Liz Bernardi
Estava caminho de casa depois do estágio administração o meu celular vibrava dentro da mochila. Como estou na rua e sozinha não gosto de arriscar. Os tempos estão perigosos.
Penso que em breve estarei formada... Faltam apenas dois anos. A primeira Bernardi a se formar na faculdade. A minha família é simples, sou filha única. Os meus pais Rene e Lucy, são os amores da minha vida, não seria engano dizer os melhores pais do mundo. Quando eu consegui a bolsa para a universidade eles ficaram tão felizes, sonharam junto comigo e tudo que queria era ter a oportunidade de retribuir um pouco tudo que sacrificaram por mim.
Chego na porta de casa. Uma casa simples, alugada e cheia de afeto. Está tudo escuro. Geralmente meu pai espera minha mãe sair do trabalho e vem juntos.
Abro a porta e me jogo no sofá. Vida de estagiário não é fácil. Trabalha muito ganha pouco. Mas por hora consigo até ajudar em algumas despesas.
O celular volta a tocar. Eu abro a bolsa e atendo.
— Liz Bernardi?
Ouço do outro lado da linha.
— Boa noite! Sim, quem é?
— Liz aqui é o policial Fred, você pode vir ao hospital Santa Maria, se trata dos seus pais.
— O que aconteceu? Eles estão bem?
— Liz, você pode vir nós conversamos aqui.
Ele desliga e eu começo a tremer. O que pode ter acontecido?
Saio de casa e vou até o hospital. Não fica muito distante aqui de casa. Entro no hospital e avisto alguns policiais. Vou até a recepção e me identifico. O policial caminha na minha direção. Sinto meu estômago revirar.
— Liz Bernardi?
— Sim senhor...
Eu não sabia se queria ou não ouvir o que ele tinha a dizer.
— Liz, os seus pais foram assaltados, algumas testemunhas disseram que ele tentou reagir protegendo sua mãe. Eles foram alvejados várias vezes. Chegaram no hospital ainda com vida. Mas não resistiram.
Sabe quando você parece estar saindo de cena? Sendo puxado para longe? A voz do policial vai ficando distante. Minha garganta fica seca, e me sinto sendo arrastada para um escuridão sem fim. Apoio minha mão na parede tentando não cair. Lágrimas começam a rolar em meu rosto.
— Você não esta falando sério.
Eu falo em um tom de desespero.
— Sinto muito Liz.
Sinto muito... Sinto muito. Vejo minha visão escurecer.
Quando recobro a consciência vejo os mesmos policias e agora minha tia Lena e Edward seu marido. Começo a chorar descontroladamente, pois agora sei que não é um pesadelo.
— Oh querida... Sinto muito.
Ela aproxima-se e me abraça.
Não éramos tão próximas, princialmente depois que ela casou novamente. Mas era a única família que tinha me restado, alem dos meus primos que se mudaram.
Após o velório minha tia Lena me fez ir morar com ela. Eu não tenho condições de me manter ainda. Ela propôs que eu fique com ela até eu me formar. Então alguns dias depois eu arrumo minhas coisas e vou para lá.
Eu precisei aceitar. Lena tinha dois filhos, Pamela e Paulo. Eles sairam de casa cedo. Foram tentar a sorte em outro lugar nunca entendi porquê.
Eu pego o pouco de coisas que tenho e viro me despedindo daquela casa que foi lar de afeto, cuidado e amor.
Minha tia me recebe com muito carinho. Apesar de não sermos tão próximas minha mãe e ela tinham um bom relacionamento. Edward que era um pouco estranho.
Ela me leva até o quarto que era dos seus filhos. Eu fechei a porta e me deitei na cama.
Tudo ainda é recente demais. Estava desnorteada e muito deprimida com a morte de meus pais. Mas precisava ser forte. É o que me diziam o tempo todo.
Acabo dormindo ali mesmo. Abraçada a um travesseiro.
Acordo com uma figura me observando na porta. Edward. Abro os olhos e me sento na cama.
— O jantar está pronto.
