Descontrole

...Donato...

Após escutar toda aquela confusão, vejo cada um ir para um canto, meu piscicologico não anda muito bom, minha bipolaridade está cada dia pior e logo é a Lua cheia, meus remédios ja nao fazem o mesmo efeito. Ao me ver sozinho no meio daquela multidão sinto um desespero preencher meu peito, algo parecia me sufocar, retiro minha camisa social e jogo no chão "preciso sair daqui, antes que eu mate alguém!" Não tem nenhuma parede para eu socar, preciso me desestressar, preciso sair daqui, eu estava cada vez mais eufórico. Corro para longe da multidão "não quero machucar ninguém" a minha vontade de matar não passa. Ao ver que não havia mais ninguém ao meu redor, me transformo rapidamente e saio correndo pela praia sem rumo. Ao sentir as areias entre minhas patas sinto mais raiva ainda, ao perceber que essa raiva já não era mais minha me desespero, tento voltar para minha forma humana, mas foi em vão, Otto(meu lobo) estava com controle total sobre mim, após um tempo avisto um homem sozinho tento pará-lo, mas foi em vão Otto não deixou eu voltar, sinto meu corpo aos poucos ficar sobre o controle de Otto, aos poucos minha visão ficou turva, sinto o meu maxilar abocanhar uma coisa dura que rapidamente se partiu, aquele gosto ferroso preencheu toda a minha boca, ao invés de me satisfazer, aquilo me apavorou, quando minha visão se estabiliza, vejo a pior cena da minha vida, matei um homem, um inocente que estava apenas pegando conchinhas na areia. Ao sentir toda aquela força sair, solto um uivo alto e doloroso com a unica força que me restou.

...Luana...

Bebendo algumas tequilas, escuto um uivo diferente, "não sei como, mas meu coração sentiu ser Donato" Olho em volta tentando avista-lo, mas foi em vão me levanto rapidamente, porém devido à tontura da embriaguez, me sento novamente, após um tempo levanto mais devagar para não me dar tontura, parecia que eu estava pisando nas nuvens de tão bêbada, caminho da forma que deu para longe da multidão, tento me transformar, mas não consigo, "drogä!" Ao avistar um jeep que estava estacionado na areia, com a chave no contato, não penso duas vezes antes de roubá-lo, acelero rapidamente em direção o uivo "Esse carro não está muito alinhado só fica fazendo zig zag" estreito os olhos para enxergar melhor a estrada, mas não consigo, após um tempo dirigindo vejo um homem ajoelhado na areia, com a sua cabeça baixa e outro homem jogado ao lado. Paro o carro rapidamente fazendo um barulho horrível, ao ver o homem olhar percebo ser Donato "olha ele ali"

...Giuseppe ...

Caminhando no calçadão da praia e observando cada detalhe do céu, acendo um cigarro, ao dar um trago logo solto um suspiro junto a fumaça que preenchia minha boca e pulmão, ao respirar fundo sinto um cheiro ferroso muito forte misturado com areia e bebida, faço uma breve careta, ao caminhar um pouco mais sinto o cheiro ficar mais forte "que estranho!" Olho em volta para ver se havia alguém, ao ver que não tinha ninguém jogo o cigarro no chão e me transformo, logo corro em direção aquele cheiro horrível. Ao me aproximar casa vez mais do cheiro sinto o cheiro do Donato e da luz, sinto meu coração disparar "meu Deus será que aconteceu algo com eles" Ao correr mais um pouco, vejo Donato de cabeça baixa chorando, olho em volta para ver se encontrava Lua, ao olhar para direita vejo ela caída de cara na areia, ela murmurava coisas que não dava para entender.

— Essa piscina de farofa está muito salgada! — Lua fala tudo embolado

Caminho até Donato, vejo um homem com a cabeça degolada, volto a minha forma humana rapidamente.

— Donato precisa sair daqui, tem gente vindo! — Falo enquanto cutuco ele

— Eu matei ele Giuseppe — Donato falou entre as lágrimas

— Eu tô vendo! — Respondo — Esse não é o primeiro nem o último, precisa reagir e tirar Lua daqui... Tem gente vindo

— E ele? — Questionou-me

— Deixa comido, agora vai meu carro esta a 3 quadras daqui! — Jogo a minha chave para ele pegar, observo ele assentir

Vejo ele se levantar e jogar Lua no ombro, passo a mão pelo meu cabelo um pouco tenso, sinto o cheiro humano se aproximar me transformo em lobo e começo a devorar a carne daquele humano, a princípio me deu ânsia, não como carne humana, mas dessa vez foi necessário "até que o gosto não é tão ruim..." Observo as pessoas me olharem assustadas, rosno para elas, ao ver elas correrem corro atrás delas, por um bom tempo até acharam um lugar para se esconder, olho para os lados me fazendo de desentendido, até que o desespero deles foi muito satisfatório... após ficar um bom tempo na frente do esconderijo deles fingindo que eu não estava vendo nada, sigo minha caminhada e corro para casa por um lugar deserto onde minguem mais me veria...

...Donato ...

Ao chegar no carro de Giuseppe coloco Lua no banco de trás e entro no banco do motorista, passo a mão pelo meu cabelo ao ver que meu peitoral estava sujo de sangue abro o porta luvas do Giuseppe, onde havia uns lencinhos passo por todo meu peitoral limpando ele e minhas mãos, ao olhar para Lua, vejo que não havia sujado ela, dou um suspiro aliviado.

— Olha moço, não sei para onde você está me levando, mas o meu... — Lua para pra pensar bom meu alguma coisa — Bom o meu alguma coisa, vai acabar com você se me fizer mal.

Observo que após falar isso ela caiu no sono, deixo me escapar um sorriso breve e dirijo em direção a nossa casa, meu coração devido a culpa estava doendo bastante, era uma dor inexplicável, como Giuseppe disse esse não é o primeiro que mato, mas não consigo entender o porquê dessa vez está me doendo tanto...

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