Assuntos tediantes

— Assim como meu mestre serviu a este reino, eu também servirei, venho jurar lealdade as quatro rainhas, um contrato vitalício de um cavaleiro negro!

Bella cochichou no ouvido de Vitória, alguns instantes depois a imperatriz se levantou e retirou uma espada longa e fina do lado de seu trono, é foi caminhando em direção ao cavaleiro.

— Eu… A imperatriz deste reino, o nomeio como guardião de primeira linha, assim como seu antecessor foi com nossas mães, nenhuma porta ficará trancada diante de ti nesse reino, lhe entrego a guarda de honra, o nomeio como nosso cavaleiro.

Ela pegou a espada e passou do seu ombro direito ao esquerdo.

Após o ritual eles se retiraram, e as quatro rainhas foram para uma sala de reunião.

— Ah! Não é justo, tem um banquete enorme nós esperando, e ainda precisamos fazer uma reunião!! — Reclamava a rainha da construção.

— Não se preocupe e um assunto rápido a ser tratado. — Respondeu a imperatriz.

— Não é muito legal resolvermos algo sério com fome! — Disse Bella.

— Concordo com ela, só de entrar nessa sala já fico exausta mentalmente! — respondeu Micaela.

— Não sejam dramáticas! — Vitória puxou uma cadeira de madeira simples numa sala com livros, com um mesa redonda de quatro cadeira no centro daquela sala.

— Não gosto muito deste lugar! — Disse Bella limpando a poeira da mesa antes de se sentar.

— Aqui é o único local que não possuí paredes duplas! — Justificou Mel ao sentar, colocou seus pés sobre a mesa de um jeito desleixado.

Vitória a olhou seriamente pela postura, porém Mel mantinha sempre um sério olhar, não demostrava incômodo.

— Então minha rainha, que tipo de assunto quer tratar? — Perguntou Mel para Vitória.

— A muitas questões ocorrendo, e algo mais urgente seria sobre a questão que ocorreu ultimamente. — Explicou Vitória.

— Está dizendo sobre o ocorrido da muralha? — Especulou Bella.

— Não se pode julgar como um ataque direto por algum reino! — disse Micaela.

— Tem razão, pois, e assim que começa as coisas antes de um ataque, estão testando nossa reação é ação. — Respondeu Mel.

— Pode parecer pouco, mas, isso impacta direto na economia e moral do reino! — Disse Bella.

— Não se preocupe, nenhum deles escapou para contar história! — Falou Micaela com um pouco de orgulho enquanto pegava uma caneca de vinho na mesa.

— Tem certeza Mika? Então por qual razão naquela mesma noite, um bardo já cantava sobre suas vergonhas no reino dos mercenários? — Falou seriamente a rainha da construção a encarando.

Micaela cuspiu o pouco que havia bebido quase engasgando.

— Como assim, como sabe disso? Tem certeza que é verídico? — Perguntou Mikaela assustada.

— Esqueceu Mika, que Mel é uma rainha focada no submundo, mendigos, miseráveis, ladrões é prostitutas são seus maiores aliados, a facilidade dela obter informação é ter lealdade é melhor que a minha, já que do meu controle estão a nobreza mais gananciosa. — respondeu Bella.

— Se já está nesse nível o outro lado, e uma questão de tempo até se espalhar os boatos ao reino central! — Falou Micaela seus pensamentos.

— Não se preocupe, eu já deixei um recado! — Respondeu Mel.

— O que fez Mel? — Questionou Vitória.

— Eles queriam negociar, vinte bandidos que estão na prisão de Naberius, peguei os corpos dos invasores mortos, na quinta hora, antes do sol nascer, no meio da neblina, coloquei seus corpos em estacas, arranquei suas línguas e seus pênis, junto com os prisoneiros em negociação, e no meio do caminha coloquei o bardo que cantou sua vergonha, sem sua garganta, com seu instrumento musical naquele lugar! — Explicou Mel sem demostrar nada, deixando as outras espantadas menos Vitória.

— Desde quando temos a política de matar prisioneiros ou tortura-los? — Questionou Vitória.

— Não se preocupe, eles estavam em transferência, porém algo ocorreu, nossa equipe foi atacada por bárbaros! — Disse Mel sendo sarcástica.

— Somos um reino jovem, com rainhas jovens, com um sistema diferente, expandimos muito, os outros reinos estão querendo nos testar, somos uma ameaça, mostrar fraquezas ou irritação, qualquer brecha que seja, pode causar um conflito. — Explicou Vitória.

— Sem contar que… estamos em um momento de alta comercial, temos muitas ofertas comerciais, o reino central ainda não declarou nossa independência dele, podemos não estar guerreando ainda, porém não demorará para isto ocorrer novamente por causa deste território. — Disse Bella.

— Poderíamos negociar novamente com eles em pagar um valor evitando mortes? — perguntou Micaela.

— Impossível fizemos isto no passado, não aceitaram, ainda mais agora que temos cinco minas funcionando, nossas riquezas são imensuráveis. — Respondeu Bella.

