Capítulo 18

- Não tem por que você ficar constrangida em trocar de roupa na frente dos meninos, eles são gays. - Ângela falou no início, percebendo que Marina não estava muito à vontade.

Dentro do closet de Marina, a bagunça foi instaurada. Ângela a fez provar todas as peças, orientado Marina nas ocasiões que deveria usar cada tipo de roupas. Apesar de saber que a maioria daquelas roupas eram completamente desnecessárias, Marina se divertiu bastante com aquilo.

- Você é linda, Marina. Já pensou em ser modelo? - Um dos funcionários da equipe de Ângela perguntou.

- Não de ideia rapaz! - Exclamou Jamila rindo. - Sr. Victor jamais permitiria isso.

- Eu não acho que levo jeito para ser modelo. - Marina respondeu tímida. - Também nunca pensei sobre isso. Começo minhas aulas na universidade em menos de 1 mês. Quero estudar bastante e conseguir um bom emprego.

- Realmente, você é uma raridade. Qualquer moça pediria a Deus para nascer tão linda assim e poder ter a vida fácil de modelo.

- Modelos não tem vida fácil, Bob! - Repreendeu Ângela. - São muito bem remuneradas, mas é um trabalho cansativo. Maquiagem, prova de roupas, fazer fotos... Não é uma vida tão fácil, mas paga bem.

Depois de provar toda aquela infinidade de roupas, que serviram como uma luva em Marina, chegou a hora de dar um corte no cabelo dela, fazer as unhas e um tratamento na pele. Maquiagem seria desnecessária, mas Ângela queria um serviço completo para transformar o visual dela.

- Não reclame, Marina. - Comentou Jamila. - Você reclama de tudo e o sr. Victor está supercontente por proporcionar tudo isso para você.

- Eu só não quero que cortem muito meu cabelo, eu gosto dele assim. - Marina protestou antes de começarem o corte.

- Eu vou fazer uma make leve em você, ensinando cada passo para você repetir no dia a dia ou quanto achar necessário. - Bob explicou para Marina que deu uma risada.

- Eu não vou fazer maquiagem todos os dias, mas quero aprender algumas dicas sim, já que você está aqui.

Uma hora depois, Marina estava com unhas feitas, cabelo novo e uma maquiagem extremamente sutil, mas que realçava ainda mais a beleza dela.

MARINA MAKE NATURAL

- Meu Deus do céu. Se eu fosse homem, eu me apaixonaria agora por você. - Brincou Bob.

- Você é linda, Marina, mas é impressionante que com as roupas certas, cabelo e make realçam ainda mais sua beleza. - Ângela falou satisfeita. - Esse é meu job e eu o faço muito bem-feito, galera! - Todos riram com a explosão de Ângela. - Onde está Felipe, Jamila? - Perguntou Ângela, deixando Marina apreensiva. - Sr. Victor não está aqui para avaliar meu trabalho, mas quero ver a cara de Felipe quando ver você assim, Marina.

- Eu não vou encontrar com Felipe. - Resmungou Marina. - Nós não somos amigos e só aceitei participar disso por conta de tio Victor. Isso não tem nada a ver com Felipe. - Um silencio desagradável se estabeleceu no ambiente depois do comentário de Marina.

- Isso não é necessário, Ângela. - Respondeu Jamila tentando quebrar o clima. - Sr. Victor que pediu que eu chamasse você para comprar das roupas e para uma modernizada no visual de Marina. Realmente, dessa vez, não tem nada a ver com sr. Felipe.

- Tudo bem. - Ângela respondeu torcendo nariz. - Eu sempre faço compras para Felipe e por isso gostaria que ele visse esse resultado, mas sem problemas. Ele já sabe da minha competência. - Ela deu um sorriso cínico. Ângela estava acostumada a comprar roupas, presentes e joias a pedido de Felipe.

Minutos depois, Marina agradeceu a Ângela e toda equipe e eles foram embora. Sozinha em seu quarto, Marina ficou ansiosa, pois ela não tinha nada para fazer naquela casa enorme. Pensativa, ela resolveu que iria ajudar nos afazeres da cara e foi atrás de Jamila.

- A casa já tem empregados suficiente, Marina. Não tem nada para você fazer aqui. - Apesar de Felipe ter mandado que Marina ficasse hospedada na ala dos empregados, Jamila sabia muito bem que ela não era isso e não ia passar afazeres domésticos para ela, mesmo Marina querendo ajudar.

- Mas eu não tenho nada para fazer o dia todo aqui. Falta praticamente 1 mês para começo das minhas aulas... eu quero ajudar em alguma coisa.

- Hum... - Jamila entendia o tédio de Marina e por alguns segundos ficou olhando para ela pensativa. - Você gosta de ler?

- Eu adoro! - Marina respondeu animada.

- Venha atrás de mim. - A casa de Felipe contava com uma enorme biblioteca, pois ele sempre foi bastante estudioso e gostava de ler o livro físico. Foi graças ao estudo, que Felipe conseguiu mudar a realidade dele. Jamila sabia que o patrão permitia que os funcionários frequentassem a biblioteca para pegar algum livro emprestado e ele não se importaria com a presença de Marina ali.

Assim que entrou no ambiente, Marina ficou deslumbrada. Claro que não era a biblioteca da Fera, do filme A Bela e a Fera, mas era um ambiente espaçoso, com as paredes completamente recheadas de livros, uma mesa para estudo e algumas poltronas para leitura. Também existiam algumas janelas que davam para o jardim, que mais pareciam pinturas vivas.

- Bem Marina. Já que você não tem nada para fazer. Você pode ficar aqui na biblioteca e aproveitar alguns livros. Na casa, nós também temos uma sala de cinema, caso você prefira ver algum filme. Entediada é o que você não vai ficar aqui. - Jamila sorriu vendo que Marina já bisbilhotava as estantes de leitura.

- Sala de cinema? - Ela indagou virando-se de frente para Jamila. - Eu nunca vi uma casa com sala de cinema ou com uma biblioteca tão grande assim.

- Nós temos de tudo dentro dessa casa. Pode acreditar. Felipe trabalha bastante, mas quando pode, ele gosta de aproveitar as comodidades aqui. - Jamila só omitiu a parte que ele gostava de aproveitar tudo com uma variedade de mulheres diferentes, mas isso não interessava a Marina.

- Entendo. - Ela respondeu voltando a ficar de frente para estante de livros.

- Eu vou deixar você sozinha, mas fique à vontade. Se quiser falar comigo é só pegar o telefone que está em cima da mesa e discar dez, que é o ramal da cozinha. - Jamila explicou e saiu da biblioteca em seguida.

Marina se sentou em uma das poltronas, cruzando as pernas sob o assento e começou a ler o livro que ela escolheu. Usando uma das roupas que Ângela trouxe, um conjunto de calça e camisa de botão, de algodão egípcio, ela estava confortável para leitura. De fato, sua roupa mais parecia um pijama, mas Ângela explicou exatamente isso a ela. Algumas daquelas peças, ela poderia usar em casa ou usar para dormir e ficar arrumada ou composta do mesmo jeito.

PIJAMA DE MARINA

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