Gatilho: este capítulo pode conter cenas de violência física e/ou mental.
— Rapitore — sequestrador.
— Rapitore — sequestrador.
Dois homens armados. O sinal. Travas de segurança desativadas. Minhas mãos buscam desesperadamente pelo botão do cinto de segurança. O encontro e me livro deste impedimento. O primeiro. O plano — parte dele na verdade — consiste em homens infiltrados de Maggie causarem um acidente e darem a brecha para eu fugir. Um deles pulará a janela comigo antes da batida e o motorista causará o acidente. Antes disso, Oliver deveria ser drogado para desmaiar na hora certa e não ver nada. O motorista no outro carro, também um capanga de Maggie. Um terceiro carro está incluído. Tudo parte do plano.
— Estamos numa rodovia deserta senhora, em breve o terceiro carro aparecerá descontrolado e diminuiremos a velocidade. Quando eu disser vá, pule a janela, que já estará aberta. Santoro está desacordado — avisa.
— Certo — concordo com firmeza, determinação.
Arrumo minha postura, ereta, relaxada. Preparada. Alguns segundos de espera, as janelas abertas. Minhas mãos apoiadas, prontas. Não será fácil pular quando não se enxerga nada, mas o cara pulará antes para me pegar e isso me alivia um pouco.
— Vá — um grito, uma ordem.
Forço o meu corpo para cima, passo a cabeça pela janela. O carro anda devagar, quase parando. Alguém segura minhas costelas, forçando-me para fora. Nada de vestidos. Graças aos céus eu usava calças. Eu pulo, sem hesitar. Caio de joelhos, o cara aparentemente vai também, mas rapidamente levanta, me pegando nos braços e sai correndo. Correndo do que está por vir. Um estouro. A batida. Uma explosão. Se o carro explodiu em fogo, talvez acreditem que estou morta.
— Oliver está morto? — pergunto por cima do ombro do cara em meio a tanta adrenalina.
— Não, mas irá acordar em breve. Estamos fødidos! — arfa.
— Mas e o carro? — confusa.
Viria um carro, estaria esperando. Jack disse.
— Não está aqui ainda. Alguma coisa deve ter dado errado. Muito errado. Merdä! — ele xinga continuamente. Duas, quatro, cinco vezes!
Talvez eu o tenha acompanhado em meio ao desespero. E não num tom baixo de voz, mas gritando. Corremos e corremos e corremos. Na verdade, o sequestrador corre, eu não. Sou como um fardo, sempre fui. Eu poderia correr sozinha, mas eu não posso correr sem enxergar o caminho. É uma mërda. Um barulho de motor. Um arrepio percorre meu corpo. Mais e mais forte. Mais rápido. O tudo fica cada vez mais rápido, mais grave. Um vento forte, meus cabelos esvoaçam por meu rosto, chicoteiam. O chão estremece. O núcleo da terra parece cada vez mais quente e eruptivo. Selvagem. Deixando nós — meros humanos sem valor algum — desestabilizados na crosta.
— O que é isso? — falo exaurida. — Vamos ser pegos?
— É um helicóptero — ele arfa outra vez. — Acho que estamos a salvo.
Ouço vozes distantes, gritos. Ordens. Passos se aproximarem. Corridos. Abafados pelo som das hélices.
— Dê-me a garota. Você está morto de tanto correr — uma voz grave diz e sou transferida para braços mais fortes, acolhedores.
Mais correria.
Sou elevada, passada para outros braços como se não fosse nada. Como se eu fosse apenas um travesseiro de penas: leve e macio e solto. Me sinto constrangida.
— Aê bonitinha, teremos que apagar você — alguém levanta meu rosto após me colocar sentada numa poltrona ou assento do helicóptero, não sei como devo chamar.
Há rigidez. Um pano úmido e com cheiro forte é pressionado contra meu nariz e boca com força e me sinto leve a cada segundo até que apago.
[ … ]
Macio. Aconchegante. Leve. Fino. Parece que estou deitada numa nuvem. No caminho, vi algumas coisas. Agora são apenas flashes e borrões. Rápidos e quase ilegíveis. Abro os olhos apesar de que não enxergo nada com eles, poderia ficar a vida inteira com eles fechados que não faria diferença. Nem um pouco. Me sento, tirando alguns fios de cabelo do rosto.