— Falando do reino central, hoje pela manhã teve um exercício para exibir o seu poder militar! — Disse Vitória.

— Já fazia anos que eles não faziam isto! — Disse Mel.

— Só que é este problema maior que temos aqui para tratar, eles apresentaram um dragão albino, é o príncipe estava montado nele, cerca de cem mil soldados marcharam pela cidade, todos de armaduras. — Respondeu Vitória.

Um clima tenso e apavorante ficou na sala, pareciam assustadas.

— Quanto tempo não há relatos de dragões? — Perguntou Mikaela.

— O único dragão lendário vivo, está selado na ilha das sereias do norte, protegidos pelos monges e pelos devotos da santa de Heaslynglow, havia boatos de haver 27 ovos de dragões circulando no mercado negro, porém a 300 anos não temos notícias de nenhum dragão senão o dela selado. — Explicou Bella.

— Ele estava na forma adulta? — Perguntou Mel.

— Pelas informações que tive, ele tinha cerca de 37 metros de comprimento, um jovem quase adulto, ainda está crescendo. — Explicou Vitória.

— Um problema enorme, derrubar um dragão não é nada fácil, provavelmente eles esconderam o dragão por quatro ou mais anos, torcemos que ele tenha se atrofiado um pouco, e não tenha um bom poder de vôo. — Disse Mel.

— Lamento dizer isto, mais ele voar foi a atração principal! não por isto, mas, pelo fato do príncipe ser o seu domador e montador! — Respondeu Vitória.

— Quantas bestas colossais temos para derrubar dragões? — Perguntou Micaela.

— Três! é um grande investimento além de demandar uma boa artilharia é soldados. — Respondeu Mel.

— O problema e lidar com um dragão adulto, facilmente chega às nuvens, ficando inalcançáveis, aquilo que cuspe não é fácil de apagar. — Comentou Bella.

— E uma espécie de Vômito, o ácido estomacal deles derrete em segundos qualquer metal, por ter uma temperatura elevada em contato com o ar logo inflama, e engraçado como consegue cuspir aquilo a uma grande distância. — Coçava a cabeça Mel, aquilo a incomodava.

— Como iremos agir nestas questões ocorrendo agora? — perguntou Micaela.

— Não vamos reagir, porém vamos melhorar nossas defesas, atrair o comércio para cá, e guardar o máximo possível de ouro sem afetar a vida dos cidadãos com os impostos, deixe lá fora o caos enquanto ficamos aparentemente bem aqui dentro. — Explicou Vitória.

— Preciso construir vinte bestas colossais, e ter no mínimo cinco munições para cada. — disse Mel.

— Pelo visto vou ficar sobrecarregada com as finanças, terei que me afastar do santuário. — Disse Bella.

— Reinos são mais fáceis de serem destruídos de fora para dentro, cuidado ao se ausentar. — Advertiu Mel a Bella.

— Não se preocupe, minha mãe, a antiga rainha, tem mais experiência e também é mais popular que eu, ela sabe bem elevar a fé das pessoas em estados como este caso ocorra. — Explicou Bella.

— Olha, temos muito para conversar, porém acho melhor irmos comer! — Disse Vitória interrompendo a conversa, levantando-se da mesa.

— Graças imperatriz, ainda bem que escutou meu estômago clamando por misericórdia! — Disse Mel toda desleixada com os pés na mesa, quase dormindo alí.

— Talvez isto do reino central, não seja por nós, não que sejamos um problema a ser descartado, porém o lado leste, do reino do demônio está movendo uma enorme quantidade de seus exército. — Explicou Micaela.

— Não é devido o castelo dele, se mover magicamente por teletransporte de região constante? — Perguntou Mel se levantando da cadeira.

— Não, é bem diferente, acredito ter algo errado evolvido, coisas assim ocorreram em guerras passadas. — Explicou Micaela.

— Falando nisto, sabe que os trigêmeos são bons em caçar, numa dessas caçadas, encontramos pegadas de globins, parecia um grupo de 80 a 100, porém com o tempo chuvoso não deu para rastrear certo. — comentou Mel.

— Perto da muralha? — Perguntou Vitória.

— Do outro lado do rio, em nosso território, estavam indo em direção ao reino dos anões, alertei Lúcio já que ele está encarregado da fronteira, porém ele não pareceu muito preocupado e nem retornou com alguma resposta. — Explicou Mel.

— Deveria ter me informado! — Disse Micaela.

— Pode ser algum tipo de reconhecimento de área! — Disse Bella.

— Não sei o que é, porém eu quero comer! — Falou Mel irritada.

— Vamos, temos longos assuntos para resolver durante os próximos três dias! — Disse Vitória deixando elas um pouco assustadas.

— Como assim, três dias? — Disse Mel contráriada.

— Sim, e você está proibida de sair deste castelo até resolvermos tudo, aliás todas estão proibidas de sair daqui.

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