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Acordei no dia seguinte com duas certezas: preciso de divorciar do Robert, e preciso de um apartamento novo. O meu vizinho de janela com certeza é um daqueles depravados que dormem com várias mulheres.

Levantei e fiz a minha higiene. Coloco uma roupa e decido ir para a empresa. Precisava fazer alguma coisa, ou certamente iria enlouquecer.

Sophie ficou surpresa e feliz com a minha chegada. Ela leva alguns documentos para que eu possa assinar, junto com um café cremoso que eu amo e tomo religiosamente todos os dias.

Ela se senta pacientemente e espera eu revisar os documentos e assinar.

— Anne...

— Pode falar Sophie... Você ja está me irritando com essa perna balançando.

— Então...

Ela cruza as pernas para impedir que elas balencem.

— Então?

— Eu ja falei com César Brandão. Ele dará entrada o quanto antes no divórcio. Ele disse que será fácil... Já que vocês não tem o regime de comunhão de bens.

— Isso é uma boa notícia...

— Mas...

Eu paro e olho para ela arqueando uma sobrancelha.

— Mas?

— Robert esteve aqui... procurando você. Ele estava muito alterado. Disse que não ia facilitar o divórcio para você.

— Babaca. Depois de tudo que fez, ainda quer sair como vítima dessa história. Vamos ver quem não vai facilitar. Ele vai comer na minha mão. Peça para o doutor Brandão agilizar o quanto antes tudo o que for preciso.

Termino de assinar a ultima folha e entrego para Sophie.

— Pode deixar Anne.

Ela se levanta e sai.

Parece que estava conhecendo o verdadeiro Robert agora, e era decepcionante.

Passei o restante da tarde organizando propostas, revisando os projetos e a contabilidade. Pelo menos em uma das areas da minha vida eu precisava ser bem sucedida.

Nem percebi quando escureceu. Sophie bateu na porta me convidando para sair. Mas eu dispensei dizendo que não estou no clima, e realmente não estava.

Retornei para o apartamento incomodo, tomei um banbo longo, sentir a agua quente caindo no corpo deveria ser considerado uma terapia, coloquei meu roupão novamente e envolvi uma toalha nos meus cabelos.

Fiz um lanche rápido e fui me deitar. No celular inúmeras mensagens e ligações do Robert. Coloco o celular na cabeceira da cama.

— Por que você fez isso Robert?

Pensei em tantos momentos bons que tivemos juntos,tudo foi reduzido a nada, a dor de ser traída estava me consumindo de forma voraz.

E antes que pudesse fechar o olho meu quarto é novamente invadido por gemidos. E esse era diferente. Deus! Estava me tornando uma pervertida?!

Sinto uma enorme vontade de espiar. Levanto e dessa vez já é uma mulher loira.

O vizinho eu não consigo ver, ele está de costas a pegando prensada na parede. Os seus músculos das costas chamam a minha atenção, seus glúteos redondinhos se contraiam a cada estocada, enquanto a mulher se chocava com a parede.

As mãos dele estavam apertando a coxa daquela mulher... Deus! Eu só podia sentir o centro do meu prazer arder.

Volto para realidade. Vendo que estava apertando minha coxa. Fecho a cortina e tento dormir, ainda inconformada pelos gemidos que entravam no quarto, ou porque não era eu?

— Meu Deus Anne. Pare com isso.

Coloco um fone de ouvido. E me deito.

A verdade é que fazia tanto tempo que eu não fazia nada... que eu me imaginei sendo aquela mulher.

Balanço a cabeça em negação aos meus pensamentos e tomo um comprimido para dormir.

Acordo no dia seguinte, me espreguiço na cama. Hoje é sábado. Pelo visto ficarei o dia sozinha. Suspiro frustrada.

Levanto e faço minha higiene. Faço um coque depojado e coloco um leggin e um top.

Passei um café e em seguida eu sai para correr no circuito do condominio.

Retorno para casa depois de quarenta minutos fazendo exercícios. O telefone começa a tocar.

Sophie me liga convidando para almoçar.

Por que não? eu pensei. Eu digo que sim e em seguida desligo o telefone. Ao menos não ficaria sozinha.

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