Cap 16 Melina +18

Não quero falar com Guilherme, saio praticamente antes das 7h da manhã, fico rodando pela cidade, depois vou até uma praia passo horas olhando a paisagem, não tenho mais vontade de chorar, só quero resolver isso o quanto antes, sigo para um restaurante próximo à faculdade, como alguma coisa que desce como lixa em minha garganta, e sigo para o trabalho.

Onde sempre encontrei refúgio, se quer consigo me concentrar e no final da aula ainda tive que encarar Rafael. Ele sai deixando o endereço de um apartamento em meu bolso, faço um gesto para jogar no lixo, mas não tenho coragem..., guardo na bolsa.

Termino a última aula da noite, nem olho o endereço para não cair em tentação, sigo para casa, preciso primeiro resolver a minha situação, até rimou..., já tem gente demais nessa relação, um quarteto seria um desastre.

Chego em casa e Guilherme está sentado no sofá, passo direto para o quarto, tranco a porta, vou primeiro tomar um banho e esfriar a cabeça, ouço ele bater e pedir para eu abrir, ele não tem a outra chave.

Melina:_ ME ESPERE NA SALA.

É a única coisa que falo, faço o que pretendia, visto um vestido mais soltinho, abaixo do joelho, não me visto para dormir, não quero mais que ele me veja em roupas íntimas. E vou lá, enfrentar a fera ou melhor dizendo: meus monstros.

Melina:_ Muito bem, vamos resolver isso...

Guilherme:_ Cadê a sua aliança Melina?

Melina:_ Não preciso mais dela, já pedi o divórcio, só precisamos assinar os papéis, você fica livre e eu sigo meu caminho.

Guilherme:_ Já disse que não vou dar divórcio p0rr4 nenhuma...

Melina:_ Não tem problema, procuro outro advogado, vou dar entrada eu mesma...

Guilherme:_ Não pode fazer isso...

Melina:_ Posso e vou, agora que tudo já está esclarecido, sugiro que pegue suas coisas e vá para a casa de sua amante..., ela deve ter uma.

Guilherme: NÃO VOU ASSINAR NADA.

Melina:_ AH, VAI..., NÃO SOU OBRIGADA A VIVER COM VOCÊ.

Guilherme:_ Você me pertence..., tenho documentos que dizem que você é minha Melina.

Melina:_ Ta falando da certidão de casamento?, logo não existirá...

Guilherme:_ Tô falando desses documentos.

Guilherme joga algumas folhas sobre a mesa de centro, pego e começo a ler, tem a assinatura de meu pai, tem a minha assinatura, a de Guilherme, do pai dele e duas testemunhas..., mas o conteúdo do documento é confuso.

Melina:_ O que isso significa?, não lembro de ter assinado isso e..., meu pai?

Guilherme:_ Vou resumir: você foi dada a minha família como parte do pagamento de uma grande dívida que seu pai tinha com o meu, legalmente sou seu dono.

Melina:_ Só pode estar louco..., não existe isso , e meu pai nunca faria algo assim..., está inventando..., nos conhecemos por acaso..., nos apaixonamos.

Guilherme:_ Não foi por acaso, eu fui lá naquele dia para falar com você, queria conquista-la e não força-la..., já tinha a visto com seu pai antes... Gostei de você desde a primeira vez que a vi, quando soube que ele estava falido e não tinha como pagar a dívida, sugeri o acordo, meu pai o convenceu e acabei me apaixonando por você..., é minha..., você é minha.

Melina:_ NÃO SOU UMA COISA... QUE PODE COMPRAR..., ESTÁ MENTINDO...

Guilherme:_ Se tentar me deixar, posso alegar que está louca e interna-la ou posso mandar prender seu pai, tenho muitas provas contra ele..., sabe que tenho muita influência e algumas pessoas como médicos, psiquiatras e acredite, até um juiz me deve favores, então, acho melhor não insistir nisso.

Melina:_ CONSEGUIU..., ODEIO VOCÊ...

Corro para o quarto, mas antes de conseguir trancar a porta ele empurra forçando sua entrada, ele segura meus braços e me leva até a cama me jogando sobre ela e posicionando-se em cima de mim...

Melina:_ SAI GUILHERME..., ME SOLTA...

Guilherme:_ Disse que você é minha e faço com você o que eu quiser...

Melina:_ PARA..., me solta...

Ele prende meus braços, eu não consigo acreditar que ele vai fazer isso..., não o Guilherme que um dia amei, ele nunca me machucaria..., ele levanta meu vestido e começa a puxar minha calcinha para baixo, mas não a tira, volta a mão acariciando meu corpo com força.

Guilherme:_ Você é minha..., e posso te-la quando eu quiser Melina..., e vou tê-la..., pra você saber que sou seu dono..., você me pertence.

Já estou chorando, não posso acreditar, parece outra pessoa, meu Guilherme era carinhoso, cuidadoso... Me respeitava..., debato-me embaixo dele, não posso deixar ele fazer isso..., ele começa a baixar a própria bermuda tentando se encaixar entre minhas pernas..., meu choro está mais compulsivo.

Melina:_ GUILHERME, VOCÊ NÃO É UM ESTUPR4D0R..., VOCÊ NÃO É... POR FAVOR... NÃO...NÃO FAZ ISSO... POR FAVOR...

Ele para de uma vez, saindo de cima de mim, está atordoado, ele começa arrumar sua roupa, e senta de uma vez no chão, esconde o rosto com as mãos, ele não me olha..., eu ageito a minha calcinha e cubro minhas pernas, vou tentando me recompor, mas, o que aconteceu aqui..., ele quase... Quase me estupr0u..., ele quase... Ele me violou de certa forma. Também estou um pouco atordoada e incrédula com tudo isso, toda essa história, os meus sentidos vão voltando aos poucos quando ouço ele gritar.

Guilherme:_ SAI DAQUI MELINA..., SAI DAQUI AGORA...ME DESCULPA... EU NÃO... SAI...

Pego minha bolsa, as chaves do carro e corro saindo o mais rápido que consigo, entro no carro em choque, minhas mãos estão tremendo..., nem sei pra onde tô indo..., lembro do papel..., pego na bolsa, e em menos de uma hora estou batendo na porta de Rafael.

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