Capítulo 06

ENZO COULTER

Quando que eu sai da casa da Natalie fui diretamente para meu apartamento, comigo morava apenas Fátima, uma mulher de 60 anos, morava comigo desde que eu ainda era criança, ajudou os meus pais em minha criação e quando eu casei, a pedido meu, ela veio morar comigo. Depois que me separei da Catarina, ficamos apenas nós dois, a considero como uma segunda mãe, ela cuida bem de mim, até mesmo melhor do que a minha mãe, que junto ao meu pai viveu toda a viajando por conta dos negócios.

Fátima me conhecia muito bem e sabia quando eu não estava bem, assim que eu cheguei, ela veio diretamente a mim.

Fátima: oi meu filho - ela sorriu docemente

Enzo: oi Fátima - sorri e beijei a sua testa

Fátima: aconteceu alguma coisa ? - ela franzia sua testa de preocupação

Enzo: aí Fátima, você sabe que ser pai sempre foi meu maior sonho, pelo fato de não ter tido meus pais tão presente - suspirei - sempre quis ter uma família e agora, separado da Catarina e uma estranha, uma criança praticamente, grávida de um filho meu

Fátima: meu filho, tudo tem um propósito - ela se aproximou - pode ter certeza, Deus não te da um fardo maior do que possa carregar! Não fique assim, essa menina vai te da o prazer de ser pai

Enzo: eu sei e vou agradecer eternamente a ela por isso, mesmo muito nova, uma criança, ela vai assumir essa responsabilidade de ser mãe, tão nova - me encostei na mesa - mas não é da forma que eu imaginei que seria

Fatima: acredite, será ainda melhor! Uma criança na sua vida, veio para abrilhantar todo o caminho pedregoso que você passou - ela sorriu carinhosamente - acredite meu filho, tudo vai se encaixar

Enzo: o que seria de mim sem você Fátima? - sorri e abracei-a

Fátima: um menino chorão - gargalhamos

Enzo: nunca vou cansar de te agradecer, é uma mãe para mim, sabe disso não é mesmo? - sorri

Fátima: sei sim, não precisa me agradecer, sabe que tenho você como um filho meu - ela sorriu

Depois dessa conversa com a Fátima, fui para meu quarto, eu precisava de um bom banho para pensar no que eu ia fazer, como eu iria proceder tudo, de alguma forma essa menina me traz um sentimento diferente, como se houvesse uma necessidade de cuida-la e protege-la que eu não sei explicar. O seu olhar doce me prende de alguma forma, não posso me permitir me deixar levar, Natalie é uma criança, ainda não viveu nada e de quebra, é virgem, rapidamente sacudi a minha cabeça para me desfazer desses pensamentos, terminei o meu banho e fui descansar um pouco, logo após o almoço eu retornaria para o resort resolver algumas pendencias e reuniões. Almocei com a Fátima, voltei para o resort e resolvi todas as pendências que eu tinha, logo a noite chegara e nada de anormal aconteceu.

NATALIE TAYLOR

Mais um dia de trabalho chegara para mim, minha avó colocou na cabeça que eu não iria ficar sozinha em casa de forma nenhuma, não fazia ideia do que ela iria fazer, mas com certeza ela ia aprontar alguma. Logo cheguei no resort, mantive todas as minhas atividades em ordem, tudo devidamente em seu lugar e quando já estava chegando próximo a hora do almoço a minha avó foi até a mim no resort, para conversarmos, ela veio me dizer o que tinha resolvido.

Inês: minha menina - ela sorriu e me abraçou

Natalie: Oi vó - sorri e retribui o seu sorriso

Inês: Vim conversar com o Enzo e com você - ela me olhava séria

Natalie: Com o Enzo? - uma ruga de dúvida logo brotou em meu rosto

Inês: Sim, onde posso encontrá-lo? - ela dizia olhando todos os arredores

Como era horário do almoço o Enzo estava passando para o restaurante almoçar, quando a minha avó avistou ele de longe e o chamou para próximo a nós.

