Capítulo 7
Caterine
Eu estava furiosa.
Assim que ele entrou no quarto onde eu esperava, dei um tapa em seu rosto.
Novak colocou a mão onde devia estar ardendo, pois usei toda minha força.
- ta maluca? - disse ele e quando fui dar outro tapa, minha mão travou no ar, era magia com certeza, ele não tinha movido nem se quer um músculo, mas eu não tinha controle da minha mão, que estava parada no ar
- me solte - falei com raiva
- não estou tocando você - disse ele com um sorriso torto no rosto
- seu desgraçado - falei, ele me olhou se cima a baixo e meu braço despencou, senti uma leve ardencia no meu peito
- olha, não tenho nada a ver com essa história de laço de amor com meu pai - falou ele e sua voz e suas feições mudaram, Novak parecia confuso
- quando bati em você não foi por isso e sim por não ter me contado aquele ritual rídiculo de cortar o pulso! - falei
- ah isso - disse ele baixo
- iam cortar os pulsos dos meus irmãos? aliás onde eles estão e por que não posso vê-los?
- não iam cortar os pulsos deles, o ritual é entre marido e esposa... e não sei onde eles estão e nem porque não pode vê-los! - disse ele e pareceu verdade
Uma mulher com roupa inteiramente preta e capuz abriu a porta e disse baixo e em tom grave:
- o rei quer vê-la na sua sala, venha comigo - foi mais uma ordem do que um pedido
- quem é você? - perguntei sem me mexer do lugar
- é umas das sacerdotizas do rei, Lunay. Pode ir com ela - disse Novak
Olhei dele para ela e me coloquei a caminhar, ela foi logo a minha frente naqueles corredores um pouco escuros e decoradas com preto e dourado. Depois de quase dez minutos, andando de um lado para outro, eu não saberia voltar sozinha. Lunay bateu em uma porta, que se abriu um segundo depois, sem ninguém ter feito isso. Ela fez sinal para que eu entrasse e quando olhei para trás ela já tinha sumido e porta se fechou atrás de mim.
A sala do rei. Tinha uma janela que trazia bastante luz aquele lugar, cheio de prateleiras e livros.
O rei estava sentado em sua cadeira, de frente para a mesa, suas mãos estavam cruzadas repusando ali. Suas feições não eram decifráveis.
- sente-se Caterine - falou ele sério
Caminhei lentamente, não podia negar, estava com medo. Fiz uma reverência, como mandava o protocolo e sentei.
- quando estivermos sozinhos, não precisa destas bobagens - ele disse - sabe o que significa o laço de amor, certo?
- sim... - respondi
- sabe então que não temos escolha - ele disse e levantou, depois sentou ao meu lado e minha cadeira virou sozinha para ficar de frente para ele, o rei tocou meu rosto com suas mãos, comecei a tremer no mesmo instante. - fique calma! - ele falou ao ver meu nervosismo
- eu... eu... nem sei seu nome, como podemos ter algo - falei nervosa
- meu nome é Filip - ele disse sorrindo, ainda tocando meu rosto, seu olhar desceu para o meu peito - fique calma Caterine, não vou machucar você!
- você é o rei, como pode ter um laço de amor, com uma plebéia! não sou ninguém! - falei com minha voz que saiu mais fina do que eu gostaria
- não me importa quem você é, me importa que agora você é minha! vou cuidar de você! - ele disse com um sentimento de posse
- não sou sua! - falei com raiva, me esquecendo que ele era o rei
- tem razão! desculpe, você ainda não sente o laço, não sei bem porque, estou sendo preciptado, vou chamar quem pode nos ajudar com isso! - ele disse e fechou os olhos alguns segundos, depois os abriu - Alfred e Luna estão vindo
Abaxei a cabeça e fiquei mexendo com minhas mãos uma na outra.
- e eu e seu filho... nossos filhos! - falei, porque era minha única saída
O rei levantou meu queixo com seu polegar.
- sei que não são nada além de estranhos Caterine! Meu filho tentou me enganar e eu fingi que acreditava, afinal ele precisava de uma esposa para o ritual ser feito. Mas meus informantes já sabiam de tudo antes mesmo que ele tivesse indo buscar vocês! - ele disse sério olhando em meus olhos - vou cuidar dos seus irmãos como se fossem meus filhos, prometo!
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Luna e Alfred entraram.
A amante do rei, parecia furiosa, embora seu rosto fosse engelical. Anfred estava com suas feições nulas.
Nenhum dos dois fez reverência ao rei.
- por favor, sentem - disse o rei com a voz suave e apontou o sofá de couro na parede esquerda, nossas cadeiras viraram para eles, de forma rápida e suave
Os dois sentaram um em cada ponta, não pareciam se dar muito bem.
