capítulo 4

ALICIA CLARKE

Quando o táxi finalmente parou em frente de casa, eu paguei e entrei e sento-me no sofá faço tudo no automático, quando as lembranças de tudo que aconteceu hoje, naquela sala vem na minha mente.

E volto a sentir, medo e pavor, por que nunca pensei que um dia passaria por uma situação daquelas, já vi e li muitos relatos de mulheres e até mesmos homens que sofrem assedio, nos seus locais de trabalho, na rua, em casa entre outros lugares.

Mas eu nunca imaginei que isso aconteceria comigo um dia, sempre prestei atenção nos conselhos da minha mãe, para evitar que esse tipo de coisa aconteça, esse foi até um dos motivos de optar por colocar uma saia, mas cumprida, por que infelizmente a minha calça que fazia parte do conjunto, que era o meu terninho, estava com uma mancha enorme e ainda para completar tinha aberto um belo buraco que não dava para costurar e nem desfaça.

Fico aqui sentada por um bom tempo, quando eu enxugo as minhas lágrimas pego o meu celular e olho as horas, já são quase 11h, resolvo-me alevantar e ir para a cozinha fazer o almoço, pois a Marta ficou de vim almoçar aqui comigo, para mim, contar como foi a minha “entrevista”.

Chego na cozinha abro os armários e vejo que a minha situação não está muito boa, pois as coisas estão a acabar e ainda tenho que pagar a conta de água, luz, telefone, gás e outros e não posso esquecer do meu vale-transporte de ónibus que pago todos os meses que sai, mas barato e posso ir para onde quiser, e com o meu cartão em algumas l

inhas de ónibus dão desconto o que é ainda melhor.

Só de pensar em todas essas contas, só consigo-me lembrar que ainda preciso de emprego com urgência, e principalmente não é obrigado que seja na minha área, o salário sendo suficiente, para pagar as contas e sobrando um pouquinho já vai ser, uma mão na roda.

Resolvo fazer uma macarronada, faço um bife assado, uma salada e um suco de laranja para acompanhar, com tudo pronto subo para o quarto para tomar um banho, quando termino desço, ficar a esperar ela chegar, ligo a tv. E coloco na minha série preferida, para passar o tempo.

Até que eu começo a sentir um desconforto na barriga o primeiro sinal de que estou com fome, só assim percebo como os acontecimentos de hoje me afetaram, pego o meu celular vejo as horas, e já são 2h, nossa a última vez que eu comi alguma coisa foi as 6h da manhã e só agora sinto fome.

Percebo que tem cinco chamadas não atendidas e uma mensagem, entro no aplicativo.

Mensagem on...

Marta: Oi te liguei você não atendeu.

Marta: Não posso ir agora para almoçar, uma cliente ligou e marcou de última hora, você sabe que o movimento não tem estados dos melhores, então vou comer um lanche por aqui mesmo, depois eu vou direto para a faculdade a noite eu vou aí para jantarmos juntas e conversarmos.

Alicia: Tudo bem, mas tarde nos vemos.

alevanto-me e vou em direção a cozinha, almoço e volto para a sala, fico um pouco sentada na poltrona que um dia foi do meu pai, perdida nos meus pensamentos.

Fico repassando os acontecimentos desse último meis e meio.

Pedir os meus pais, fui assediada quase extrupada, encontro-me desempregada e com dívidas a pagar, agora arrependo-me amargamente de ter comprado a ideia do meu pai de pedir demissão do restaurante em que eu trabalhava.

Alegando ele que estava muito corrido para mim conciliar a faculdade, trabalho e ajudar a minha mãe com as coisas de casa.

Só por que tinha que acordar as 4h da manhã e muitas vezes ia dormir as (1h) da madrugada, não queria dizer que estava sendo muito para mim, eu até que estava a ir bem.

Confesso que cochilava entre uma aula e outra, mas quem não dormiria tendo tão pouco tempo para dorme? Mas tenho que levar em conta que ele era o meu pai e que nenhum pai vai querer ver a sua filha se matando sem necessidade, pois ele e a minha mãe sempre conseguiram pagar as contas de casa.

Mas eu não queria ter que passar a vida tendo que depender deles, queria ter o meu próprio dinheiro poder pagar pelo material de trabalhos da faculdade ou outras coisas, sem ter que ver eles deixarem de comprar uma coisa para poder me ajudar.

E agora estou aqui sem eles e sem emprego.

Resolvo ir fazer uma faxina na casa para ocupar os meus pensamentos, pois sempre acabo a chorar pela perda deles.

Estou a terminar de limpar falta só o quarto deles ainda não ajeitei as coisas lá dentro, não teve nem mesmo coragem de entrar lá ainda.

Entro e a saudade volta abater, os meus olhos enchem de lágrimas, mas tenho que me conter não posso ficar presa a dor e lembranças eles não iam querer que eu ficasse assim.

Então começo limpo tudo troco as colchas de cama guardo todos os objetos pessoas em caixas as roupas eu vou doar para a igreja entregar para os, mas necessitados, então saio e fecho a parta vou guarda os, matérias de limpeza e subo para tomar um banho.

Quando termino-me visto, estou chegando no fim da escada escuto alguém bater na porta, vou abrir é a marta me impressionada quando olho para fora e vejo que já está de noite.

Marta: Oi! desculpa não ter vindo a tarde.

Ela fala já entrando.

Alicia: Tudo bem eu sei como as coisa andam dificés para você também.

Caminhamos até o sofá e nos sentamos.

Marta: É você tem razão as coisas não estão muito boa, mas e ai como foi a entrevista, conseguiu o emprego dos sonhos?

Então eu conto tudo que conteceu para ela que assim como eu fica com raiva e revoltada.

Marta: Ai minha amiga me desculpa por te colocar em uma fria dessa se eu soubesse que isso iria acontecer jamais iria te recomendar ir la.

Alicia: Esta tudo bem, você não tem culpa do que aconteceu, não tinha como você ficar sabendo do que aquele louco iria fazer.

Marta: Não, claro que não esta tudo bem, amanhã mesmo nos vamos até a delegacia para denunciar aquele homem.

Alicia: E você acha que eles vão acreditar em quem, vão é falar que eu me encinuei para ele entre outras coisas, e eu não estou em condições de entra em uma briga na justiça agora.

Marta: Eu sei amiga, mesmo assim, não deveria deixar ele sair impuni assim.

Alicia: Eu sei amiga mas no momento estou sem condições.

Marta: Tudo bem.

Passamos mas algum tempo conversando até que fomos para a cozinha fazer o nosso jantar, e assim passamos a noite e ela vai dormir aqui, e amanhã vou voltar a minha rotina de procurar emprego e dessa vez não vou procurar apensas na minha área pois o que vim será ótimo para poder pagar as contas.

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