Enzo: Oi dona Inês - ele sorriu e cumprimentou-a

Inês: Oi Enzo - ela sorriu educadamente - preciso de seu apoio - meus olhos arregalaram-se, eu já sabia o que ela iria falar

Enzo: Pode falar dona Inês, estou a disposição - ele disse nos encaminhando até uma mesa

Inês: Eu vou precisar fazer uma viagem de urgência, problemas familiares urgentes - sentamos a mesa enquanto ela falava - vim procurar saber de você, se existia a possibilidade de deixar a Natalie aqui no resort, até que eu retornasse. Não sei quando eu volto, posso passar dias, como posso demorar alguns bons meses, então, não posso deixar a minha neta viver sozinha em casa e principalmente, grávida

Natalie: Vó, eu sei me cuidar sozinha - revirei os meus olhos

Inês: Não vou deixá-la sozinha, ja disse Natalie - ela me olhava séria - se pelo menos fosse somente eu, você ficaria com a sua mãe, mas preciso que ela vá comigo e não vou deixá-la sozinha

Enzo: Claro que ela pode ficar dona Inês, irei acomodar a Natalie com todo prazer e estarei a disposição de você, para qualquer coisa que você precisar - ele dizia calmo

Natalie: Não precisa se preocupar Enzo, minha avó é muito precipitada e preocupada demais, não tem necessidade

Enzo: Entendo e concordo com a preocupação de sua avó, não é uma boa ideia você ficar sozinha em casa e principalmente estando grávida - ele respondia calmamente - aqui pelo menos você estará mais segura e qualquer coisa que você precisar, sempre terá alguém próximo

Natalie: Mas vou gerar custos e eu não quero

Enzo: Enquanto a isso, não precisa se preocupar! Você fica aqui e continua trabalhando normalmente

Inês: Ótimo, resolvido então - ela levantou - assim fico mais tranquila e posso resolver meus problemas sem essa preocupação - ela olhou para Enzo - e você Enzo, peço que cuide de minha neta, pois como disse a você, é o meu tesouro

Enzo: Fique tranquila dona Inês, ela é o seu tesouro e em seu ventre, carrega o meu - sorri

Senti o meu coração acelerar com aquele sorriso e com a forma que o Enzo falava, toda cautela e cuidado, era realmente muito encantador.

Minha vó não demorou, despediu e logo saiu, segundo ela iria resolver tudo para que pudesse viajar o quanto antes. Iriam viajar logo no dia seguinte. Eu continuei aqui, finalizando o meu dia de trabalho, durante a tarde, por vezes o Enzo ficou me observando de longe e isso me causava uma aflição terrível, o tempo todo sendo vigiada, mas por vezes, ele sempre se aproximava para perguntar se estava tudo bem.

Terminei de arrumar minhas coisas, me despedi da Analu e quando eu estava saindo o Enzo me chamou.

Enzo: Natalie - ele me chamou

Natalie: Oi - me virei

Enzo: Vou te deixar em casa, você aproveita e pega suas coisas para trazer para cá - ele ia se aproximando

Natalie: Não precisa se incomodar com isso, quando minha avó viajar eu dou um jeito de trazer

Enzo: Natalie, não é incomodo e nem trabalho nenhum. Não vou deixar você vir para cá cheia de coisa e de ônibus, não custa nada para mim - ele sorriu gentilmente

Natalie: Ta bom - me deixei ser vencida pelo Enzo

Não disse mais nada, fomos caminhando para o estacionamento e seguimos rumo a minha casa. Chegando lá, minha mãe que ainda não tinha visto ele, sorriu gentilmente e por vezes gesticulava para mim o quão bonito era o Enzo.

Inês: Boa noite - ela sorriu - aproveite e jante conosco, amanhã cedo estarei viajando com a Aurora

Enzo: Boa noite - ele sorriu - trouxe a Natalie para aproveitar e levar as suas coisas, para deixá-la acomodada e confortável

Aurora: Que gentil - ela sorriu - agradeço por cuidar de minha filha, logo você saberá como é

Enzo: Imagina dona Aurora, farei todo possível para cuidar muito bem de sua filha - ele sorriu

Aurora: Fico feliz e aliviada, ela estará em boas mãos - ela sorriu - mas por favor, sem o dona - rimos

Natalie: Vou arrumar as minhas coisas então, mas irei para lá apenas amanha, depois que minha avó e minha mãe viajarem - às olhei - quero aproveitar todo resto de tempo que eu tenho, não sei quando voltarão, tenho que aproveitar o quanto posso - abracei-as

Enzo: Fique tranquila, amanhã venho buscá-la, se quiserem, dona Inês e Aurora as levo para o aeroporto

