Porém, a vida tinha outros objetivos para mim. Objetivos esse que eu não tinha sonhado e que nem imaginaria passar. Depois de dois meses separados e sem nenhum tipo de comunicação, descobrir que carrega comigo uma parte dele. Uma parte da qual não poderia abdicar, porque assim abriria mão também da minha parte. Carregava comigo a única criatura que não tinha culpa de nada. A única exceção de qualquer erro. Aquela que se tornaria a minha própria vida. A única coisa que ainda exigia a palavra "NOSSO". Porque por mais que desejasse, não poderia esconder isso dele. O nosso bebê!
Sabia que teria que falar com o Noah sobre isso. Mas como falar sobre algo que eu não sabia explicar como aconteceu? Ou melhor dizendo, saber como aconteceu eu sabia, mas não sabia como explicar que o meu remédio tinha falhado e que não tínhamos nos protegido de outra forma. E como eu explicaria isso a ele, depois que ele já tinha seguido com sua vida, sem parecer que eu ainda o puxava para trás?
Não queria que ele enxergasse essa criança como uma obrigação. Queria que ele enxergasse nosso filho como algo que sobreviveu ao nosso desastre, a parte bonita de nossa relação, afinal ele foi gerado porque num determinado momento ainda existia aquele amor arrebatador entre nós dois, que nos fez esquecer até mesmo de usar o preservativo que fizemos sempre questão de usar.
No final das contas só tive coragem de contar aos meus pais, que me deram todo apoio do mundo. E mais uma vez tentaram me convencer a morar com eles, ainda mais nessas circunstâncias. Quando retornei para casa ainda não tinha descoberto como resolver o problema de contar ao Noah e nem sabia se deveria contar. Resolvi continuar com minha vida até descobrir o que fazer com minha tão inesperada situação. Competir em grandes maratonas estava fora de cogitação, mas precisava consultar um médico a respeito das outras competições. Se eu ainda poderia manter meus treinos ou teria que os interromper. Na verdade, não sabia nem por onde começar a organizar toda aquela confusão.
Depois de mais uma semana sem treino e após uma consulta médica, estava liberada para seguir com minha vida, porém agora pegando um pouco mais leve. Como era uma excelente atleta e muito focada no que fazia, o Sr. Daniel, gerente da academia onde treinava e trabalhava, muito compreensivo após descobrir minha situação, me ofereceu uma vaga integral na academia, para assim poder aumentar minha renda e conseguisse manter minha estabilidade financeira até poder voltar a competir. Pelo que pude observar da vida, dos lugares mais inusitados é que parecia surgir os apoios.
Mais algumas semanas se passaram e eu seguia deslumbrada com minha nova situação. Com todas as mudanças que meu corpo agora não mais com curvas me apresentava. Aquela vida que crescia dentro de mim, já era meu ponto gravitacional. Tudo girava em torno dela. Quando estava em casa, Vitória, como uma verdadeira amiga, sempre me fazia companhia, me ajudando a organizar todos os preparativos para a chegada do meu bebê. Meus pais me ligavam constantemente, sempre me perguntando como me sentia, sempre preocupados com meu estado, que para eles era delicado. Meus irmãos, Vinícius e Pedro, mesmo que distantes, pois ambos moravam em outro estado, davam o apoio que eu nem imaginava ter. Minha vida parecia que aos pouco começava a entrar nos eixos, mesmo que agora minhas expectativas fossem outras. Eu me sentia completa mais uma vez.
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Atualizado até capítulo 125
Comments
Edna Aparecida Rodrigues Pereira
Isso mesmo Aline foca no seu filho o seu bebê é o único amor verdadeiro que vc tem que nunca vai te trair na vida.
2024-08-04
1
Lucinéia Lucizano
um filho nos da forca para sobreviver a tudo e todos os obstáculos
2024-02-05
6
Erlete Rodrigues
ansiosa pra saber mais
2024-01-22
1