Cap 4 Guilherme

Já se passaram praticamente um mês desde que vi aquela mulher no elevador, isso ainda mexe com minha cabeça, fico confuso, talvez fosse apenas alguém parecida com ela e minha mente fica me torturando.

Já marcaram a primeira audiência, vou encontrar meu cliente no local combinado, e lá vamos nós para a primeira batalha, essa audiência é de acusação do sr Kessid contra o sócio, o sr Ulísses, ainda teremos que nos apresentar na audiência contraria, em que meu sócio está sendo acusado, nunca tinha atuado assim, acusar e defender..., vamos ver no que isso vai dar.

Já estamos sentados, a juísa do caso é uma conhecida, já ficamos frente a frente ao menos umas 5 vezes, ela é uma senhira muito rígida e séria, mas nos damos bem.

Juíza:_ Fico contente que o sr tenha voltado a ativa.

Guilherme:_ Eu também..., acho que vou morrer fazendo isso...

Juíza:_ Boa sorte doutor Lopez.

Guilherme:_ Obrigado Excelência.

Estou passando algumas informações com meu cliente, quando a porta se abre e a outra parte entra. Levanto o olhar..., e fico totalmente petrificado..., não pode ser..., eu sabia, não foi um delírio lá no elevador..., e ela está ainda mais linda, Marina..., meu coração ta batendo tão forte..., acordo dos meus pensamentos ao ouvir Kessid.

Kessid:_ O senhor está bem?, parece que viu um fantasma..., tem certeza que conseguirá?

Guilherme:_ Eu..., est- estou..., sim..., só preciso de uma água...

Meu cliente está certo, vi um fantasma do passado..., é isso que ela é nesse momento e o pior que está conseguindo me atormentar..., não posso perder a postura e a segurança, fraqueza não faz parte dessa profissão, muito menos nesse momento. Respiro fundo e recomponho-me, consigo manter a postura e agora a encaro, sério..., pelo jeito, seremos rivais e que vença o melhor ou o que for de fato inocente.

Olho em seus olhos, ela está nervosa..., ela também ficou abalada..., mas amadureceu muito, é profissional suficiente para também manter uma postura altiva. Ela desvia o olhar, se concentra no cliente e na juíza, eles se cumprimentam e, é dado início a audiência.

Apresento a acusação e as evidências que incriminam o sr Ulísses, o cara é um arrogante, nega até a morte, Marina me surpreende, ela atua impecavelmente e ainda me dá uma bela apunhalada, jogando em nossa cara documentos ilegais com a assinatura de Kessid Montenegro...

Esse filho da mãe não me alertou sobre isso, sou obrigado a pedir alguns minutos para falar em particular com meu cliente..., estou extremamente irritado, já não basta ela ter me desestabilizado com sua presença, agora acabou de vez comigo...

Guilherme:_ Por que não me falou daqueles documentos?

Kessid:_ Estou tão surpreso quanto o senhor..., eu desconheço aqueles papéis..., não assinei nada daquilo...

Guilherme:_ Que droga..., isso nos deixa numa situação difícil..., é possível que tenha assinado sem ler?

Kessid:_ Não..., sou muito cuidadoso ao assinar qualquer papel...

Guilherme:_ Temos que pensar..., não podemos errar..., vou pedir os documentos... e mandaremos para um períto grafotécnico extrajudicial, pode existir uma possibilidade de terem falsificado a sua assinatura..., não está mentindo?

Kessid:_ Claro que não.

Voltamos para a sala..., e em virtude dessas provas, peço uma nova audiência, até me ater as provas que Marina está apresentando..., só pode ser brincadeia, passamos praticamente cinco anos sem nos ver e quando a reencontro, ela vem com tudo pra acabar comigo em todos os sentidos.

Preciso dar um jeito de falar com ela...

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