Capítulo 4

Emma Clark

Aquele havia sido mais um dia exaustivo para Emma, após fazer todos os serviços de casa e arrumar por cores e modelo a coleção de sapatos caros de Jane ela caminhou até seu quarto, escolheu em uma caixa entre as poucas roupas que tinha um vestido simples de algodão, entrou no banho, a água fria mesmo no inverno não a incomodava mais, já havia se acostumado a muito tempo com tudo aquilo e para ela mesmo as maiores crueldades feitas pelos Clark ja não surpreendiam mais, Emma lavou seus cabelos, os fios longos chegavam quase a altura de sua cintura, cantarolava uma cantiga de roda que Nana a ensinou quando criança, de costas e distraída sequer percebeu quando a porta se abriu,e por ela entrou Xavier, escorado ao batente ele a observava nua com olhos famintos, sempre foi obcecado pela irmã postiça e com o florescer da jovem tudo havia tomado proporções ainda mais doentias e assustadoras, Emma se virou tentando alcançar a toalha olhou apavorada para Xavier que sorriu para ela.

— Deixe-me ajudá-la Emy.

Se aproximou da moça que a todo custo tentava cobrir sua nudez.

— Não tenha vergonha de mim, somos irmãos não é mesmo? não existe maldade entre nós.

Entregou a ela a toalha olhando seu corpo descaradamente.

— Sabe que as coisas não precisam ser assim não é mesmo? posso fazer com que fiquem mais agradáveis e fáceis para você, um quarto confortável, água quente e roupas bonitas, bastaria me dar algo em troca.

Mordiscava os lábios enquanto praticamente cuspia tudo aquilo para ela.

— Por favor eu imploro que me deixe em paz,sabe que nada irá acontecer entre a gente, Não olho para você da forma que deseja, vai me arrumar problemas.

Emma enrolou a toalha sobre o corpo envergonhada enquanto tentava sair de seu domínio, Xavier agarrou seu braço com força fazendo com que ela o encarasse.

— Quem você pensa que é? não passa de uma maldita bastarda, uma pobretona que vive em minha casa de favor, o que te faz se achar melhor do que eu? ham? vou mostra-la que não pode dizer não para mim.

Xavier agarrou Emma pelos cabelos, a puxou com força jogando sobre a cama, arrancou a toalha que cobria seu corpo e se debruçou sobre ela, suas mãos desabotoavam a calça enquanto a segurava com força sobre o leito, Emma gritou alto,chorava e se debatia em desespero, era uma mulher magra e pequena enquanto Xavier um homem de quase dois metros de altura, quando finalmente ela conseguiu se mexer lhe deu uma joelhada com muita força, O homem gritava e a praguejava enquanto ela se encolheu no canto da parede, lágrimas lavavam seu rosto, as investidas descaradas de Xavier não eram novidade mais aquela era a primeira vez que ele fazia algo como aquilo.

— Senhora, por favor me ajude.

Implorou a Jane assim que abriu a porta do quarto, a mulher a olhou com desprezo, entrou se deparando com a cena do filho se contorcendo de dor.

— O que fez ao meu Xavier?

Ela gritou com um olhar mortífero para Emma.

A agarrou pelo braço fazendo com que se levantasse.

— Ousou machucar meu Filho?

Berrou alto depois acertou Com um tapa o rosto de Emma que foi ao chão, Jane se pós sobre ela, encima de seu pequeno corpo a estapeava sem pausa, Xavier observava tudo com um sorriso satisfeito nos lábios, era o filho querido da mamãe, tão cruel e desumano quanto ela, se levantou as deixando sozinhas.

— Irá embora dessa casa agora mesmo, vista-se, sei exatamente onde será sua casa agora, um lugar onde já deveria estar a muito tempo.

Cuspiu sobre Emma que limpava o sangue que escorria de sua boca, chorosa ela se levantou, vestiu a única roupa que valia a pena ser levada e calçou as sandálias gastas e únicas que tinha, Jane caminhava com seus saltos agulha e praticamente a jogou dentro do carro.

— Para "O Harém".

Ela disse,os olhos de Emma se arregalaram no rosto, não sabia muito da vida mais o pouco que ouviu falar daquele lugar era que alí viviam mulheres de vida fácil que se vendiam por dinheiro.

— Por Deus senhora não me obrigue a fazer isso.

Ela segurou na mão de Jane enquanto implorava e foi empurrada para longe com força.

— Vai fazer exatamente o que estou mandando ou posso garantir a você que será muito pior.

Emma sabia o quão cruel Jane podia ser, quando dizia que faria pior ela não tinha dúvidas de que realmente faria.

— Vai entrar lá e oferecer os seus serviços ao Cafetão, e nem pense em fugir Emma, eu a encontraria, e quanto a sua Nana pagaria em seu lugar até que eu a encontrasse.

Ameaçou a jogando para fora do carro, Emma caminhou com olhos marejados até a entrada do bordel, as mão pequenas empurraram a porta com o coração apertado, do lado de fora Jane ria, satisfeita com o destino cruel que havia imposto a ela.

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