Decido aceitar o dia de folga para resolver algumas coisas no centro. Olivia sempre perguntava e eu já não tinha mais o que dizer. juntando toda a minha coragem me arrumo para sair.
Para algumas pessoas sair é comum, banal. Mas para quem já viveu algum trauma é estar sempre alerta. Sempre com medo. Chega a ser uma paranóia.
Chamo um taxi - o que é outra Vitória. Entrar em um carro sozinha sem ter um ataque - e vou para o centro.
Compro algumas coisas que eu preciso. É a primeira vez que eu tenho algum dinheiro sobrando. A verdade é que eu só posso dizer que estou viva por que ainda respiro.
Resolvo algumas coisas no banco. Paro para almoçar. Me sento um pouco no banco da praça e fico olhando as pessoas a minha volta.
Mas ao sentir uma mão em meu ombro eu congelo. Fico mais pálida que a neve na praça. Eu nao ouso virar a cabeça. Estou paralidada. Uma tensão me percorre.
"Liz"
— Você?
— Eu mesmo Liz.
Solto todo o ar que guardei no pulmão, respirando aliviada.
— Quanto tempo Liz Bernardi.
— Well... desculpa-me... Como me viu?
— Eu distinguiria você no meio de uma multidão. Clara e Luna vão surtar quando eu disser que vi você.
— Vocês devem me odiar né?
— Liz... Nós ficamos muito tristes e preocupados. Você sumiu do mapa. Te procuramos, ligamos, mandamos mensagens. Mas chegou um ponto aonde nós nos colocamos em seu lugar. Jamais te julgamos. Vejo que esse tempo longe te fez bem.
— Fez sim Well... Eu tive tanto medo... de perder a amizade e o carinho de vocês, mas eu precisava fazer isso. Precisava juntar os cacos e tentar reconstruir.
— E conseguiu?
— Eu sou uma confusão ambulante Well... Não digo que esqueci o que eu vivi... As dores ainda são latentes. E o medo é um amigo íntimo. Mas eu havia perdido tanto...
Nesse momento lágrimas escorrem. Well me abraça.
— Enfim, Eu precisava tentar ao menos.
— Saiba que você nunca nos perdeu. Só queremos o seu bem. De verdade Liz.
— Diga para as meninas que estou bem... Na medida do possível...
— Por que não diz você mesmo?
— Olha Well... eu não vou voltar...
— Fique com o meu telefone.
Ele me entrega um cartão, que eu olho.
— Do seu studio de fotografia? Uau! Isso é incrível! Parabéns Well!
— Obrigada Liz... Tenho trabalhado bastante. Principalmente aqui no centro... então ja sabe ne.
— Sim... eu sei...
— Por favor Liz... não suma... Fale com as meninas. Elas querem muito te ver.
— Eu vou...
Ele se levanta e da um beijo no topo da minha cabeça. Olho ele se afastar. Eu poderia ter sido feliz com ele? Me levanto e pego um taxi e retorno para minha solidão.
Dou um "oi" para Olivia que esta na cozinha e vou para o quarto. Coloco o cartão do Well no criado mudo. E organizo minhas compras.
Tomo um banho e coloco uma calça de moletom com uma blusa branca.
Fico em um: ligo ou não ligo? até que quando vejo no relógio ja é tarde. Me deito e espero o sono chegar. Mas o que chega é um estômago roncando de fome e uma sede muito grande.
Levanto e decido ir até a cozinha. Não ligo nenhuma luz. E faço o mínimo de barulho possível. Abro a geladeira e pego a garrafa com água e quando estou prester a pegar o queijo ouço meu nome vindo da escuridão.
— Liz, garota do café.
Não há palavras para dizer o quanto meu corpo foi tomado por um frio e calor em simultâneo. Uma sensação diferente de medo. Eu não entendi mais nunca sentia medo quando ele estava perto.
— Caramba! O que...
Falo pressionando a garrafa no meu peito sem ligar para a sensação de gelo.
— Estou sem sono. Pode pegar água para mim?
