Cap 19 Marina

Ao abrir a porta me deparo com Guilherme totalmente bêbado, ele cai em meus pés, tem sangue em sua testa, o olho assustada.

Tento ajuda-lo a levantar, ele está muito mal, nem consegue ficar de pé, a garrafa que estava em suas mãos foi jogada, agradeço por não ter quebrado e ainda está com o lacre.

Marina:_ Vem..., me ajuda..., você é muito pesado..., o que aconteceu com você?

Guilherme:_ Eu... sou... Um im-be-cil...

Consigo arrastá-lo até o sofá, ele cai e fica lá jogado, na mesma posição, nem me dou ao trabalho de tentar acorda-lo, apenas pego algumas coisas, limpo seu ferimento, deve ter batido a cabeça, ta um pouco roxo e um pequeno corte..., faço um curativo e antes de guardar tudo, o porteiro me chama para tirar o carro da frente do pequeno prédio onde moro.

Procuro as chaves, não estão com ele, desço para ver o problema, o carro está com a frente muito amassada; agora entendi o ferimento na cabeça, ele nem conseguiu entrar no estacionamento, abandonou o carro de qualquer jeito, as chaves estão na ignição.

Guilherme tem entrada liberada aqui, o porteiro já o conhece, por isso não foi barrado. No estado em que está, já teriam chamado a polícia. Só espero que ele não tenha ferido ninguém. Estaciono o carro dele corretamente e volto para ver como ele está.

Nem se mexeu..., fico olhando sua situação..., me entristece, nunca imaginei em ver um homem como ele nesse estado. Guilherme é um daqueles advogados que intimida qualquer pessoa, ele é seguro, altivo, firme na postura e nas palavras, é bonito, charmoso, carismático, persuasivo..., me deslumbrei desde o primeiro momento que comecei a trabalhar com ele..., me apaixonei, ele falou pra eu não me apaixonar e simplesmente aconteceu.

No início ele me ignorava, eu sabia que ele era casado, vi a aliança, comecei a fazer perguntas discretas sobre a sua esposa, casamento, agi no impulso..., e acho que ele precisava desbafar de alguma forma, acaba respondendo algumas coisas, descobri que estavam praticamente vivendo como dois estranhos.

Ele sempre ficava até tarde, dizia que precisava ficar mais tempo fora de casa, isso não é postura de um homem que ama a mulher, depois vieram as viagens, sabia que era errado, mas o desejo foi maior. Vi uma brecha e não conseguia evitar em me insinuar, queria chamar a atenção dele..., ficava imaginando como era o sexo com ele..., sabe, aquele homem que você bate o olho e sabe que ele deve fazer maravilhas na cama com uma mulher..., não me enganei, ele é tudo isso.

Mas hoje..., não vejo sinal do poderoso Guilherme Lopez..., meu coração ta apertado ao ve-lo assim. Mas no momento, só tranco a porta e escondo as chaves, não quero que ele tente sair sem falar comigo antes. Sigo para o meu quarto e tento dormir, sou vencida pelo cansaço.

Não fechei a porta do quarto, quando acordo, percebo que ele está deitado ao meu lado, acaricio seu rosto..., vou ao banheiro, e depois vou para a cozinha preparar um café e alguma coisa para comermos, antes de terminar, vejo ele sentar numa cadeira da bancada da cozinha, segura a cabeça entre as mãos, os cabelos estão húmidos indicando que tomou um banho.

Marina:_ Bom dia..., toma isso, vai se sentir melhor...

Ele responde com uma voz grave e séria, preciso descobrir o que aconteceu, a voz dele ta carregada de amargura..., de frieza.

Guilherme:_ Obrigado...

Marina:_ Seu carro está horrível, lembra de alguma coisa?

Guilherme:_ Lembro de ter sido um maldito idiota...

Marina:_ Quer..., me contar?

Guilherme:_ Preciso ir embora..., quero minhas chaves.

Já sei que não vai ter conversa, vou até o quarto pego as chaves e entrego a ele, que simplesmente se vira e vai embora, me deixando ali, como a idiota que sou, por ter me apaixonado por um cara como ele.

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