Capítulo 05

Luisa

Era só o que me faltava, já não basta está praticamente presa dentro de casa agora vou casar com aquele brutamonte ridículo. Eu apenas concordei com o Don para não causar maior confronto e não colocar a vida dos meus pais em risco, em seguida subir para o meu quarto depois de avisar que eu precisava de um tempo, ele disse que fariam um jantar amanhã para eles "oficializarem a união" entre o homem de jaqueta e eu.  

Em meu quarto fico dando várias voltas imaginando que Ana vai aparecer logo em seguida para podermos conversar, mas ela não veio.. provavelmente minha mãe a proibiu para que ela não me dê ideias de como fugir de um casamento, mal sabendo minha mãe que eu não precise de ninguém para me dar as piores ideias. 

Resolvo fazer algo que eu nunca fiz na vida, estou prestes a me tornar uma menina rica mimada como aquele cretino ousou me chamar, hoje serei maldosa, malcriada e uma garota chata que resolve fazer birra para confrontar os pais, é isso eu Luísa Monti pela primeira vez vou fugir de casa e ir em uma festa… 

Mando mensagens para Grazi que fica eufórica com o meu rompante de loucura, ela rapidamente inventou um esquema para eu fugir de casa, não vai ser muito difícil já que eu nunca ousei fazer isso então meu pai não se preocupa tanto em deixar vários soldados na casa, até porque moramos em um residencial importante da máfia, é totalmente seguro. 

O jantar seria feito em completo silêncio se a minha mãe não tivesse bolando vários planos para que o meu casamento seja o maior evento da máfia, coitada se ela soubesse que eu vou colocar as minhas condições amanhã, ela não estaria comemorando tanto, bom claro que não vou poder exagerar no pedido, meu pai exigiu que ela por enquanto não conte para ninguém para que eu não fique tão exposta para o nosso "inimigo" ela está tão louca para a organização que nem se importou em não contar as novidades para as amigas.  

Quando foram dormir eu comecei a me arrumar, uma maquiagem leve, optei por sombra nude com um batom vermelho, nos pés botas de salto com cano longo, vesti um dos meus vestidos que eu nunca usei, ele é justo, escolhi o preto que vai até o meio da coxa as alças finas dão um toque delicado na peça e o decote em V até abaixo dos seios dão um ar Sexy, me deixando com cara de quem sempre frequenta festas. O resultado me agrada muito, porém ainda sinto que falta algo, olhando o meu closet me deparo com uma maldit4 jaqueta preta de couro que me faz lembrar imediatamente do meu "futuro marido" sorrio e vou na direção da peça e a pego e me visto, agora me sinto preparada para o que quer que seja. 

Como eu sempre fui muito ligada apenas em livros e estudar, os seguranças não se preocupam em me vigiar o tempo todo sabendo que eu nunca fugi de casa para aprontar na rua e nem teria essa coragem, então não encontro dificuldade para passar pela cozinha e sair pela porta traseira. 

– Eu ainda não acredito que a Doce menina Luísa vai aprontar uma – minha melhor amiga diiz assim que eu entro em seu carro e eu reviro os olhos – Se eu gostasse da fruta te comeria no carro mesmo, você está gostosa demais

Ela é assim um pouco "demais" para mim, porém tem um jeito incrível de ser amiga, ela é a irmã que eu não tive, infelizmente mamãe não gosta dela por causa do seu jeito "extravagante" de ser, mas papai me dar total liberdade de levá-la para a nossa casa, porque ele é amigo do pai dela. 

Na boate como pessoas do nosso nível frequentam os camarotes decidimos ficar na pista nos misturar nas pessoas enquanto dançamos, eu ainda não contei a ela sobre o meu futuro casamento, ou provavelmente ela surtaria, e eu queria uma noite divertida para nós duas, apenas sobre nós, sobre nos divertir juntas como nunca fizemos em uma boate antes. 

– Amigaaaaaaaaa eu ainda não acredito que isso está acontecendo– ela grita sobre a música o seu vestido vermelho com alguns brilhos sei lá oque é isso brilha mais do que o jogo de luzes da boate. 

– Nem eu – grito também sorrindo jogando a cabeça para trás, não sabia o quanto isso é libertador, não falo da bebida porque eu não estou bebendo nada além de água ou um drink de limão sem álcool, mas falo de colocar as mãos para o alto e não ligar para os outros, não ligar se sei ou não dançar, se estou no ritmo certo,  apenas fecho os olhos e deixo me guiar pela batida da música e pelo que o meu corpo pede. 

