capítulo 14

Capítulo 14

Novak

- preciso que vá para o norte, lá está tendo conflitos com os donos das terras, eles não querem ceder para nossos exércitos - disse meu pai

- pouco me importa! sei bem que na verdade, quer me manter longe da Caterine! - falei a ele

Estava em sua sala havia meia hora. Fazia cinco dias, desde o dia em que brigamos e Caterine tinha conseguido convencer ele de um jeito bem suspeito. Meu pai andava mais calmo e gentil.

- estou falando sério filho. E sobre Caterine, não há que você possa fazer, vamos nos casar! - disse ele

- pai! - falei entre os dentes e espremendo meus braços ao lado do meu corpo - não pode se casar com ela!

- e por que não? - perguntou ele

Eu queria dizer que gostava dela, mas ia parecer um fraco para ele, e isso era a última coisa que eu precisava.

- precisa fazer um anúncio real, que ela não é minha esposa e que aqueles não são meus filhos! Se não... teremos um escândalo na corte!

- tem razão, em breve farei este anúncio - disse ele sentando em sua cadeira - vai para o norte? será apenas uma semana! se quer continuar sendo o meu chefe de guerra, o general dos meus exércitos, precisa ir!

Respirei fundo e acenei. Seria poucos dias, daria algumas ordens e voltaria. Depois iria atrás de todos os sacerdotes dos reinos descobrir se tinha uma saída para Caterine, além de matar meu pai.

**

Caterine

TOC TOC TOC

- desde quando você bate? - perguntei olhando Brendow parado na minha porta

- tive medo de você estar nua

- isso não foi impedimento a você ontem, nem antes de ontem e nem antes de antes de ontem... - falei

- já entendi... bom vim avisar que você vai jantar com o rei! - ele disse

- e por que Filip não veio falar comigo?

- humm... - disse ele entrando no meu quarto - vejo que estão íntimos, se já chama ele pelo primeiro nome...

- e desde quando isso é da sua conta? - perguntei e ele estreitou os olhos me encarando

- parece que voltamos a estaca zero não é?

- não sei do que está falando, e diga, como sabe que vamos jantar? é  o garoto de recados de rei?

- não sou garoto de recados... mas passei por uma empregada que estava vindo aqui... e decidi eu mesmo falar com você!

- e por que se dar a esse trabalho, está tão entediado assim?

- por incrível que pareça, sim estou bem entediado! mas vim porque ele mandou isso a você! - Brendow estalou seus dedos e um vestido preto de mangas longos e gola alta surgiu em cima da minha cama, a gola era toda bordada com dourado e do joelho para baixo também. Cascatas de um dourado lindo faziam um desenho, que parecia algo do estilo maia ou inca, eu não saberia distinguir a diferença.

- uau - falei - é lindo

- sério? Um vestido bonito e você fica de queixo caído Caterine? Esperava mais de você!

- bom, pena para você, que esperava algo de mim querido! - falei

Ele me olhou daquela forma estranha dele de novo.

- coloque, quero ver como fica! - disse ele

- preciso tomar banho e me... - novamente ele estalou aqueles malditos dedos e meu vestido casual cinza claro, foi substituído pelo que o rei mandou. Meu cabelo estava erguido para cima e eu estava maquiada.

Ele se aproximou de mim e tocou meu rosto.

- você está linda - ele disse baixo e me fez corar - está idêntica a Juliene

Dei um tapa na mão dele e disse:

- pare de me comparar a ela, não sou Juliene!

- eu sei que não é - Brendow disse e pareceu triste - vou deixar você terminar de se arrumar.

E para minha total surpresa, ele saiu andando do meu quarto. Deuses, esse homem era maluco.

Tirei o vestido e prendi todo o cabelo e me banhei naquele chuveiro quente e maravilhoso, acho que nunca iria me acostumar com aquilo. Depois coloquei o vestido novamente, arrumei minha maquiagem, deixando mais leve e soltei meus cabelos.

Fiquei na cama esperando, uma criada veio me buscar. Me levou vários corredores a dentro, até entrar numa sala, claramente aquela ala era inteira do rei.

Era tudo revestido de madeira envernizada, móveis entalhados e bem estofados, pareciam muito confortáveis. O cheiro dali era incrível. Ele estava ao lado da janela principal, que dava para a frente do castelo. O rei vestia uma roupa preta simples, justa, marcando seus músculos. A única coisa dourada nele, era uma espécie de colar de moedas, que estava preso de um ombro a outro, formando uma meia lua.

- majestade - falei e fiz uma reverência

- pare com isso - disse ele sorrindo e fez sinal com a mão para que a criada saísse - venha!

Caminhei até ele e o rei me entregou uma taça de vinho.

- beba! - falou Filip

- obrigada! - bebi apenas um pequeno gole, era uma delícia, assim como tudo no castelo

- você está maravilhosa, que vestido lindo!

- não foi você quem escolheu? - perguntei confusa

- não... - ele disse - provavelmente a criada achou adequado para essa noite

- sim, claro! - falei concordando, Brendow iria me pagar, desgraçado

- venha, vamos sentar! temos que nos conhecer melhor... - ele pegou minha mão e me levou até um sofá grande e bem estofado, na cor preta, seus braços eram dourados.

Ficamos acomodados ali e ele ficou me observando e segurando sua taça de vinho.

- não costuma beber muito? - ele perguntou

- é... não, mas sabe - falei sorrindo e fingindo constrangimento - existe uma lenda que o vinho de vocês, pode matar um humano

- bobagem - falou ele e tocou com a ponta dos seus dedos na minha bochecha - pode beber, eu jamais faria isso com você - e eu fiz a maior loucura, dei um grande gole naquilo, o rei apenas sorriu

- qual sua idade? - perguntei sorrindo para ele

- tenho muito mais idade do que você gostaria de saber - ele falou e bebeu mais do vinho

- diga! - pedi flertando com Filipe, toquei no seu peito bem de leve - mais de quinhentos? uma pista pelo menos!

- sim, mais de quinhentos, você é uma criança para mim! - ele disse me olhando com desejo nos olhos

- e isso é estranho para você? - perguntei

- não, eu apenas exemplifiquei. Você parece uma mulher, é madura e muito inteligente - por um segundo esqueci que não devia acreditar no que ele dizia

O rei se aproximou e tocou meus lábios com o seu polegar, arfei em seu dedo, senti sua respiração na minha pele.

- quero beijar você - ele disse baixo

- acho melhor não - falei baixo e olhando propositalmente a sua boca

Obviamente, o rei não perdeu a oportunidade e me beijou, calmo, mas intenso. Seus lábios eram macios, ele sabia o que estava fazendo, me causou arrepios até na espinha.

- você está muito cheirosa - ele falou a um centímetro da minha boca ainda de olhos fechados

- uma criada me deu este perfume, achei adequado usar na sua presença - falei

- que bom que pensou em mim - ele falou e se afastou de vez, ainda me olhando com desejo

- quando nos casarmos, como serei uma rainha se não entendo nada da realeza... - falei

- calma Caterine! tudo pode ser aprendido! fico contente que esteja preocupada com isso!

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