Cap 5 Marina

Chegamos no fórum, o meu cliente está nervoso, parece até que tem culpa no cartório. Converso com ele e o acalmo, com o que temos aqui, certamente esse jogo vai virar ao nosso favor em minutos.

Assim que entramos na sala, todo o nervosismo do sr Ulísses passou para mim, meu corpo está em choque..., nossos olhos se encontram e sinto um nó se formando em minha garganta..., pqp..., não..., Guilherme.

Ele não vai me desestabilizar, sou uma profissional, repito como um mantra em minha cabeça..., sou advogada e ele é meu inimigo, não vou baixar a cabeça...

Respiro fundo, arrumo a postura, seguro qualquer lágrima que ameace rolar em meu rosto..., eu consigo.

Sr Ulísses:_ A senhorita está bem?

Marina:_ Estou ótima..., vamos acabar com eles.

Falo baixo somente para meu cliente que sorrir vitorioso, não é correto cantar vitória antes do tempo, até porque não existe causa ganha até que o martelo seja batido. Mas, preciso dessas palavras para me sentir segura.

É dado início e tudo corre como pensei, eles apresentam muitos relatórios, contas, nostas fiscais, tudo incriminam o meu cliente. Mas, eu tenho uma carta na manga..., quando jogo na mesa, vejo toda a postura do sr Guilherme cair com uma cara de derrota..., ele pede um tempo.

Meu cliente aperta minha mão comemorando, o alerto que ainda não acabou, é apenas o início de uma batalha longa. Mas foi uma bela vitória para me devolver a confiança.

Ai final, a juíza nos libera e marca uma nova audiência, nos veremos daqui um mês, com certeza ele ira mandar as assinaturas para a perícia o que leva de 15 a 20 dias para se obter um resultado.

Me despeço de meu cliente e sigo para a saída, não gosto de dirigir por isso não tenho carro, meus pais morreram em um acidente de carro e acho que isso me deixou uma aversão ao volante. Vou pedir um táxi ou um motorista de aplicativo, estou aguardando o carro que chamei.

Guilherme:_ MARINA...

Droga..., cadê esse carro..., Guilherme ta praticamente correndo em minha direção, o carro chega e quando abro a porta quase entrando para fugir dele, sinto uma mão me puxar com tudo..., Guilherme puxa uma nota alta do bolso e joga para o motorista o dispensando.

Marina:_ Por que fez isso?, era meu motorista..., me solta...

Guilherme:_Não vai fugir desssa vez..., sabia que era você naquele elevador...

Ele me posiciona a sua frente e continua segurando meu braço me fazendo andar o acompanhando até o carro dele.

Marina:_ Me solta..., não pode fazer isso..., se eu gritar você vai preso...

Guilherme:_ Entra no carro..., sei que não vai gritar.

Marina:_ Não vou entrar aí...

Guilherme:_ Vamos, eu deixo você onde quer que vá..., precisamos conversar.

Marina:_ Não temos nada para conversar..., e não fique me dando ordens...

Guilherme se acalma e fala comigo mais pacífico, sinto um certo desespero em sua voz..., ele continua lindo, exala uma masculinidade que mexe com meus desejos..., mas sinto ele mais frio..., triste.

Guilherme:_ Me desculpe..., Marina..., por favor..., juro a você que, só quero saber..., como está..., por onde esteve todo esse tempo..., eu...

Marina:_ Estou bem..., não se preocupe, consegui seguir em frente como pode ver.

Guilherme:_ Entra no carro..., por favor... Só um pouco...

Respiro fundo, já vi que ultimamente precisarei fazer ioga e trabalhar a respiração, esse homem tem o poder de descontrola-la. Entro no carro e ele senta ao meu lado dando a partida.

Guilherme:_ Onde está morando?

Marina:_ Guilherme, vou ser bem sincera com você..., não quero que saiba onde estou morando, não quero ser sua amiga..., agradeço o que fez por mim no início, a oportunidade, o que me ensinou..., mas é só isso..., somos rivais nesse processo e não quero nada que me ligue a você..., e eu nem deveria está aqui com você...

Guilherme:_ É claro..., eu entendo..., tem algum lugar para ir agora?, onde quer ficar?

Marina:_ Vou para casa, mas não com você..., me deixe no shopping, posso ir de lá.

Guilherme:_ Isso significa que não tem compromisso...

Percebo que ele está dirigindo para o lado oposto de onde falei, o que ele pretende agora.

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