- alguma explicação? - perguntou o rei ao padre, ou sei lá o que aquele homem pálido com uma tunica estranha e sem forma era.
- Na verdade não Filip... - chamou ele, pelo primeiro nome do rei - deve ser algum feitiço... será que seu filho não...
- não! - falei alto e rápido - Novak não fez nada em mim!
- se ele tivesse feito você nem saberia - falou o rei e tocou minha mão que estava em cima da minha perna, olhei para sua mão na minha e depois em seus olhos. Seus olhos estavam vítreos, brilhando. - curioso, ela tem escudos mentais! - falou o rei do nada
- não, não tenho! - eu disse, porque não tinha mesmo, Novak havia esquecido de me ensinar
- sim, você tem! - disse Luna falando pela primeira vez desde que entrou
- não tenho! - falei novamente
- sim, tem querida! - falou o rei, me causando nauseas por me chamar assim - qualquer um de nós, supremos, consegue entrar na mente de pessoas sem escudos mentais, podemos ler suas mentes. E garanto a você, há escudos ai! - agora ele segurava minha mão, a sua estava quente e era áspera.
- como? Novak disse que iria me ensinar, mas esqueceu e não teve tempo... - falei
Luna me encarava da forma mais estranha que já vi, ela não podia entrar na minha mente, mas claramente tentava me ler.
- alguém... que conhece as práticas dos supremos, celou sua mente... - disse Luna
- somente, outro supremo daemati sabe da existência disso! - falou o rei - e meus filhos, claro!
- ninguém me ensinou nada - falei
- eu sei - disse o rei e apertou de leve minha mão - seus pais provavelmente! Alfred, temos linham Bexton com sangue escuro?
- não senhor, em nenhum livro!
- Bexton não, mas Notexb! - disse Luna e levei alguns segundos para entender que era meu sobrenome de trás para frente
O rei e Alfred pareceram tão surpresos quanto eu.
- fazem quase duzentos anos que eles sumiram - disse Alfred baixo
- Caterine, quantos anos tem? - perguntou Luna de forma estranha
- tenho vinte anos, recém completados - falei
O rei e Alfred sorriram.
- a profecia está se cumprindo! - falou Luna me deixando confusa
- que profecia? - perguntei olhando o rei
Ele olhou nos meus olhos e disse:
- a quase duzentos anos, um primo meu se apaixonou por uma plebéia, na época, só podiam casamentos reais com quem tivesse laço de sangue, isso deixa a linhagem mais forte. Meu tio, irmão do meu pai, proíbiu o casamento deles. O que deixou meu primo muito bravo, eles fugiram, mas foram encontrados, mataram sua amada, Juliene, era seu nome. Ela era linda... enfim, Meu primo Donald, era muito poderoso, leu todos os livros de magia que existiam, contactou todas as sacertotizas, magos e bruxos, ele conseguiu ressuscitar Juliene. O que trouxe graves consequências. Eles foram mortos um ano depois, mas deixaram uma profecia escrita numa folha amarelada - contava o rei, mas quem disse a profecia foi Alfred
- "quando o ciclo for fechado, daqui a duzentos anos, o rei vai casar com nossa descendente"
- achamos que era bobagem, besteira... que eles estavam malucos! Afinal nunca se soube que eles tiveram filhos, mas parece que sim
- mas eu não deveria possuir magia então? e o que é esse ciclo? - perguntei
- deveria... mas pode ter sido tirada da descendencia quando eles morreram, ele pode ter sido punido pelos deuses por terem usado magia negra para ressuscitar Juliene. O ciclo, é o ciclo da magia, que se fecha a cada duzentos anos, e é renovado, deixando todos ainda mais fortes e com a vida imortal mais difícil de ser tirada.
- quando isso vai ocorrer? - perguntei nervosa
- na festa primaveril, daqui a dois meses - falou Alfred
- então devemos evitar isso, certo? - perguntei olhando todos eles
- não, isso traria inúmeras consequências Caterine! Quebrar profecias, causa a morte, ou pior, prisão no mundo sombrio para todo o sempre! Fora o laço de sangue, essas coisas não podem ser quebradas, existem a milhares de anos e caso não sejam cumpridas, os deuses tomam nossas vidas e de nossos familiáres. - falou o rei
Eu estava perdida, não tinha saída. A Deuses... me ajudem!
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Atualizado até capítulo 36
Comments
mila
eu ainda não sei p quem estou torcendo p q ela se case kkkkkkk... se for parar p pensar noa quis usar ela tbm... e o rei por mais q sentiu esse laço vai querer usar ela tbm....
2023-05-27
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Valda Martins
Ansiosa para o desenrolar da história tá muito boa
2022-11-08
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Negaju
Noa tem k fazer alguma coisa esses três estão querendo algo dela e não é algo bom pelo visto .Noa tem k ajudar a Cat
2022-10-18
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