Capítulo 3

O dia do casamento havia chegado, Andrés estava extremamente emocionado, nos últimos meses tinha visto muito pouco Miguel, entretanto, este havia sonhado com aquele momento.

A imprensa falava sobre a união de ambas as famílias, os meios de comunicação também apostavam em quão luxuoso seria o casamento? Ou quem seriam os convidados para esta grandiosa cerimônia?

As poucas vezes que pode se reunir com Miguel, ambos evitavam a proximidade de qualquer alfa, Andrés notou o estranho comportamento de Miguel quando qualquer alfa o olhava de forma comprometedora, era difícil agradar Miguel, este nunca falava sobre as coisas que o incomodavam, tampouco revelava muito sobre o que gostava ou queria.

A comunicação entre ambos não era ruim, mas também não era a pior, ainda assim o Ômega se preocupava.

Andrés deu pouca importância a esses estranhos pensamentos, talvez Miguel não o amasse, mas estava plenamente seguro de que algum dia talvez seria capaz de amá-lo.

Aquela manhã Andrés foi acordado muito cedo, cambaleava pelo sono profundo que sentia, muitas pessoas aglomeraram seu quarto, só lhe foi dado um café da manhã leve enquanto o estavam maquiando e arrumando. Andrés nunca foi um grande fã de se maquiar, sua mãe odiava isso em Andrés, mas por mais que Andrés fosse um Ômega, este era homem, gostava de se vestir e sentir como homem.

Por sorte seu pai pela primeira vez ouviu seu pedido e um terno muito caro e elegante de cor branca foi comprado para sua cerimônia de casamento.

Andrés sentia muita ansiedade com a passagem de cada segundo, o típico nervosismo que se sentia no momento de se casar, não sabia as coisas que poderia esperar daquele tão esperado matrimônio.

Quando chegou a hora de entrar na igreja, Andrés não suportava as fortes batidas do seu coração.

Parado em frente ao padre o esperava Miguel com um belo terno cinza que se ajustava perfeitamente ao seu corpo, instintivamente um sorriso se formou no rosto de Andrés enquanto caminhava com seu pai pela igreja.

Ao chegar em seu lugar foi recebido por Miguel e este e o pai de Andrés trocaram breves palavras.

— Cuide do meu filho.

— Não se preocupe, senhor Joseph.

O pai de Andrés caminhou até seu assento e a cerimônia se realizou, ambos os noivos aceitaram e foram para a festa de casamento, algumas pessoas conhecidas e familiares dedicaram palavras de ânimo e carinho aos recém-casados.

Como era de se esperar o casamento foi qualificado como um dos mais luxuosos e belos do século, a imprensa tentou passar, mas foi impedida pela segurança contratada para o evento.

Quando chegou o momento da valsa, Miguel guiou o Ômega pela pista de dança e desfrutaram da melodia.

— Você dança muito bem.

— Minha mãe me ensinou desde muito pequeno.

O Ômega respondeu enquanto se deixava guiar pela suave melodia.

— Você sabe fazer muitas coisas.

— Creio que só sei fazer coisas bobas.

— Talvez, mas não significa que seja pouco necessário.

O rosto de Andrés corou e seus olhos não se desviaram em nenhum momento do rosto de Miguel.

Parecia inacreditável que Miguel dissesse que suas habilidades eram boas, Andrés nunca gostou de como foi criado e muito menos das coisas que sabia fazer, o fato de que a pessoa que gostava lhe dissesse coisas boas sobre isso o fazia pensar que talvez não tenha sido tão ruim a forma como cresceu.

O baile terminou e os noivos voltaram para sua mesa, era a noite mais feliz para o Ômega, finalmente havia se casado com aquele a quem tanto amou por quase dois anos.

Uma linda mulher de brilhante cabelo loiro e olhos verdes se aproximou do centro da pista de dança, por sua aparência era fácil deduzir que era beta, já que media talvez 1,69 ou mais, sem contar sua delicada silhueta e falta de feromônios.

Miguel se levantou para falar com aquela mulher, Andrés só pode observar como Miguel e aquela mulher trocavam palavras e sorrisos amáveis, Andrés não deu importância, mas pode notar que o sorriso que Miguel oferecia àquela mulher era totalmente diferente do que lhe dava diariamente.

Talvez fosse só sua imaginação, era um dia feliz, não devia se dar ao luxo de pensar em coisas tão absurdas e negativas, além do mais o beta e ele já estavam casados.

Depois de quase meia hora, Miguel voltou para a mesa e disse a Andrés que deviam ir. Os pais de ambos providenciaram uma viagem de férias em uma ilha privada como presente de casamento, ambos sairiam da festa diretamente para o aeroporto para irem.

Ao subir no avião particular Andrés adormeceu junto a Miguel, seriam apenas cinco horas de viagem, mas o Ômega estava com muito sono, não havia dormido quase nada e embora fossem apenas 7 da noite, Andrés não suportava a forte sensação de sono.

Ao acordar eram quase 11 da manhã, Andrés estava confuso, estava deitado em um quarto irreconhecível e de pijama.

Miguel entrou lentamente no quarto e falou ao ver Andrés acordado.

— Você dorme de forma muito pesada, ontem à noite te troquei e dormimos juntos, mas você só ficou quieto, não sentiu nada nem reclamou.

— Me desculpe, eu estava muito cansado.

— Não se preocupe, hoje vamos para a praia, esta ilha é muito bonita, o que acha?

— Parece bom.

A tarde foi relaxante, estavam apenas Andrés e Miguel, além de alguns poucos funcionários. Andrés desfrutava da brisa e do cheiro refrescante da praia, olhar as ondas o relaxava, entrou um pouco na água enquanto Miguel descansava em uma cadeira de praia.

Miguel se mostrava distante de certo modo, mas o Ômega estava cego por sua felicidade, além de Miguel pouco demonstrar o que sentia.

Talvez se naquele dia tivesse notado tudo teria sido diferente? Para Andrés a oração

“Talvez” não existia, por isso só devia se conformar com os fatos que já haviam ocorrido, não importando o quão ruins fossem.

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