Diz ele me cortando como se soubesse o que ia dizer. E ele se levanta e vem para perto. E a luz da geladeira revela ele sem camisa, apenas com uma bermuda fina. Ele passa por mim e acende a luz e fica apoiado na bancada.
— Sim senhor...
Falo pegando dois copos. Nem havia percebido que a umidade da garrafa agora tinha deixado a minha camisa branca transparente. Henrry não tirava os olhos de cima de mim. Ele estava me analisando. Quando estou prestes a sair ele me chama.
— Não vai pegar o queijo?
— O quê?
Até havia esquecido do meu estômago roncando.
— Você veio comer. Esperava que fizesse um sanduíche para nós.
Ele diz mais intenso e com uma voz mais grave.
— Sim, senhor...
Por que ele não tira os olhos de cima de mim? Isso é muito intimidador. Faço dois sanduíches e entrego o dele, e como o meu, apoiada na pia.
— Satisfeito senhor?
— Nem um pouco.
Noto um olhar carregado de malícia, ele se levanta e vem na minha direção e fica bem de frente comigo. Prendo a respiração. Ele coloca o seu prato e copo na pia. E diz bem perto ao meu ouvido: Mas em breve estarei.
Ele se afasta e vai embora. Me deixando ali em meus pensamentos e pernas bambas. Sentia pavor quando um homem se aproximava... Mas com ele não era assim.
Limpo a bancada e volto para o quarto e só então vejo minha camiseta molhada e meu seio aparente. Que constrangimento!
Henrry Narrando
Desço as escadas até a cozinha. Não consigo dormir pensando na garota do café, estava cada vez mais frequente,quanto mais tentava me convencer a não pensar, mais eu pensava. Quando a mesma entra sorrateiramente na cozinha. Ela abre a geladeira, eu olho aquele corpo bem formado, de ninfetinha. Nada exagerado, mas muito gostoso. E já penso em tantas aventuras com ela. Eu sei foda-se o processo trabalhista, por ela valeria a pena.
— Liz, garota do café.
Ela paralisa, sua bochecha ruborizada a deixa sensual. Os seus cabelos negros e ondulados estão soltos. E os seus lábios rosados me faz pensar se a sua buc*eta é assim também. Levanto e acendo a luz indo na sua direção. Ela aperta a garrafa contra o peito. Peço água só para ver o que há ali debaixo.
— Sim, senhor.
Ah como desejo ouvir ela me chamando de senhor gemendo na minha cama. Quando ela se vira e coloca a água eu não aguento ver o mamilo dela saltado sob a camisa. Bem como imaginei: rosadinho. Ah como queria meter a minha boca naquele peito.
Quando ela se afasta querendo sair eu a chamo novamente.
— Não vai comer?
A verdade é que eu queria dizer, me deixe fod*er você. Mas ao invés disso peço para ela fazer um sanduíche para mim.
Ela se apoia na pia e começa a comer. Os meus olhos não saem dela. Aquela camisa mostrando os seus seios está me fazendo beirar a loucura. Levanto e vou e direção a pia. E quando me aproximo vejo o efeito que eu causo nela. A sua respiração está presa. Minha vontade era suspender ela e joga-la na bancada e me apossar daquele corpo gostoso.
— Satisfeito senhor?
— Nem um pouco
Eu queria me satisfazer em você Liz. Meter em você com força. Te levar para minha cama e fazer você se desmanchar nos meus braços. Eu vou te-la. Me aproximo bem perto e falo: Mas em breve estarei.
Se controle Henry. Volto a realidade e apenas saio da cozinha.
Subo as escadas e vou direto para um banho frio.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
Denis
Sabia que ia chegar esse lance de ir na cozinha de madrugada. Quase toda história tem isso, parece cópia.
2024-12-29
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Denis
Um homem rico desse jeito e não tem um frigobar no quarto? Eu sou um simples mortal tenho.
2024-12-29
0
Claudia Lopes
🤣🤣🤣tá sendo até engraçado esse geito tarado dele 🤣🤣🤣🤣
2024-08-16
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