satisfeita.
— Onde está o troco? — Benedita começa a vasculhar os bolsos do vestido de Melanie, sem esperar que a garota lhe dê por conta própria os trocados.
Após encontrar as moedas, Benedita dá um tapa no rosto de Melanie, fazendo-a cair no chão.
— Sua ladra! Nós te resgatamos daquele orfanato sujo e horrendo e você é ingrata com nossa família! Isso não vai ficar assim! Você vai dar um jeito de conseguir o chocolate suíço da minha linda Charlotte!
Benedita sai a passos largos da cozinha, deixando Melanie com lágrimas nos olhos. Ela sabia que viriam mais castigos por coisas que nunca fez. Desde que se entende por gente, a sua vida foi ser escrava das vontades de seus pais adotivos.
A origem de Melanie era desconhecida para ela, tudo que sabia era que com poucos dias de vida fora abandonada em um orfanato.
Apesar de ser uma linda garotinha, ela era muda e todos os pais que procuravam a adoção, preferiam as crianças que podiam falar.
Aos cinco anos, finalmente foi adotada pelos Carvalhos, mas a sua felicidade durou pouco, pois logo percebeu que a adotaram para que fosse uma vítima das maldades da filha deles, Charlotte.
Charlotte era uma criança estranha, fria e calculista. Ela pedia aos pais incessantemente uma irmã para brincar, mas os seus pais sabiam exatamente as brincadeiras as quais sua filha gostava. Por isso, acharam que Melanie era a criança perfeita, pois ela não podia gritar por socorro ao ser maltratada pela irmã adotiva.
Melanie, passou por maus bocados na infância nas mãos de Charlotte e a sorte dela, digamos assim, é que em uma certa idade, Charlotte se cansou de "brincar'' com ela.
Os Carvalhos já não tinham mais dinheiro o suficiente para manter empregados e Melanie passou a ser obrigada a fazer todos os serviços dentro de casa.
Voltando ao momento atual, Melanie se levanta, enxuga as suas lágrimas e continua a trabalhar.
Isso não dura muito, pois logo ouve os gritos estridentes de Charlotte.
— Eu quero o meu chocolate papai! Você sabe que é o único que eu gosto de comer! — diz Charlotte, chegando na cozinha acompanhada do pai e da mãe.
— Mel! É verdade que você roubou o nosso dinheiro e não comprou o chocolate de Charlotte? — Pergunta Charles, seu pai adotivo.
Melanie começa a acenar em negativo, freneticamente e depois diz em linguagem de sinais:
“ Eu juro que não roubei nada! Eu é que fui roubada!”
Charlotte avança para cima da irmã e grita:
— Sua mentirosa! Onde está? Onde está? — Charlotte começa a rasgar as roupas de Melanie e ao mesmo tempo a arranhar o seu corpo. Melanie tenta se proteger, mas é impossível, Charlotte a coloca em uma situação de total humilhação.
Melanie se encolhe no chão, protegendo o seu corpo de estar totalmente exposto e então, Charles vendo a cena, pega o seu casaco e coloca por cima dela.
— Ela foi roubada, Charlotte. Hoje mesmo vou comprar o seu chocolate.
— Vai comprar com que dinheiro?? Vai jogar novamente? — Benedita diz com desdém — Você está falido Charles!
— Eu te odeio, papai! — Charlotte grita — Quando eu me casar com o meu noivo rico, vou embora e nunca mais olhar na sua cara!
Charlotte sai da cozinha, acompanhada de Benedita, que tenta acalmar a filha.
Charles fica mexido, pois sabia que a ruína de sua família era toda por culpa de seu vício em jogo.
Mas mesmo sabendo que a culpa de tudo era o jogo, ele saiu de casa à noite para jogar. Acreditava fielmente que aquele dia era o seu dia de sorte. Ele ainda tinha um relógio de ouro, que sobrou da época em que sua família nadava no dinheiro.
Tinha certeza que iria recuperar tudo, pois sonhou com o número 8 preto.
Ele foi para o cassino e apostou tudo na roleta e então, como imaginara, ele ganhou o dobro de tudo que apostou. Seus olhos se encheram de ganância e ele resolveu dobrar:
— Aposto tudo novamente no 8 preto!
A roleta girou e girou e “voilá”, deu 8 preto novamente.
Muitos apostadores foram saindo da mesa, deixando Charles apenas com um distinto homem que cobria todas as suas apostas, calmamente.
— Você não acha que é a hora de desistir, meu amigo? — o homem lhe sugere.
— Desistir? Nunca! É hoje que irei recuperar toda a fortuna que perdi, durante os últimos anos! — responde Charles com empolgação.
— Oito preto novamente? — o homem pergunta, contando suas fichas.
— Não… — Charles para por um momento se perguntando se sua sorte continuaria a se repetir tantas vezes — Não, acho que vou no dezessete vermelho.
— Você tem certeza? — o homem faz uma nova pergunta.
Charles fica inseguro e então pensa que deveria tentar mais uma vez:
— Não, mudei de ideia. Eu vou no oito preto novamente.
— Vai apostar tudo?
— É claro! Tenho certeza que sairei milionário daqui!
— Certo, então eu também vou apostar tudo! Vou apostar tudo no dezessete vermelho. — o homem responde já empurrando todas as suas fichas para o meio da mesa.
Então o mestre da mesa gira a roleta.
A roleta girou, girou, girou e como em câmera lenta por alguns segundos a bolinha parou no oito preto, porém, antes que Charles comemorasse, ela saiu daquela casa e parou no dezessete vermelho.
— Não, não! — ele grita chorando — Meu Deus eu perdi tudo!
O outro homem pega todas as fichas, guarda e diz:
— Uma coisa que se aprende no jogo, é que se deve saber sempre a hora de parar, meu amigo. — ele se levanta, dá as costas e começa a caminhar, indo embora, mas acaba sendo parado.
Charles agarra em sua perna, se humilhando na frente de todos.
— Por favor, tenha compaixão por mim! Me devolva o meu relógio. Aquilo era o meu ultimo bem, sem ele eu não tenho mais nada! Eu amo muito minha filha e minha mulher e quando elas souberem irão me deixar! Será que você não tem alguém que ame muito e não quer que essa pessoa nunca o deixe??
O homem olhou para Charles de cima e então disse:
— Você conhece alguém que tem o tipo sanguíneo O negativo?
— O quê? — Charles pergunta confuso.
— Você não quer ajuda? Se você conhecer alguém saudável com o tipo O negativo, eu te dou tudo o que perdeu hoje de volta! — o homem chuta Charles, libertando sua perna e depois lhe joga um cartão.
Charles pega o cartão e lê o que estava escrito:
“Robert Guimarães — CEO da produtora Star”
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Atualizado até capítulo 105
Comments
Graça Barbosa
misericórdia que gente horrível 😡😡
2024-10-19
3
Fernanda Anthony Lopes
começando a ler agora
2024-10-22
0
Tânia Principe Dos Santos
podia ter ficado com o que ganhou mas foi ganancioso e perdeu tudo
2024-10-07
1