| Dores

Acordo no dia seguinte com a cabeça explodindo de dor.

Clara e Luna trouxeram café e comprimidos para mim.

Esse dia é o segundo pior da minha vida. Não tinha animo sequer para ficar de pé. As marcas das mãos de Edward estavam em mim. Em pensar que ele quase conseguiu o que queria. Meu coração estava partido. A dor que se forma em mim é sufocante.

Por que? Por que tive que perder meus pais de forma tão dolorosa? O vazio que eles deixaram é imenso. Me sinto sem rumo, sem norte.

— Vamos Liz... Não pode ficar ai o dia todo...

Clara me chama.

— Meninas... Me deixem aqui quietinha... Eu preciso de tempo. Eu vou ficar bem

— Estaremos de olho no celular, qualquer coisa nos ligue.

— Certo Luna...

Viro para o lado e volto a dormir. Estava tão exausta que se dormisse uma semana direto ainda seria pouco.

Acordo com o despertador. Já é segunda, junto toda força em mim para me levantar. Não posso perder aulas. Me levanto e vou ao banheiro. faço minhas higienes, Clara e Luna ja estavam prontas tomando café na cozinha. A República costuma ser um lugar movimentado. Mas por sorte todos os quartos são suite. Dando um pouco mais de privacidade, mesmo que estivesse violando a regra de duas pessoas por quarto, estava aliviada em ter um lugar para ficar.

Clara me serve café.

—Tem certeza que vai hoje?

— Olha Luna... eu já estou na corda bamba... preciso melhorar as notas. Já perdi tanta coisa... Não quero perder a oportunidade de me formar também.

— Você é muito forte Liz.

Eu não sou... Mas eu preciso ser. E eu vou ser.

— Estou pronta. Vamos?

— Vamos... vou só pegar a bolsa.

Luna retorna do quarto e nós vamos para a faculdade.

Preciso me concentrar aqui. É tudo que me restou.

....♡....

* Seis meses depois*

As meninas estavam eufóricas com a festa das repúblicas. Nos últimos meses as coisas se ajeitaram. Estou entre as melhores da turma. Minha bolsa esta segura. Embora ainda sofra com o que aconteceu eu não posso me dar ao luxo de me entregar a depressão.

Hoje elas vão me obrigar a julgar seus vestidos para a tal festa, e me fazerem comprar um. Elas ja acordam animadas.

— Meninas... Vamos tomar café e sair. Depois almoçamos juntas.

Clara diz.

— Ouviu né Liz?!

Luna aponta para mim.

— Eu não tenho escolha né?! Então vamos!

Jogo o travesseiro nelas.

Luna e Clara tem sido mais que amigas. O que elas fizeram por mim, eu não tenho palavras...

Após o café saímos, pegamos o metrô até o centro. Entramos em inuneras lojas, as meninas provam diversos vestidos.

Até que Clara opta por um vestido azul escuro, com uma fenda na lateral até a parte da coxa. O seu corpo escultural ficou ainda mais belo naquele vestido.

Luna optou por um vermelho, que lhe cai muito bem com a pele branca dela. o vestido tem as costas nuas, e marca toda a Silhueta.

Elas olham para mim e em uníssono dizem: Sua vez!

Elas me enfiam no provador e trazem diversos vestidos.

Por fim chegamos a uma decisão: Um vestido verde escuro, com alças finas e decote drapeado.

— Uau! Você ficou incrível Liz!

— É verdade! Maravilhosa!

Luna confirma.

Pagamos os vestidos e seguimos para para comprar os acessórios e sapatos. De compras feitas seguimos para o almoço e ficamos dando voltas. Chego na republica exausta. Fazia tempo que não tinha um dia tão leve e agradável.

— Ah meu Deus estou tão ansiosa...

— Clara, ainda faltam quinze dias para festa.

— Não terei unhas para roer até la...

— Roer as unhas é um mau hábito Clara.

— O Troy vai estar la! Tem noção disso?

— E o Wellington não para de perguntar da Liz... Se ela vai ou não...

— Pois o Jack também vai estar.

Começamos a rir. Jack era a paixão da Luna. E Troy era o capitão do time de basquete.

Colocamos um filme e fazemos pipoca. Coisa simples. Mas que eu tinha esquecido como era.

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