capítulo 11

Capítulo 11

Novak

- não vai se casar com ela! - falei irritado na sala do meu pai

- veja como fala comigo, seu moleque! - disse ele em pé em frente sua cadeira

Brendow bebia whisky escorado numa prateleira, no lado esquerdo da sala e nos observava.

- sei bem que não teve nenhum laço com ela, sei bem que você só está interessado no que ela tem a oferecer! - disse apoiando minhas duas mãos em cima da sua mesa

- Novak, melhor controlar sua língua ou vai ficar sem ela! - disse meu pai em tom autoritário - ache outra esposa! Caterine é minha e pelo que vi, ela está bem interessada - ele falou com um sorriso vitorioso nos lábios

Brendow riu e engasgou com sua bebida.

- por favor pai, deve mesmo estar enferrujado! - disse Brendow

Nosso pai o olhou confuso e quando foi perguntar, uma sacerdotisa entrou correndo, sem bater na porta.

- me perdoem, mas temos uma emergência! - falou ela ofegante

Nós três a olhamos confusos e esperando por mais.

- a senhorita Caterine... teve um laço de morte com uma criada agora pouco e se recusa e fazer o que deve ser feito!

Droga, isso era ruim, muito ruim.

Eu e meu pai começamos a andar e Brendow estava a nossa frente andando a passos largos.

Nosso pai desapareceu no ar e Brendow praguejou baixo, pegou minha mão e um segundo depois estávamos no quarto dela, junto com meu pai. Fiquei enjoado por alguns segundos, ser transportado assim do nada, sempre me deixava assim.

Caterine estava sentada no chão, ao lado da cama, com uma corrente e um cadeado presos a sua perna. Ela suava e chorava, seus braços estavam arranhados e ela tremia muito.

- precisa acabar com isso! - disse nosso pai, mas falou como um rei, suas mãos estavam para trás e ele estava com sua postura ereta.

- nã... não! - disse ela com a voz trêmula - não vou matar ninguém!

- vai sim! - disse Brendow com um tom de voz estranho

Caminhei até ela e me agachei.

- precisa fazer isso Caterine, ou até a noite, estará morta devido á febre! expliquei e toquei seu braço, sua roupa estava encharcada de suor, seus cabelos também

- não! não vou! eu... consigo!

- onde está a criada? - perguntou Brendow a sacerdotisa

- ela foi trancada numa sala senhor, ela estava muito descontrolada - disse ela

- Caterine, ou você enfrenta seu desafio, ou vai morrer e deixar seus dois irmãos sem família! - disse Brendow e quando vi, ele a levantou do chão e as correntes tinham sumido da perna dela, ele com certeza tinha feito isso

Caterine se jogou em meus braços tremendo.

- não... me ajude Novak, não posso matar alguém, não posso viver com essa culpa! - disse Caterine chorando, ela estava lutando contra aquilo, com todas as suas forças

- façamos de um jeito honrado então, podem duelar! - falou meu pai

Na realeza, só duelavámos se fosse contra outra pessoa da realeza, do contrário, nos trinyths superiores apenas matávamos os inferiores, era um horror, um caos total. Ainda bem que raramente acontecia.

- está maluco? - disse Brendow, como se realmente se importasse, eu duvidava muito - ela não tem experiência com nada disso

- como sabe? - perguntei

- é só olhar para ela, totalmente despreparada! vai morrer se duelar! - falou Brendow

- não vai e tenho certeza, que ela vai preferir assim - disse o rei e se aproximou segurando o rosto dela em suas mãos, não gostei nada disso - Caterine, ouça, precisa fazer isso. Então faça de um jeito honrado e dê a ela uma chance!

Caterine olhou para ele, seus olhos estavam em chamas, ela parecia outra pessoa, era isso que o laço da morte fazia.

- está certo então - disse ela ainda tremendo

Brendow me olhou quando meu pai e ela saíram do quarto.

- não vai fazer nada seu babaca? - perguntou ele

- o que eu posso fazer? sabe que precisa ser feito! - falei

Ele saiu pisando firme do quarto e fui logo atrás.

*

Uma hora depois estávamos no gramado do castelo o sol tinha se transformado em nuvens escuras e um vento começava e balançar as arvores. Caterine estava ao lado do meu pai, que tinha dado a ela uma arma, sua arma. Era pequena e leve. A criada estava a uns vinte metros de distância, segurando uma arma simples, com uma outra criada do lado.

Meu irmão estava ao meu lado, de braços cruzados e com as suas feições duras.

- por que está tão nervoso? parece até que se importa - falei olhando para a frente

- não sei como VOCÊ não está! - disse ele entre os dentes

- tem algo que eu não estou entendendo?

- Deus Novak, você é muito lerdo. Obviamente isso é alguma tentativa do nosso pai de pegar aquele colar.

- como assim, elas tiveram um laço de morte!

- e acha coincidência irmãozinho?

- acha que ele as enfeitiçou? - perguntei

Ele apenas me olhou como se fosse óbvio. Droga. Ele ia mesmo arriscar matar ela...

- mas você disse que o colar pode perder a magia, se estiver ligado a vida dela - falei

- ele está desesperado, ou achou uma brecha... - disse Brendow

Um sacerdote se aproximou com sua capa inteiramente preta e com o capuz na cabeça  e disse:

- vamos começar, as duas estão com suas armas? - ele perguntou

Elas acenaram com a cabeça. Meu pai caminhou até nós, calmamente.

Caterine não tremia mais, devia estar dominada pelo ódio, assim como a criada, eu não a conhecia, o que era estranho, eu conhecia quase todas as criadas daqui.

- deêm dez passos para a frente! - falou o sacerdote com as mãos abertas e saiu do meio delas - agora, se virem de costas e quando eu autorizar, virem novamente e atirem

Eu agora estava muito nervoso, meu pai era a tranquilidade em pessoas com seus braços cruzados, olhei e Brendow parecia que estava sendo atacado por formigas nos pés, ele trocava de um pé para outro a cada segundo.

- eu autorizo! - disse ele e as duas se viraram imediatamente

- foda-se - praguejou Brendow e puxou sua arma, três disparam soaram, mas só quem caiu foi a empregada

Todos olhamos para Brendow, que estava agora parado, mas ainda parecia com raiva. Ele saiu do gramado sem dizer nada.

- desgraçado - meu pai disse baixo

- você que é um desgraçado - falei e corri até Caterine agora agora estava de joelhos no chão e chorando.

O vento açoitava meu rosto e a chuva começou a cair, nos deixando encharcados. Peguei ela em meus braços e a carreguei para dentro.

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Priscilla

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