Em certo momento da noite começo a sentir o meu pescoço pegando fogo, mas não ligo para as sensações de calor que percorrem por minhas veias, ignoro tudo e continuo dançando, até o momento de sentir vontade de ir ao banheiro. 

– Amiga vamos no banheiro por favor, não estou aguentando mais – Eu aviso e ela concorda. 

– Vamos no banheiro da área VIP é menos movimentado lá – Grazi diz e como ela é frequentadora assídua do local deixo que ela me guie até onde acredita ser menos movimentado, chegando lá ela vai em  uma cabine e eu em outra. 

 Enquanto eu estou no banheiro, a mulher da cabine ao lado sai e começo a ouvir risadinhas e cochichos que despertam a fofoqueira que habita em mim, acredito que Grazi está da mesma forma. 

– Cara ele é muito gostoso – uma voz feminina diz eu não sei porque fico com curiosidade em saber desse homem gostoso que tanto falam. 

– Eu vi que você estava de boca nele – a outra responde com uma voz cheia de malícia, eu me enxugo e coloco a calcinha em meu lugar e continuo ouvindo a conversa alheia– Agora é a minha vez, só um pouco amiga, preciso provar aquela delícia que ele tem no meio das pernas. 

– Tudo bem, vamos fazer com que ele leve nós duas para o motel –  uma delas diz e a outra sorri concordando logo as vozes desaparecem e uma afobada Grazi espanca a minha porta. 

– Vamos Amiga, preciso ver se esse cara é isso tudo mesmo – Ela diz ansiosa eu reviro os olhos – Essas duas são caça fortunas e se eu ver que o coitado corre risco maiores eu vou tirar elas do caminho dele e me candidatar. 

– Se candidatar ao que?– pergunto confusa e ela revira os olhos. 

– Quanta inocência – ela diz me arrastando para fora do lavabo após lavarmos as mãos – Elas sempre ficam aqui no camarote, vamos dar uma volta por aqui. 

Ela diz não me dando escolha, já me puxando para ir para onde ela acha que é o melhor lugar, para falar a verdade eu já estou querendo ir para casa tirar essas botas desconfortáveis e encostar a minha linda cabeça em meu travesseiro macio e cheiroso. 

– Uau, elas tinham razão esse cara é um verdadeiro deus grego – Grazi exclama e eu viro o olhar na direção que ela indica e sinto o meu coração errar uma batida, a cena que eu vejo não é de um deus grego e sim de um cretino com uma blusa Polo branca e eu sinto falta das malditas jaquetas de couro que deveriam estar cobrindo os seus braços incrivelmente fortes. 

– Que canalha filho de uma mãe – Eu digo embasbacada, nem noivamos e o filho da mãe já está aproveitando o que eu imagino ser a sua despedida de solteiro. 

– O que houve amiga?, conhece o gostoso?– ela pergunta maliciosa, eu queria dizer que não, ele segura com as mãos grossas com força no cabelo da mulher obrigando ela ir mais fundo enfiando o membro em sua garganta, eu não sei se sinto vontade de gritar, pular em cima dele e meter um tapa em sua cara, ou de simplesmente continuar olhando a cena vulgar que se passa em minha frente, eu olho para todos ao redor no camarote e quem olha parece admirados com a cena ridícula, quando eu volto a olhar para o "casal" sem vergonha, encontro o futuro Don Enrico com os olhos voltados em minha direção, o sorriso malicioso que me oferece me deixa queimando de ódio. 

Sem pensar muito nas consequências, ou seja seguindo o exemplo desse cachorro sem vergonha me viro para o primeiro homem que aparece em minha frente. 

– Tem medo de morrer ?– pergunto encarando os seus olhos descendo o meu olhar para a sua boca, ele sorrir malicioso. 

– Por você valeria a pena loira – ele diz malicioso, não me dando a chance de desistir ele inclina a cabeça e me toma, devorando os meus lábios, mesmo inexperiente devolvo o beijo enfiando a minha língua em sua boca como assistir nos filmes. 

– Luisa – ouço um grito furioso de Enrico e no instante seguinte o homem cai duro em minha frente, acho que o meu futuro marido não sabe brincar e as coisas não saíram como eu imaginei, elas saíram melhores do que acreditei que fosse. 

Luisa 1, futuro Don 0. 

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