Capítulo 17 - Sala de combate

Eu deixei a sala andando calmamente. Muitas das pessoas continuaram a conversar naquela sala. Eu deixei o corredor e fui direto para o campo aberto. Faz tempo que eu não treino com a espada que Yua me deu. Eu saquei a espada no campo aberto da escola, o brilho reluziu sua lâmina negra. Eu posicionei meus pés, um a frente do outro e comecei a sacudir a espada. Seu peso estava mais leve, aceitável para uma luta agora. — Então, arrumando problemas? — A voz conhecida me puxou dos meus pensamentos. — Valorie? — Conhecendo a voz, com toda certeza é ela. — Ele sabe meu nome! — Ela afirmou enquanto ouvi uma leve risada. — Você sabe que é proíbido sacar armas brancas em campos abertos da escola? — Ela continuou. — Eu não sabia, me desculpe. — Eu falei repondo a espada na bainha. — Tudo bem, eu já cometi esse erro também. — Ela disse enquanto eu me virei para ela. Dessa vez, eu finalmente pude olhar diretamente no seu rosto.

Seus longos cabelos ruivos, seus olhos eram claros como o sol. Eu observei seu sorriso, enquanto seus cabelos invadiam seu rosto. — Por que está calado? — Ela perguntou. — Por nada. — Eu falei com um sorriso forçado. — O que acha de treinar comigo na sala de combate? — Ela perguntou. — Tudo bem por mim. — Eu respondi, eu nem mesmo sabia que essa sala existia. Eu segui seus passos, nós movemos pelo corredor, dessa vez ao lado contrário do campo. Enquanto caminhavos, em pequenos intervalos, Valorie olhava para trás. — Como veio parar nessa escola? — Ela perguntou olhando para trás. Agora, o que posso dizer? Foi o que pensei. — Foi por acaso, eu estava perambulando por aí. — Eu disse de maneira hesitante. — Você deve ser bom, não sei que métodos usam para aceitar pessoas fora da nobreza, mas sei que todos que entram assim são fortes. — Pelo visto, ela acreditaria em qualquer coisa.

— E você? Como veio parar aqui? — Eu perguntei. — Meus pais não aceitaram que eu fizesse o teste para Interfall. — Ela disse apertando o punho. — Essa escola fica no seu país, não é? — Eu perguntei com a informação que tinha dos livros. — Sim, mas meus pais não controlam nada sobre aquela escola. Eles nem sabem o que acontece lá dentro, ninguém sabe. O que se sabe é que ela criou 90% dos Eixos Mundiais... — Ela disse com uma leve pausa. — Chegamos, essa é a sala de combate de Daledal. — Uma sala gigante, totalmente revestida pelo que parecia ser metal. A gigante porta já estava entreaberta, e muitas pessoas estavam dentro da sala. — Vamos ficar pelos cantos, assim não vamos chamar tanta atenção. — Ela disse calmamente. Nós movemos até o fundo direito da sala. Valorie se posicionou na minha frente e sacou sua espada. Ela tinha uma longa lâmina, sua lâmina tinha um tom cinza-anil, seu cabo era encrustado por algumas pedras esverdeadas.

Eu puxei minha espada novamente. Eu me posicionei. Valorie olhou diretamente nos meus olhos, ela soltou um breve sorriso antes de partir na minha direção. Valorie parecia ter se teleportado, meus olhos mal acompanhavam seus movimentos. Eles eram totalmente silenciosos, eu nem conseguia sequer ouvir seus passos tocarem no chão. Quando pisquei, Valorie já estava ao meu lado. Ela balançou a espada em minha direção, eu me virei rapidamente e defendi seu ataque. Quando nossas espadas se cruzaram, as lâminas escorregaram até próximo ao cabo. — Não esperava menos de você! — Valorie disse sorrindo. Valorie soltou sua espada, ela rapidamente levantou seu pé direito em minha direção me forçando a soltar minha espada também. Eu soltei a espada e ligeiramente levantei meu braço esquerdo para absorver o impacto. — Vamos ver se você é bom no corpo a corpo! — Ela disse enquanto começou a diferir golpes com seus punhos em uma velocidade incrível. Eu apenas conseguia me defender, neste momento, eu nem sequer pensei em atacar.

Ela soltou um sorriso. A velocidade do seu ataque estava cada vez mais rápido, meus braços já estavam dormentes. Eu tenho que arrumar maneira de fugir, se eu não fugir, ela vai acabar quebrando meus braços. Eu me abaixei e rapidamente tentei chutar sua costela. Valorie deu um pequeno salto para trás. Eu tinha apenas uma chance, eu tenho que atacar antes que os pés dela chegue ao chão. Antes que seus pés tocassem o chão, eu rapidamente fui em sua direção. Pela primeira vez, sua expressão mudou. Eu usei toda a força do meu pé esquerdo em sua direção. — Muito lento! — No ar, Valorie trocou sua posição e agarrou meu pé. Ela me jogou no chão e com esse impulso, ela foi ainda mais alto. Ela desceu com seu punho estendido, antes que o punho me acertasse diretamente, eu rolei para o lado. O punho de Valorie bateu no chão, o grande metal foi amassado como se fosse um tosco pedaço de papel. O vento que causou foi o suficiente para fazer meus cabelos voarem descontroladamente. — Eu perdi! — Deitado, essas foram as únicas palavras que saíram da minha boca. — Eu ganhei! — Valorie gritou, como se tivesse passo por alguma dificuldade.

Ela está em um nível totalmente diferente, sua força, sua aura durante a luta, ambas eram avassaladoras. Ela nem mesmo usou magia, eu tenho medo do que poderia ter acontecido. Eu olhei para o buraco feito no chão, aquele soco certamente poderia ter me matado. — Você está bem? — Valorie perguntou esticando um de seus braços na minha direção. — A- Acho que sim. — Eu disse ainda com as palavras duras descendo pela minha garganta. — Você durou muito mais tempo do que eu achava, nós chamamos atenção por isso. — Quando reparei, toda a sala estava virada em nossa direção. Os alunos pareciam surpresos, todos pareciam estar fofocando entre si. Eu chamei atenção mais uma vez, isso pode me trazer grandes problemas.

Eu deixei a sala de combate junto com Valorie. Logo no caminho, Valorie seguiu um caminho diferente. Eu continuei até o refeitório, onde peguei alguns pães com sopa. Eu levei ambos para o meu quarto. Fazia tempo que eu não comia qualquer coisa, poderia até dizer que aqueles pães com sopa foi uma das melhores coisas que já provei. Eu soltei a bainha junta da espada no chão. Uma grande leveza se espalhou nas minhas pernas. Eu me deitei confortavelmente, antes que eu percebesse, meu corpo havia chegado no seu máximo.

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