Ele diz de forma ríspida e saindo em seguida. Não quero incomodar ninguém... Talvez ele não esteja satisfeito, afinal estou aqui de favor na casa dele. Vou ajudar como puder. Vou até a cozinha. A casa da minha tia também é simples. Vejo ela colocando uma travessa na mesa.
— Vem Liz, senta aqui!
Eu me sento e a minha frente esta Edward. Eu não sei descrever o que há no olhar dele. Mas é pesado.
— Obrigada tia, olha... eu não quero incomodar vocês.
— Não diga isso querida.
— Obrigada por me receberem... eu vou ajudar em tudo que eu puder.
— Fique tranquila querida. Não pense nisso agora... Vamos, coma.
Edward não da uma palavra. Por vezes me olha. Por vezes me ignora. Tia Lena tenta me fazer rir algumas vezes. Terminanos o jantar e eu lavo a louça. Sigo para o quarto e tomo um banho e me deito novamente.
A noite acordo assustada. Com a sensação de estar sendo observada, mesmo com a porta fechada. Olho ao redor, e coloco as mãos nas têmporas e me deitando novamente.
O celular desperta. Eu preciso retornar a minha vida. Com um buraco no peito... Sem ver meu pai e mãe tomando café antes de sair.
Coloco a roupa, arrumo os livros e saio. Tia Lena me oferece um café, eu tomo rapidinho e saio.
Na faculdade Clara e Luna me encontram, elas me abraçam forte.
— É bom te ver aqui Liz...
Clara é a primeira a me abraçar.
— É verdade! Você fez falta Liz...
Luna se junta ao abraço.
— Também senti falta de vocês esses dias meninas.
Luna e Clara eram minhas amigas. Estavamos sempre juntas quando era possível.
— Como você esta?
— Tentando ficar bem...
— Conte com a gente... Para o que precisar. Sabe disso não é? Clara e eu estamos a sua disposição.
— Obrigada meninas...
— Você foi mesmo para a casa da sua tia?
Luna perguntou enquanto íamos para a sala.
— Eu fui... eu não tenho para onde ir... Espero que esses anos passem rápido.
Entramos na aula, algumas pessoas me abraçam... Tento focar a cabeça. Preciso me formar e preciso ser muito boa. Para a memória dos meus pais.
Depois da aula sigo para o estágio e volto para casa. Tia Lena chega tarde. Ela tem dois empregos. Chego e deixo a mochila no quarto e começo a arrumar a cozinha. Quero ser útil aqui, para não me sentir um peso.
Quando estou lavando a louça Edward entra na cozinha, e fica próximo a mim. Sinto a sua respiração no meu cabelo. Eu congelo. Ele pega um copo com água da torneira fazendo questão de ficar bem atrás de mim e sem dizer nada sai.
Edward é estranho. Mas será que é apenas coisa da minha cabeça? Ele parece ser um bom marido para minha tia, sempre atensioso com ela. Termino o jantar e assim que minha tia chega ela ja esta na mesa.
— Liz! O cheiro esta bom... Mas não precisa fazer isso.
— Ah... é o mínimo que posso fazer. Como foi o dia?
— Muito trabalho. Mas tudo bem... e você?
— Muito trabalho também...
— Logo estará formada.
— Assim seja. É tudo que mais quero.
Depois do jantar recolho a louça e lavo. Sigo para o quarto e tomo banho para dormir. Todas as noites tenho essa sensação de ser observada. Viro de um lado para o outro e finamente durmo.
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Atualizado até capítulo 73
Comments
💕Sonhadora💕
já li essa história é estou reelendo novamente pra lembrar do andamento da história deles que não lembro
2024-04-11
2
Magna Figueiredo
Opa começando essa saga agora, depois de ler toda a dos Alencar, e reler a primeira kkkk ainda não superei o Vincent...e encontro a Diva aqui...amooo os comentários dessa mulher /Heart//Heart//Heart/
2024-03-28
0
Annyy
Deve ter câmeras no quarto ele é um nojento creio que os filhos dela saíram de casa por causa desse nojento e deve manipular a esposa.
2024-03-12
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