Capítulo 5

Eu só quero que este dia acabe logo, mas parece eterno, parece que este dia não tem fim.

Passam dois minutos, sim, eu contei. Dois minutos de um silêncio completo e absoluto, até que chegamos. Meu corpo está dormente, me sinto fraca. Meu corpo está pousando em seu peitoral, seus braços segurando minhas pernas e tronco.

Caramba!! Esse corpo tem feito um belo trabalho ao longo dos anos!

Ah, sério!? Qual é o meu problema..

- Marta! Grita ele\, ainda me segurando nos braços.

Marta: Sim, Sr. Alex, pois não!

Alex: Quero um chá de camomila, água filtrada e algumas frutas na suíte principal, em cinco minutos, ok?

Marta: Claro, é pra já!

Ele sobe comigo pelas escadas rapidamente, me levando até a suíte principal. Acho que estou ficando tão cansada, sonolenta que não consigo abrir minha boca para argumentar absolutamente nada com ele. Percebo que ele me olha algumas vezes no trajeto rapidamente, e continua seguindo seu percurso até a suíte.

- Alex? Digo bem baixinho\, praticamente suspirando.

- Sim\, estou te ouvindo.

- Você pode me colocar no chão agora\, eu consigo ir sozinha se me guiar daqui. Minha voz sai falhada.

Ele simplesmente ignora minhas palavras e meu pedido e continua seguindo seu percurso. Tudo em minha volta parece sumir e eu vou perdendo os sentidos sobre meu corpo. Então ele aproxima seus lábios de meu ouvido e me diz com sua voz grave.

- Madson\, já estamos chegando. Você está me ouvindo? Olhe para mim.

Eu jurava estar a ponto de desmaiar. Mas sua voz, como ele falou comigo, fez com que algo dentro de mim se aquecesse.

Como se algo ainda em mim naquele momento estivesse vivo o suficiente para me manter ali, olhando para ele, como me pediu.

Ele me coloca sobre a cama, me deitando lentamente e pousando minha cabeça sobre os travesseiros de modo que eu fique inclinada. Senta ao meu lado, virando-se para mim, retira meus sapatos cuidadosamente e os deixa ao pé da cama.

Ele passa suas mãos sobre meu rosto, retirando as mechas de cabelo que seu soltaram do meu coque alto. Suas mãos fazem toques sutis e suaves, afastando todas as mechas que cobriam meu rosto.

Sinto meu corpo se aquecer com cada movimento seu, cada toque faz com que uma chama se acendesse dentro de mim, fazendo meus sentidos voltarem ao normal, toque após toque.

- Madson\, você está melhor? Ele então fala olhando em meus olhos.

Eu engulo o ar a seco.

- Sim\, você pode...

Antes mesmo que eu termine o que ia falar, Marta entra batendo na porta.

Marta: Sr. Alex, aqui está tudo que me pediu. Necessita de algo mais?

Alex: Peça para Arthur buscar as coisas de Madson no carro, depois você as traga aqui imediatamente.

Marta: Nesse mesmo instante, Senhor!

Alex: E, Marta? Por favor, me chame somente de Alex, eu lhe já avisei sobre isso.

Marta: Peço perdão, Alex. Volto logo.

Ela então sai nos deixando sozinhos novamente. Alex não espera nem que termine o que havia começado a dizer antes e me fala.

- Acredito que você irá se sentir melhor após beber o chá que Marta preparou. Coma alguma coisa também\, frutas são leves\, não irá te fazer mal.

Ele me fala de uma forma natural, calma, de um Alex que a muitos anos eu não vejo. Desconheço tal comportamento.

- Agradeço\, mas eu n.. Ele me interrompe mais uma vez.

- Porra\, Madson! custa tomar essa droga de chá e comer uma fruta? Ele me diz na versão familiar do Alex que estou acostumada a ouvir e ainda continua.

- Irei te dar privacidade assim que Marta chegar com suas coisas\, enquanto isso\, beba a droga do chá e coma alguma fruta\, estou esperando.

Mas uma vez, eu o obedeço. Parece que é o que eu tenho feito, desde que coloquei os pés pra fora da cama no hoje.

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