Aurora: agradecemos

Inês: Aceitarei, preciso me certificar de que a Natalie não fique aqui sozinha

Natalie: Não tem como, eu vou mandar algumas coisas pelo Enzo agora a noite vó - revirei os meus olhos - eu não sou nenhuma criança

Enzo: Não deixarei - ele sorriu

Arrumei algumas coisas e entreguei ao Enzo para que ele levasse para o hotel e fomos jantar. Durante o jantar, a minha avó fez algumas sequências de perguntas sobre a família dele, os pais, com o que trabalham, como era o relacionamento deles. Segundo a minha avó, um homem que não é um bom filho, não pode ser um bom pai e nem um bom marido e nesse caso, ele seria pai. Notei que depois do nosso jantar a minha avó havia ficado bem mais tranquila depois de interrogar o Enzo e perceber que em nenhum momento ele exitou em responder nada, minha mãe realmente gostou dele e minha vó também, perceberam quão cuidadoso ele estava sabendo e não iria soar uma preocupação maior para elas.

Logo após encerrar o jantar, o Enzo se despediu da gente e eu o acompanhei até a porta.

Enzo: Boa noite Natalie - ele sorriu

Natalie: Boa noite Enzo - sorri de volta

Enzo: Durma bem e se cuida - ele ajeitava as minhas coisas no porta malas enquanto falava comigo

Natalie: Você também, Deus acompanhe

Enzo: Amém! - ele parou - Amanhã venho buscá-las

Natalie: Tudo bem

Ele não disse mais nada, apenas sorriu e assentiu a cabeça, saindo. Entrou no carro e por uma fração de segundos, seus olhos ficaram fixos e profundos em mim, nossos olhares por um momento se chocaram e eu pude sentir um arrepio percorrer toda a minha espinha, me causando uma sensação estranha. Ele em seguida arrastou o carro, me fazendo soltar um longo suspiro.

Aurora: Encantador - ela sorriu e eu saltei no susto

Natalie: Ai que susto mãe!!! - olhei-a assustada

Aurora: Não quis assustá-la - ela sorriu - uma boa oportunidade de viver uma grande experiência e quem sabe um amor

Natalie: Mãe, deixa de coisa, o Enzo é apenas o pai desse bebe - coloquei a mão em minha barriga - Jamais ele me olharia, sou apenas uma menina, inexperiente e ele, um homem, vivido

Aurora: Minha filha, o amor surge da forma menos imaginável possível, ele parece ser um bom homem, o carinho e o cuidado que ele tem com você, pode ser o indício de uma linda história

Natalie: mãe, ele nem me conhece - respirei fundo - cai na vida desse homem de paraquedas e ele só está garantindo que o sonho dele vire realidade, ser pai! Se não fosse isso, ele nem iria saber quem sou eu

Aurora: uma grande oportunidade, isso é a vida mostrando a você que tudo pode acontecer - ela sorriu - só se permita viver cada fase, aos poucos, sem se prender a nada, sem limitações

Inês: Apesar de quase nunca concordar com a sua mãe, dessa vez sou obrigada a dizer que ela está certa. Se permita viver uma coisa de cada vez, sem se limitar ou se prender aos medos e inseguranças - ela se aproximou - eu e o seu avô, fomos de mundos diferentes, eu tinha a sua idade quando o conheci. Ele foi um homem de família rica, eu tinha apenas algumas terras como herança e quando nos conhecemos, as duas famílias eram contra, quando nos casamos, toda riqueza nos foi vetada

Natalie: E como conseguiram sobreviver?

Inês: Trabalhamos como qualquer pessoa, e juntos, aos poucos, construímos a nossa família sem depender de ninguém, até a morte de seu avô. Éramos um casal inseparável - ela sorriu ao lembrar

Natalie: Mas com vocês, foi diferente

Inês: Toda história tem o seu diferencial - ela me olhava - você é uma menina de juízo, sei que vai saber fazer o certo, só não deixe que a sua insegurança tome conta

Natalie: Vocês está imaginando coisa demais - revirei os meus olhos - vou entrar, terminar de ajeitar as minhas coisas que ficaram

Inês: Fugindo do assunto né ? - ela me olhava

Natalie: Não, só tenho ainda muita coisa para fazer - sai sem ao menos dar a chance de alongarem essa conversa

Aurora: vamos dormir todas juntas hoje - minha mãe gritou

Terminei de arrumar tudo e então fomos dormir, como minha mae havia dito, dormimos todas juntas, aproveitando todo momento.

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