Raika Capitulo Onze.

Voltamos para a nossa sala. Estava terminando de arrumar meu computador quando eu vejo que já era quase meio-dia. Saio da sala e vejo o Léo sentado na frente da boca.

Raika—Léo, né?

Léo— É sim, patroa.

Raika— Você pode ir lá em casa pra mim?

Léo— Posso não, devo ir, patroa, sua palavra é ordem.

Raika— Então vai lá e busca três marmitas e a carteira de trabalho da Dona Cida. Pede para ela fazer uma para você também.

Léo— Marca vinte que já trago tudo, patroa.

Ele sai e eu volto para a minha sala. O Jordan falou que vai mostrar o morro para nós mais tarde. Vinte minutos depois, o Léo bate na porta da minha sala e entra. Ele deixa em cima da minha mesa uma bolsa e a carteira da Dona Cida. Ele pega e sai da minha sala.

Pego a bolsa e saio da sala. Passo na sala da Liana e do Pedro e chamo elas para almoçar. Fomos para a sala de reunião e sentamos. Cada um pegou uma marmita e começamos a comer.

Liana— A comida da Dona Cida é boa demais.

Pedro— Verdade. A comida dela é bem melhor do que a da minha mãe. — Nós caímos na risada.

Raika— É verdade. A comida da Tia Érica é ruim demais, mas a comida da Dona Cida é boa, lembra a comida da minha mãe. Quase ia me esquecendo! Meu pai ligou hoje mais cedo. Ele ficou sabendo da invasão e estava preocupado conosco, então, se os pais de vocês não ligarem, se preparem que vão ligar até mais tarde.

Pedro— O meu já ligou. Cê acredita que minha mãe fez eu tirar foto de quase meu corpo todo só para ter certeza que eu estava bem?

Liana— Nem me fala. Meu pai surtou e ficou orgulhoso ao mesmo tempo quando eu falei que matei o MK.

Raika— Quando eu falei isso, ele falou "esta é minha garota".

Terminamos de almoçar e voltamos para a nossa sala. Eu entro na minha sala, pego a carteira de trabalho da Dona Cida, ligo o meu computador, pego meu celular e ligo para o meu irmão

Ravi. Ele me atende depois do quarto toque.

Ravi— Perla, sorillina (Fala, maninha).

Raika— Devo registrare lá sigmora che lavore qui a casa mia. (eu preciso registrar a senhora que trabalha aqui na minha casa.)

Ravi—Ok, sorellina, dimmi come si chama. (Certo, maninha, me fala o nome dela.)

Raika— Il sio nome é Aparecida Meire de Barros. (O nome dela é Aparecida Meire de Barros.)

Ravi— Gusto, quale sará il sua stipendio, sorillina? (Certo, qual será o salário dela, maninha?)

Raika—Lei riovera 5 mila al mese e avia tutti e diretti. (Ela vai receber 5 mil por mês e vai ter todos os direitos.)

A ligação fica muda. Com certeza a vaca da secretária do meu irmão está na sala dele. Da última vez que eu vi ela quase a matei. Eu não suporto ela. Eu chamo meu irmão, mas nada.

Yan— Buon pomeriggio, sorellina. Come vammo le cose? (Boa tarde, irmãzinha. Como vão as coisas?)

Raika — Buon pomeriggio, fratello, sto bene. Dov’è Ravi? (Boa tarde, irmão, estou bem. Cadê o Ravi?)

Yan — Sono contento che tu stia bene. Oh, nostro fratello è andato a parbare com lá sua segretaria fuori, ma tornerà. (Que bom que está tudo indo bem. Ah, nosso irmão foi falar com a secretária dele lá fora, mas ele já vai voltar).

Raika— Vai me falar que ele está comendo essa vaca de novo? Como andam as coisas aí?

Yan— Está assim, nosso pai não queria que eu contasse, mas não posso esconder isso de você.

Raika— O que aconteceu, Yan?

Yan— Então, no dia em que você viajou para o Brasil, chegou uma carta lá em casa com várias fotos e uma ameaça.

Raika— Como assim? Por que vocês não me falaram nada?

Yan— Nossa mãe não queria deixar você preocupada.

Raika— A mamãe sabia disso. A ameaça foi para quem? Nem tanta mentir.

Yan— A ameaça foi para a Cecília.

Raika— Como assim? Quem é que ousa ameaçar minha irmãzinha? Preciso voltar pra Itália.

Yan— Calma. Nosso pai já está tomando todos as precauções. Cecília não está indo à escola e quando sai, sempre vamos juntos. Estamos cuidando dela. Vamos pegar esse filho da puta.

Raika— Quem foi que mandou essa ameaça?

Ravi— Foi a máfia do Lucas. Ele e o pai dele querem acabar com a nossa máfia e não vamos  deixar. Vamos proteger a Cecília. Se precisarmos, vamos ligar.

Raika — Eu vou investigar daqui. Qualquer coisa, vocês me liguem que vou correndo.

Yan— Pode deixar, maninha.

Raika— Vou desligar que vou conhecer o morro. Mais tarde eu ligo para conversarmos mais. Amo você.

Yan— Se cuida, maninha.

Ravi— Também te amamos.

Desligo o celular e fico pensando preocupada com a Cecília. Se o Lucas tentar qualquer coisa contra a minha família, eu mesma mato ele. Saio da minha sala e encontro o Pedro e a Liana no corredor me esperando.

O Pedro chama o resto do povo. Saímos da boca e eu reparo que tem três motos. O Jordan fala que vamos de moto. Lógico que ele me escolheu para eu ir com ele. O Guto logo chamou a Liana. Esses dois, ainda vai dar namoro.

A Fernanda foi com o Pedro. Ele é tão folgado que levou a moto da Fernanda. Pela cara que ela fez, ela bem que gostou.

O Jordan mostrou o morro e depois paramos em uma lanchonete. O Jordan pediu cerveja. Como não gosto, pediu um garrafa de whisky. Conversei com o dono do estabelecimento e descobri que foi meu pai e minha mãe que ajudaram ele. A Liana pediu um pouco do meu whisky e comemos. Anoitecendo, resolvemos ir embora para casa. Chegamos em frente de casa, desço da moto e vou direto para o meu quarto. Tomo um banho, me troco e desço para jantar. Como estou sem fome, vou pedir para a Dona Cida fazer um lanche para mim.

Raika— Dona Cida, será que tem como a senhora fazer um lanche para mim?

Dona Cida— Faço sim, menina.

Raika— Obrigada, Dona Cida. Ah, o Léo é bem-vindo aqui que quiser.

Dona Cida — Obrigada, Raika.

Liana— O que você tem? Não mente.

Raika— Não quero conversar agora, mas prometo que amanhã nós conversamos.

Pedro— É tão sério assim?

Raika— Pode crer. Amanhã nós conversamos na boca juntos com meu padrinho.

Pedro— Tá bom, Ka.

Dona Cida faz um lanche muito bom. Termino de comer e subo para o meu quarto. Escovo os dentes, deito e durmo.

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