Capítulo 3

Bianca conseguiu convencer sua amiga a viajar para visitar a família do marido.

Elas passaram o final da semana, conferindo a lista das coisas que a Cecília irá levar pra ela, pra sua filha e os presentes para a família do Houssam.

Cecília resolveu viajar em julho, aproveitando as férias escolares da sua filha e pediu para adiantar as férias dela também.

Como era quase o final do maio, ela tinha o restante do mês e o mês de junho para preparar tudo, a empresa deu uma semana de luto pra ela ficar em casa, então aproveitou a folga para se encontrar com Gabriel e preparar todos os documentos que ela precisa.

Finalmente, chegou o dia da viagem, Bianca passou o dia no apartamento da Cecília para ajudá-la com as malas.

— Amiga, olha que lindo esse vestido, não vai levar?! Não está levando nada que presta, tudo, moletom, jeans e roupas cumpridas, isso não tem graça nenhuma. — Bianca, segurando um vestido verde estilo lápis com alças finas e um decote V discreto, exclamou irritada.

— Não! Amiga, já te falei que não vou levar nada de revelador, a cultura dos meus pais é bem diferente a daqui, se a minha sogra me ver com um vestido desses ela teria um ataque cardíaco. — disse Cecília debochando.

— Pensando bem amiga, não estou mais interessada em conhecer seu cunhado não, Deus me livre usar roupas assim o tempo tudo, quem terá um treco seria eu. — Bianca disse sorrindo em seguida, ela perguntou:

— Que horas o Gabriel vai vir te buscar?!

— Combinamos as 11:30 da noite.

Terminaram de arrumar as malas, passaram a tarde conversando, Cecília recebeu uma ligação do seu cunhado Amir, desejando uma boa viagem e avisando que ele estará a sua espera quando chegar.

11:30 da noite, Gabriel chegou no apartamento da Cecília, carregou as malas para seu carro, Cecília entregou a chave do seu apartamento e a do apartamento dos pais dela para a Bianca, carregou a filha no colo e desceu no elevador chorando.

Bianca foi ao aeroporto junto com eles, se despediu da Cecília e da Amal, as duas amigas choraram muito na hora da despedida.

Gabriel acompanhou Cecília até a área do embarque por pouco ele subiu junto e acomodou ela dentro do avião. Bianca esperou ele num dos restaurantes do aeroporto e os dois voltaram pra casa.

Após horas e horas sobrevoando em cima do oceano e os continentes europeu e africano, Cecília, finalmente, desembarcou no continente asiático.

Assim que ela saiu do avião, tinha um soldado esperando por ela, a ajudou com a mala pequena e esperou com ela para pegar as outras malas.

Em seguida, foram em direção do portão da chegada dos passageiros, Cecília se deparou com uma muralha de carne e osso na sua frente, um homem de roupa do exército encarando ela com um sorriso meigo acompanhado por outros dois soldados.

Eles se cumprimentaram com as mãos, Cecília sabe muito bem, que na cultura dos seus pais uma mulher não pode abraçar e muito menos beijar um homem, ela até poderia cumprimentar seu cunhado, por ser como seu irmão, com beijos no rosto, mas ela se sentiu mais segura com apenas o aperto das mãos, como era o primeiro encontro deles.

Amal estava dormindo no colo da sua mãe, então Amir pegou a sobrinha no colo e foram em direção do seu carro, um dos soldados abriu a porta para Cecília e outro abriu a porta para Amir, e os quatro seguiram a viagem para a casa da família.

O caminho tudo Amal dormiu como um anjo no colo do seu tio, que não parava de olhar para a sobrinha, ele se aproximou, enalou o cheirou do seu pequeno pescoço em seguida disse com sua voz rouca:

— Ela tem o mesmo aroma do Houssam!

Cecília emocionada não conseguiu dizer nada além de chorar silenciosamente.

Chegaram em casa as 11:00 horas da noite, Cecília ficou chocada com o tamanho da casa, seu marido não estava exagerando sobre a família dele, eles são podres de ricos.

— Ainda bem que não vou ficar aqui para sempre. — ela pensou.

Imagem retirada da internet:

A mansão da Família Ibrahim

Amal Ibrahim, 61 anos, mãe do Houssam, dona de casa, uma mulher forte e adora manter as tradições.

Seus sogros estavam parados do lado de fora da casa esperando por eles, assim que o carro estacionou, Amal chorando e tremendo de emoção se aproximou para ver a sua neta.

Amir saiu do carro com a sobrinha dormindo no colo ainda, a sua avó soluçando disse:

— Meu Deus! Como ela é linda! — tocou a mão dela e a beijou.

Amir olhou para Cecília e disse:

— Vou colocá-la na cama. — Cecília concordou com a cabeça e ele adentrou a casa.

Amal olhou emocionada para a mulher na sua frente, Cecília estava de moletom preto com tênis brancos, cabelos amarrados em rabo de cavalo, parecia uma criança tímida.

