Capítulo 06

Luísa 

O meu sangue foge do meu corpo quando o punho do meu futuro noivo vai de encontro ao rosto do homem desconhecido que imediatamente vai ao chão eu, eu queria ser perversa e sorrir com a situação, mas parando pra pensar na minha criancice eu coloquei a vida de alguém em risco. 

Tudo culpa desse bastardo, onde ele pensou que eu aceitaria isso? As pessoas podem não saber quem ele é, mas eu sei, e eu Luisa Monti não vou permitir que nada enfeite a minha linda cabecinha. 

– Que porr4 você tem na cabeça Luísa?– o meu noivinho rosna me puxando nos tirando de dentro do camarote 

– Antes neurônios, agora chifres – respondi irônica e ouço um riso da minha melhor amiga e o meu noivo continua me arrastando para fora da boate, eu não entendi mas notei que ele deu um sinal para um dos seguranças que estavam com ele e eu nem tinha notado.

– Luísa posso saber o que está acontecendo?– ela perguntou animada tentando nos acompanhar, e eu fico me perguntando como ela consegue ficar animada em uma situação dessas –  porque o gostosão número um, socou o gostosão número dois? 

– Que merd4 foi aquela Luísa?– ele perguntou novamente ignorando a minha melhor amiga, eu revirei os olhos sentindo o ódio tomar conta de mim.

– Primeiro prometa que o pobre rapaz não vai morrer – Eu ordeno de modo firme, quando percebo que ele não vai prometer eu finco os pés no chão nos obrigando a parar – Vamos, prometa Don Enrico.

– Don? Como assim Don? – A pobre da minha amiga indaga, infelizmente agora eu não posso responder, porque estou em uma briga furiosa de olhares com o meu noivo, ele não pisca, eu muito menos, é como o poço diz briga de gente grande e no momento não estou afim de perder. 

– Você tem noção da merd4 que você fez sua garota mimada do caralh0?– Enrico rosnou furioso– Aliás, que merd4 você está fazendo aqui? 

– EU, eu ? você que é um escroto, acabamos de noivar e você está aqui aproveitando o “melhor” da vida, não é assim que os homens se referem ao que acabou de acontecer?– Pergunto furiosa, ele está tentando colocar a culpa em mim? 

– É Sim, e você não tinha nada que fazer uma merda dessa, sair beijando desconhecidos por aí como se fosse qualquer uma –  ele diz andando novamente me arrastando até o seu carro, mas eu o impeço de me colocar lá dentro.

– Aprenda uma coisa Don Enrico, comigo vai ser bateu levou, quer se divertir? pois saia da frente que Luísa Monti irá fazer o mesmo, se espera que a sua esposa fique em casa lamentando os galhos crescendo em minha cabeça pode esquecer, isso não vai acontecer – aviso determinada, ele me encara com os olhos brilhando em excitação, mas logo essa "delírio" momentâneo é desfeito. 

–chefe o Don Santoro está ligando– Um dos seus seguranças avisa e ele bufou contrariado, recusando a ligação.

– Se prepara para as consequências dos seus atos princesa –  Enrico diz com o seu sarcasmo –  Eu tinha até hoje para me divertir, jurei a mim mesmo que eu ia te respeitar até o meu último dia de vida, custava me deixar em paz pelo menos por hoje? – ele pergunta e noto uma certa indignação em seus olhos. 

– Mas eu estava na minha, nem te atrapalhei, foi você que agiu feito um louco – Eu digo debochada ele bufa e me coloca dentro do carro – Grazi, tá tudo bem, Enrico vai me deixar em casa e amanhã eu te ligo. 

– Amanhã um cacete, assim que chegar em casa me liga – ela diz e eu confirmo, Enrico entra no carro sem falar nada, se ele acha que eu estraguei a noite dele então estamos quites, porque ele estragou a minha, por mais que eu já quisesse ir embora para casa ele não tinha esse direito de arrumar confusão.

Durante o caminho, ele parou o carro no sinal e checou o celular lendo alguma mensagem que recebeu e pelo visto as notícias não são boas porque ele ficou pálido.

– Eu sei que a gente tinha começado de um jeito errado, mas porr4 tudo o que acabou de acontecer foi demais, eu nunca agi desse jeito, mas eu não podia deixar que continuasse com aquilo – Elle diz e eu decido que vou deixar ele falando sozinho –  Bancar a muda agora não deixa de passar uma imagem infantil, porque a sua atitude de agora a pouco revelou exatamente isso. 

– E a sua foi de um homem fodã0 não é?– pergunto no puro ódio e deboche – Só cala a boquinha. 