— Bella — uma voz feminina, próxima. O sotaque italiano é inconfundível.
— Onde estou? — questiono.
— Na minha casa. Em Arezzo, uma comuna italiana próxima a Florença, na Itália.
— Você é Maggie, noiva do inimigo de Oliver? — questiono apertando os lençóis.
— Sou Maggie, mas não sou noiva de mais ninguém. Fugi do casamento, a noiva é você agora.
Entro em estado de choque. Eu?! Noiva?! C-como assim? Era só o que me faltava. Noiva! O que importa é que você estará segura sob a vigilância daquele outro homem. Não sob, nos braços dele foi o que Jack quis dizer. É isso que a mulher pediu em troca?!
— Você agora é a noiva substituta do CEO desfigurado Bella.
— Era isso o que você pediu em troca para meu irmão…
— Ah, ele não te contou. Está explicado. É exatamente isso Bella. É isso o que pedi.
— E o que quer dizer com desfigurado? — noiva de um CEO? Eu não imaginava isso.
— Exatamente no que a palavra significa. Ele tem o rosto totalmente desfigurado. Tem muita sorte por não poder ver. Eu cheguei a sentir náuseas de tanto pavor.
— Por isso fugiu?
Garota mesquinha.
— Fugi também porque não quero me casar sem amor. Você tem motivos para isso: proteção. Eu não.
Suspiro.
—Terei que me casar com um velho agora, já não me bastava… — murmuro.
— O jovem mestre da família Mancini não é um velho. Ele tem vinte e nove anos.
— Desfigurado? — perplexa.
— Não me pergunte o por quê, não sei dizer. É a única forma de você se proteger e a única forma de eu fugir deste casamento forçado. Não posso protege-la. Meu pai está a minha procura desde que fugi a quase uma semana. Tem que ser rápido — sinto o colchão ao lado de mim afundar e me encolho.
Me casar…me casar…fazer papel de noiva substituta… me proteger. O que fazer? Jack se esforçou para me tirar das mãos de Oliver, não posso simplesmente… um dia vou encontrá-lo e dar um tapa na cara dele. Se eu viver, é claro. Gostaria muito de poder ver a marca de meus cinco dedos em seu rosto. Depois disso, seria prazeroso.
— Certo Maggie. Eu não tenho escolha.
Ela envolve os braços em meu corpo de repente me deixando surpresa.
— Grazie, grazie! — ela agradece. — Você não tem noção do que está fazendo por mim, do quanto me sinto aliviada e feliz. Te ajudarei com tudo o que eu puder e se um dia você precisar de mim, por favor, me procure — a voz dela é doce. Ela é meiga. Retribuo o abraço.
Uma promessa vaga. Eu nunca teria como procurá-la. Mas não digo nada.
— Maggie — digo hesitante. — Quantos anos você tem?
Silêncio.
— Me desculpe eu não devia…
Ela me interrompe.
— Não, não se desculpe. Eu só fiquei surpresa com a pergunta repentina. Tenho dezoito anos.
— Dezoito? — perplexa. — Nossa! Como você é nova!
— E você?
— Tenho vinte quatro. Você é muito nova para se casar com um cara de vinte e nove anos.
— Grazie Bella.
— Não tenho escolha. Eu preciso me proteger de Oliver — retruco.
— Mesmo assim obrigada.
— Tire-me uma dúvida Maggie.
— Pode falar.
— Se você me obrigasse a me casar como agora e eu não aceitasse, você me forçaria não é?
— Seria minha única opção — murmura. — Mas você concordou e não há o que forçar não?
— Não sei Maggie.
Talvez eu mude de ideia. Talvez Maggie tenha que me forçar a usar um vestido de noiva.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Natacha Manoell
porq apaga a menina s ela n enxerga nada🙄
pela mor ne gente 🤨
2023-01-13
11
Natacha Manoell
agora tô confusa n sei s Meg é boa ou ruim...😳
2023-01-13
1
Sil Fernandes
Essa Maggie, não sei não viu.
Parece boazinha demais.
🤔🤔🤔
2025-02-23
0