Então Amal se aproximou da nora e disse:

— Filha, muito obrigada por vir e trazer a minha neta. — Cecília se aproximou para beijar a mão da sogra, que a acolheu nos braços, as duas ficaram abraçadas chorando por um tempo.

— Dona Amal, vai com calma! Vai esmagar a menina. — Farid disse se aproximando delas.

— Seja muito bem-vinda, filha! Que bom que vieram! — Cecília agradeceu o senhor na sua frente e beijou a mão dele.

Farid Ibrahim, o patriarca da família Ibrahim, 76 anos, fundador de sua empresa de construção civil, um homem poderoso, rígido, temido e muito respeitado por seus filhos, irmãos e todos que conhecem ele.

Todos adentraram a casa, Amal entrou abraçando Cecília, que se sentiu acolhida, foram para sala de jantar, uma mesa enorme cheia de muitos pratos árabes, que a Cecília adora.

Amir voltou e se juntou a eles.

— Como foi a viagem, filha?! — Amal perguntou.

— Um pouquinho cansativa, a Amal ficou irritada, por não estar acostumada com longas viagens, e ela já não dorme direito há algum tempo. — Cecília disse a última frase com um tom triste.

— Oh, meu Deus! Ela é muito pequena para tanto sofrimento. — Amal disse chorando.

— Dona Amal, deixe a menina comer em paz. — Farid interferiu na conversa.

Cecília não conseguiu comer, estava muito cansada, ela só pensava em um banho quente e uma cama aconchegante, então bebeu o copo de suco de laranja e beliscou alguns aperitivos.

Amal acompanhou a nora até o quarto, Cecília ficou de boquiaberto com o tamanho do quarto, tinha mini sala, closet, cama enorme, uma varanda grande, todo decorado com móveis brancos.

— Esse aqui era o quarto do Houssam. — Amal disse emocionada. — Está do jeito que ele deixou a 7 anos atrás. Vou deixá-la descansar. Boa noite, filha. — ela abraçou Cecília e saiu fechando a porta.

Cecília foi ao closet, a sua roupa já estava toda arrumada, pegou um pijama e foi ao banheiro, tomou banho, fez suas higienes noturnas, saiu direto pra cama onde abraçou a filha e desmaiou do cansaço.

Ela só acordou no dia seguinte com a voz da sua filha perguntando surpresa:

— Mamãe, onde nós estamos?!

Cecília abraçou a filha depositando vários beijos nas bochechas dela e respondeu:

— Estamos na casa dos seus avos. Chegamos ontem a noite, mas a minha bonequinha estava dormindo.

— É sério! — Amal disse tímida.

— Sim, que tal um banho?! Aí a gente desce pra você conhecer todos.

Cecília levantou-se e arrumou a cama, em seguida, foi ao closet preparou a roupa da Amal, short cor verde, blusa branca com estampa de folhas verdes e sapatilha na cor verde também.

Após a menina estar pronta, Cecília tomou banho e se arrumou, uma calça preta, camisa de mangas cumpridas cor laranja e tênis preto, passou uma maquiagem leve, seu perfume e saiu do quarto.

Amal se sentiu muita vergonha, então Cecília lhe pegou no colo e desceu as escadas. Amir, Farid e Amal estavam sentados no jardim, a governanta Aiche acompanhou Cecília para não se perder.

— Oh! Meu Deus! Olha quem acordou?! A princesa favorita da vovó. — Amal, a avó, disse caminhando em direção das meninas, a neta ficou tímida, Cecília a abraçou para acalmá-la.

Pouco tempo depois, Amal já estava no colo do seu tio Amir, ela falava árabe bem pouco, porque quando começou a estudar na escola, na época, ela só falava em árabe e os amiguinhos não entendiam nada, então não quis mais conversar em árabe.

A parte de manhã passou voando, Cecília estava muito feliz, a família do Houssam é maravilhosa, Amal avisou, que os outros filhos com suas famílias, irão chegar na hora do almoço.

Cecília acompanhou a sogra para a cozinha, apesar de serem ricos, Amal trata suas empregadas como a sua família, a relação entre ela e a Aiche parece de irmãs.

E a pequena Amal estava brincando de bola, com seu avô e seu tio, no campo de futebol.

Por volta do meio-dia, Amir entrou na cozinha com sua sobrinha no colo, Cecília subiu para o quatro com a filha deu banho nela e a arrumou .

Uma calça cor rosa bebê com um cinto em formato de um laço grande, uma blusa branca com detalhes rosa bebê, sapatilha branca e faixa na cor rosa bebê no cabelo.

Cecília tive que trocar de roupa também, vestiu-se um jeans azul escuro com camisa branca e tênis branco.

Pegou as sacolas de presentes, que ela trouxe para entregar a família e foi em direção da porta, quando Amir lhe chamou avisando, que os cunhados já chegaram.

— Pode entrar.

— Pra que tudo isso cunhada?! — ele exclamou assim que abriu a porta.

— É só algumas lembrancinhas pra vocês. Será que pode me ajudar?! — disse ela e entregou-lhe algumas sacolas.

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