Dia difícil

Fernando, o atual marido de Andressa foi quem abriu o portão, dando de cara com Juliano e o olhando sem entender o porque ele estava ali.

Fernando: Oi, o que faz aqui?

Juliano: Preciso falar com a Andressa.

Fernando: O que tem para falar com ela?

Juliano: Eu sobre o Breno, pode chamar ela por favor.

Fernando: Não tem nada para ser falado Juliano, apenas deixa ela em paz.

Fernando ia fechar o portão, mas Juliano o impediu.

Juliano: Acho melhor chamar ela, se eu disse que vou falar com ela, apenas respeite, não estou aqui para brincar.

Fernando respirou fundo e gritou por Andressa, que apareceu na porta e quando viu Juliano ali, foi apressada até o portão, causando ciúmes em Fernando por sua pressa em atendê-lo.

Andressa: Oi Ju, o que faz aqui?

Fernando: Ele quer falar sobre o Breno.

Juliano: Quero saber porque depois de negar tanto que ele é meu filho, agora você quer os direitoa dele.

Andressa e Fernando olharam confusos para Juliano e ela perguntou sobre o que Juliano estava falando, ele falou sobre o processo e ficou esclarecido que ela não havia entrado com processo algum, o que deixou Juliano ainda mais confuso. Mas ele estava cansado dessa história mal resolvida.

Juliano: Ainda assim, eu quero fazer um exame de DNA, se me negar isso eu vou na justiça. O muleque é minha cara Andressa e pela idade dele, bate certinho com o término do nosso namoro.

Andressa: Que seja, faz esse teste.

Fernando: Amor, não.

Andressa: Deixa Fernando, isso uma outra ia acontecer, marca e me fala que eu levo ele.

Juliano concordou e saiu sem se despedir, estava irritado e com a cabeça a mil.

Assim que chegou na empresa, ele abriu o e-mail onde estava anexado a cópia do processo e leu atentamente, descobrindo que na verdade, o processo se tratava do Breno, irmão do seu melhor amigo.

Confuso com aquilo tudo, ele ligou para seu pai, queria esclarecimento sobre aquela história.

Júlio: Oi

Juliano: Pai, que história é essa do Breno ser seu filho?

Júlio ficou quieto por um tempo e Juliano insistiu.

Juliano: Pai, me responde.

Júlio já nervoso, começou a gritar no telefone.

Júlio: Eu sabia que não podia confiar no San, esse muleque drogadinho te contou, ele vai se ver comigo.

Juliano: O San não tem nada haver com isso pai, eu... Perai, como assim? O San sabia?

Júlio: Isso não importa, se ele não contou, como ficou sabendo? Não tenta defender ele não.

Juliano: Ele está te processando pai, por isso descobri. Então por isso minha mãe pediu o divórcio? Você traiu ela com a mãe do Thiago? Por isso elas brigaram?

Júlio: Não se mete nisso, isso não é assunto seu.

Juliano: Não é assunto meu? A bomba estoura na minha mão, envolvendo a minha família e a minha empresa e não é assunto meu?

Júlio xingou e desligou a ligação na cara de Juliano, que ficou ali possesso com tudo aquilo, quando pensou em largar tudo e ir para casa, o telefone de sua mesa tocou, era a secretária de Júlio, informando que o Dr. Ricardo estava lá ele autorizou a entrada e o recebeu.

Eles conversaram sobre o processo de Breno, sobre o depoimento que Juliano daria e sobre o exame de DNA do Breno menor.

Após o almoço, Juliano foi até o fórum, onde encontrou novamente com Ricardo e aguardou até ser chamado. Ele entrou na sala, onde estava o advogado de um dos sequestradores, um juiz, um escrivão, o delegado e Juliano e o Dr. Ricardo.

Após o Juiz começar a sessão, ele deu a palavra para Juliano, que antes de começar bebeu um gole de água, na garrafinha que estava na sua frente.

Juliano: Eu estava em casa e precisei ir ao condomínio do meu pai, pegar uns documentos que eu ia precisar de manhã bem cedo, quando eu saí de lá, na quadra seguinte eu fui cercado, por um carro e duas motos, eles estavam armados e me mandaram tirar o capacete e entrar no carro. Quando eu entrei, eles enfiaram um saco na minha cabeça, eu tentei tirar e sair dali, mesmo sentindo que o carro estava em alta velocidade, mas eles me apagaram com uma pancada.

Juliano bebeu mais um pouco de água antes de continuar, não era nada fácil para ele ter que reviver tudo aquilo.

Juliano: Quando acordei, estava num quarto amordaçado um dos caras me viu acordando e veio até mim, eu tirei o pano da minha boca e fui pra cima dele, nós começamos a brigar, mas entraram outros dois e eles me espancaram até eu apagar, quando eu acordei, já estava amarrado e amordaçado de novo, o tal de Ulisses me fez gravar os audios e mandar pro meu pai e para a Suzy.

Juliano falava agora com a voz embargada, e todos olhavam quietos, ele sabia que depois que contasse tudo, ainda viriam as perguntas.

Juliano: Eu fiquei um ali sozinho, pois eles saíram, eu acabei mijando na roupa, estava com dor de tanto segurar, a noite, um deles só apareceu, e esse filho da putä me estuprou, mais de uma vez.

Juliano nesse momento não conseguiu mais falar, ele chorava e até tentou continuar, mas aquilo era demais para ele, o Juíz pediu uma pausa de uma hora e quando retornaram Juliano continuou.

Nos outros dias, eles tornaram a me bater, e na madrugada eu ouvi os gritos e os tiros, foi quando a polícia invadiu lá.

Os advogados e o delegado fizeram algumas perguntas e Juliano respondeu a todas, mas em momentos ele parecia ficar meio aéreo.

Quando saiu de lá, Ricardo ficou um tempo com ele no estacionamento e depois de um tempo, o delegado se aproximou deles.

Delegado: Fica tranquilo rapaz, a pena deles vai ser longa.

O delegado entrou no carro e foi embora.

Juliano: Eu só queria entender o porque fizeram isso.

Ricardo: A justificativa deles é dinheiro, apenas isso Juliano.

Juliano: Maldito dinheiro.

Ricardo: Não pense assim, é com esse maldito dinheiro que você dá uma boa vida para a sua família. Não fixa seus pensamentos na parte ruim.

Juliano concordou e eles se despediram, entraram em seus carros e Juliano foi embora para casa, o único lugar que ele realmente gostaria de estar, era uma pena que quando chegasse, não encontraria San, faziam poucos dias que ele não estava ali, mas pareciam meses, Juliano sentia muita falta de tê-lo por perto, de ver seu sorriso, de sentir o cheiro dele, seu peito doía de saudade.

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