– Eu queria conversar, esclarecer sobre a nossa “punição” que vamos receber – Ele diz agora com uma voz mais branda, porém tudo oque eu quero é chegar em casa, então faço o que ele diz que eu sou, fico calada em uma atitude infantil que eu considero muito adulta agora, permaneço calada, porque minha avó dizia, quando um não quer, dois não brigam.

Mas me arrependo de tal atitude assim que paramos em casa, noto um carro diferente e muitos soldados em minha casa eu olho em pânico para o Enrico e justo nesse momento o cretino decide ser debochado.

– Eu avisei, consequências – Diz não se importando em abrir a porta para mim, ou muito menos me esperar, não precisou abrir as portas da minha casa ela já estava aberta, e encontramos Don Dominic santoro e meus pais com uma cara mais brava impossível.

– Que decepção Luísa – minha mãe diz assim que eu caminho até a sala, a mão de enrico vem imediatamente para a minha cintura, não sei se notando o medo e a vergonha que estou sentindo no momento, querendo ou não consigo sentir o calor das suas mãos em minha cintura mesmo sob o tecido da roupa. 

– Agora não é a hora Giovanna – O meu pai diz em alto e bom som, a sua voz tem uma tristeza que eu nunca ouvi antes, eu me sinto envergonhada pela minha atitude, durante quase vinte e um anos eu nunca os envergonhei.

– Eu não vou falar muito sobre a atitude de vocês dois – Don começa e todos permanecem calados esperando "a sentença" 

– Eu conversei com você antes Don – Enrico diz e o velho nega balançando a cabeça. 

– Não sobre você socar a cara do filho de um dos nossos inimigos – O don diz e o meu pai fecha os olhos prevendo que vai ter muitos problemas futuramente, só então entendo o motivo do estardalhaço todo. 

– E  depois é as mulheres que gostam de fofoca- eu digo sem querer e recebo olhares de repreensão. 

– Não é hora para piadinhas garota mimada, não sei aonde eu estou que não te dou uma boa surra – Minha mãe diz com raiva, raiva não, para ser mais sincera tudo o que eu vejo nela nesse momento é ódio, ela nunca havia falado comigo desse jeito, os meus olhos ficam ardidos pelas lágrimas não derramadas. 

– Não se atreva a falar com a minha futura esposa dessa maneira e muito menos encostar um só dedo nela – Enrico rosnou furioso, ameaçando a minha mãe surpreendendo a todos, provavelmente até ele mesmo.

– Não fale com a minha esposa nesse tom moleque – O meu pai também diz furioso esquecendo que ele será o seu Don. 

– E o senhor não ouse falar qualquer coisa, eu serei o seu Don e Luisa a minha esposa desde essa tarde que firmara um acordo que ela e nem eu queríamos, por tanto  Luisa passa a ser de minha responsabilidade e eu não vou permitir que ninguém ouse maltratar a minha esposa – Enrico diz para o meu pai enquanto aperta firmemente em minha cintura me deixando perplexa, nunca imaginei que que fosse me defender dessa forma, ao mesmo tempo temo que ele avance em meu pai e torne as coisas piores. 

– Vocês ainda não são casados e já saíram fazendo merd4 – o meu pai nos acusa e eu me sinto tão pequena no meio dos dois 

– Eu serei a porr4 do melhor Don que essa organização já teve, não se esqueça de o fato de eu estar aqui é só pra manter vocês vivos, não ouse crescer para cima de mim porque eu vou atropelar você sem dor e nem piedade, Não esqueça que eu sou um Santoro, tudo o que o meu avô fez eu modernizei, acredite senhor Monti, eu me tornei especialista em tudo o que eu me proponho a fazer – Enrico ameaça encarando firmemente o meu pai, eu encaro Don Santoro assustada porque eu não quero ver o meu futuro marido e o meu pai em uma briga, mas o Don não parece preocupado, ele tem um sorriso de orgulho para o neto, não demoro a entender o que o sorriso dele quer dizer, o velho maluco ou melhor o Don,  tem certeza de que o neto mesmo não me amando irá proteger a rainha da máfia e assim proteger com ainda mais afinco a cadeira de comando. 

– O casamento será amanhã, não vou dar chances para nenhum dos dois cometer mais nenhuma merda- O Don diz se levantando do sofá e saindo em seguida, ninguém ousa falar nada, as palavras dele saíram como se dissesse apenas que a previsão do tempo para amanhã será de muito sol, mas na minha cabeça tá a maior tempestade que eu já vi em minha vida. 

Enrico

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